Equipa de orientação:
Doutora Gabrielle Anny Poeschl, Professora Associada Aposentada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Doutor Samuel Lincoln Bezerra Lins, Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Júri:
Presidente:
Doutor Jorge Nuno Negreiros de Carvalho, Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Vogais:
Doutor Fábio Iglesias, Professor da Universidade de Brasília, Brasil.
Doutor Joaquim Manuel Pires Valentim, Professora Associado da Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade de Coimbra.
Doutora Isabel Maria Rocha Pinto, Professora Associada com Agregação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Doutora Cristina Maria Leite Queirós, Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade do Porto.
Doutor Samuel Lincoln Bezerra Lins, Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto - orientador.
A prova vai decorrer de forma presencial mas será também transmitida através do seguinte Link: https://youtube.com/live/OrlBOXfy-RE?feature=share
RESUMO:
A crise socioambiental tem sido agravada pela interação estabelecida entre o homem e a natureza e, entre as ações antrópicas, a problemática social do consumo tem sido evidente e preocupante. Assim, o principal objetivo desta investigação é explorar semelhanças e diferenças no consumo conspícuo e no consumo sustentável, a partir da análise de uma relação entre estes dois tipos de consumo. Utilizando metodologias qualitativas e quantitativas, foram desenvolvidos três estudos por questionários em Portugal e no Brasil, que também tornaram possível a proposição e validação de duas escalas. Os resultados do primeiro estudo (N = 381) evidenciam que a Escala de Consumo Conspícuo é válida, e que predomina a procura por originalidade nas compras. Os brasileiros (mais do que os portugueses) declaram comprar produtos expressando o seu estatuto, bem como produtos comprados por outros relevantes. Além disso, os homens (mais do que as mulheres) procuram, nas suas compras, ser como os outros relevantes. O segundo estudo (N = 421) mostra que a Escala de Consumo Sustentável é válida, e que prevalece a compra de produtos ecologicamente corretos, sendo que os portugueses estão mais interessados neste tipo de compra. Por outro lado, os brasileiros preferem comprar de empresas com responsabilidade social e ambiental. Além disso, no Brasil, os homens estão menos atentos à escolha de produtos sustentáveis, e as mulheres destacam-se por valorizar a preservação do meio ambiente. No terceiro estudo (N = 305), a partir da análise fatorial confirmatória, verificámos que os índices de ajuste dos modelos das duas escalas são satisfatórios. Os resultados da avaliação da relação entre estes dois comportamentos de consumo revelam que quanto mais os inquiridos declaram aderir a um consumo sustentável, menos eles dizem estar inclinados a comprar produtos chamando a atenção e expressando o seu estatuto. O facto de declararem originalidade na compra não os impede de adotar um consumo sustentável, assim como seguir o exemplo de outras pessoas consideradas relevantes pode levá-los a uma maior atenção nas suas compras. Os resultados fornecem informações que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de ações contra as práticas de consumo que vão contra os esforços para construir uma sociedade sustentável.
Palavras-chave: comportamento do consumidor, compra, consumo conspícuo, consumo sustentável, escalas
ABSTRACT:
The socio-environmental crisis has been aggravated by the interaction established between man and nature and, among anthropic actions, the social problem posed by consumption has been evident and worrying. Thus, the main objective of this research is to explore similarities and differences in conspicuous consumption and sustainable consumption, from the analysis of a relationship between these two types of consumption. Using qualitative and quantitative methodologies, three studies were developed by questionnaires in Portugal and Brazil, which also made possible the proposition and validation of two scales. The results of the first study (N = 381) show that the Conspicuous Consumption Scale is valid, and that the search for originality in purchases predominates. The Brazilians (more than the Portuguese) declare to buy products expressing status, as well as products purchased by relevant others . In addition, men (more than women) seek, in their purchases, to be like the relevant others. The second study (N = 421) shows that the Sustainable Consumption Scale is valid, that the purchase of environmentally friendly correct products predominates, and the Portuguese are more interested in this type of purchase. On the other hand, the Brazilians prefer to buy from companies with social and environmental responsibility. Moreover, in Brazil, men are less attentive to the choice of sustainable products, and women stand out for valuing the preservation of the environment. In the third study (N = 305), using the confirmatory factor analysis, we found that the adjustment indexes of the models of the two scales are satisfactory. The results of the assessment of the relationship between these two consumer behaviors show that the more the respondents declare to adhere to sustainable consumption, the less they say they are inclined to buy products by attracting attention and expressing status. The fact that they declare originality in their purchases does not prevent them from adopting sustainable consumption, just as following the example of other people they consider relevant can lead them to greater attention in their purchases. The results provide information that can be used to develop actions against consumption practices that go against the efforts to build a sustainable society.
Keywords: consumer behavior, purchase, conspicuous consumption, sustainable consumption, scales
RESUMÉ:
La crise socio-environnementale a été aggravée par l'interaction établie entre l'homme et la nature et, parmi les actions anthropiques, le problème social posé par la consommation s’est révélé évident et préoccupant. Ainsi, l'objectif principal de cette recherche est d'explorer les ressemblances et les différences dans la consommation ostentatoire et la consommation durable, à partir de l'analyse de la relation entre ces deux types de consommation. Utilisant des méthodologies qualitatives et quantitatives, trois études par questionnaire ont été réalisées au Portugal et au Brésil, ce qui a également permis de proposer et de valider deux échelles. Les résultats de la première étude (N = 381) montrent que l'Échelle de Consommation Ostentatoire est valide, et que la recherche d'originalité dans les achats prédomine. Les Brésiliens (plus que les Portugais) déclarent acheter des produits exprimant le statut, ainsi que des produits choisis par ceux qui sont importants pour eux. Par ailleurs, les hommes (plus que les femmes) cherchent, par leurs achats, à ressembler à ceux qu’ils estiment importants. La deuxième étude (N = 421) montre que l'Échelle de Consommation Durable est valide, et que l'achat de produits écologiquement corrects prédomine, les Portugais se montrant plus intéressés par ce type d'achat. En revanche, les Brésiliens préfèrent acheter auprès d'entreprises assumant une responsabilité sociale et environnementale. De plus, au Brésil, les hommes sont moins attentifs au choix de produits durables, et les femmes se distinguent par l’importance qu’elles accordent à la préservation de l’environnement. Dans la troisième étude (N = 305), nous avons constaté, sur la base de l’analyse factorielle confirmatoire, que les indices d'ajustement des modèles des deux échelles sont satisfaisants. Les résultats de l’évaluation de la relation entre ces deux comportements de consommation révèlent que plus les répondants déclarent adhérer à la consommation durable, moins ils se disent enclins à acheter des produits attirant l'attention et exprimant un statut. Le fait qu'ils déclarent rechercher l'originalité dans leurs achats ne les empêche pas d'adopter une consommation durable, de même que suivre l’exemple d'autres personnes qu’ils considèrent importantes peut les amener à accorder plus d'attention à leurs achats. Les résultats fournissent des informations qui peuvent être utilisées pour le développement d'actions contre les pratiques de consommation qui vont contre les efforts visant à construire une société durable.
Mots clé: comportement du consommateur, achat, consommation ostentatoire, consommation durable, échelles