O grau de Mestre em Psicologia é conferido pela Universidade do Porto, através da FPCEUP, aos/às estudantes que tenham obtido 120 ECTS, através da aprovação em todas as unidades curriculares que integram o plano de estudos do Curso de Mestrado (não conferente de grau), bem como da aprovação no estágio curricular supervisionado e no ato público de defesa de uma Dissertação, conforme estipulado no EuroPsy.

O grau de Mestre é conferido em Psicologia, a que se acrescenta a menção a uma das quatro áreas de especialização, aprovadas conjuntamente com a criação do Ciclo de Estudos, a saber:

• Psicologia Clínica e da Saúde;
• Psicologia da Educação e Desenvolvimento Humano;
• Psicologia da Justiça e da Desviância;
• Psicologia das Organizações, Social e do Trabalho.

Este ciclo de estudos, destinado a candidatos/as titulares de um 1.º ciclo de estudos em Psicologia, configura a 2.ª fase da formação de psicólogos, permitindo criar condições de acesso à Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e, no espaço europeu, acesso ao EuroPsy.

As unidades curriculares do 1.º ano (60 ECTS) titulam um curso de mestrado não conferente de grau. Já o 2.º ano prevê:

1. um estágio curricular que introduza à prática orientada por profissionais e supervisionada por docentes da área;
2. um trabalho de investigação supervisionado, conduzido ao longo do 2.º ano e culminando com uma Dissertação, que tanto pode realizar-se em laboratório como em contexto natural, permitindo ao/à estudante familiarizar-se com problemas de investigação, questões éticas e métodos de produção científica em Psicologia.

A proposta atual concilia uma formação transversal no plano metodológico, com uma formação mais especializada, através de UC específicas da área de escolha do/a estudante e seu aprofundamento por via de matérias eletivas. Estes créditos optativos favorecem um currículo flexível, indo ao encontro dos interesses dos/as estudantes e dos princípios de Bolonha.

A área de especialização da Psicologia Clínica e da Saúde  (PCS) incide em temáticas relacionadas com a intervenção clínica individual e de grupo, em contextos da clínica, da saúde, da proteção e comunitários, tendo como destinatários, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e famílias; são também temáticas centrais a psicopatologia do desenvolvimento e a intervenção nas transições ao longo da vida; a psicologia da saúde, as perturbações alimentares, o cancro, entre outras problemáticas; a catástrofe e gestão emocional; a intervenção nos sistemas familiares, sexuais e conjugais; com a sexologia clínica e género e interseccionalidade em contextos clínicos e de saúde; e a avaliação da personalidade. Assume dominantemente uma abordagem sistémica, sendo também presentes as abordagens cognitivo-comportamental, narrativas, entre outras. Ao nível da investigação adota um amplo leque de metodologias de cariz qualitativo, quantitativo, misto e estudos secundários, com desenhos e métodos diversos, como estudos quase-experimentais, experimentais, correlacionais, explicativos, baseados em questionários, entrevistas, focus group, observações, tanto no contexto de projetos transversais como longitudinais.

A área de especialização da Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano (PEDH assume uma abordagem bio-ecológica do desenvolvimento humano e considera os diferentes contextos de desenvolvimento ao longo da vida, com especial ênfase na família, em todas as suas configurações, escola e contextos de formação, grupo de pares e relações significativas, na promoção do desenvolvimento, bem-estar e qualidade de vida. Incide em temáticas de intervenção precoce, educação inclusiva, motivação, aprendizagem e ajustamento escolar, formação profissional, orientação vocacional, empregabilidade e empreendedorismo, desporto, promoção e proteção dos direitos da criança, acolhimento e adoção, equidade, parentalidade, educação ambiental, alterações climáticas e desenvolvimento sustentável, entre outras. Adota diversos desenhos e procedimentos metodológicos, tanto quantitativos como qualitativos.

A área de especialização da Psicologia da Justiça e da Desviância (PJD) incide nas temáticas das adicções, comportamento desviante, crime e delinquência, públicos vulneráveis, redução de riscos, trabalho sexual, vítimas e agressores entre outras. Parte do princípio da complexidade biopsicossocial destes fenómenos e adota uma grelha metodológica ampla: investigação laboratorial; investigação clínica e forense; pesquisa de terreno; os estudos extensivos; o quantitativo e o qualitativo.

A área de especialização em Psicologia das Organizações, Social e do Trabalho (POST) incide em temáticas relacionadas com a gestão de recursos humanos e comportamento organizacional; empregabilidade; conciliação trabalho-vida fora do trabalho; formas emergentes de organização do trabalho; percursos profissionais e transmissão de conhecimentos; saúde e segurança no trabalho; identidade social e desvio nos grupos; corrupção, globalização e crise económica; e comportamento do consumidor. Assume uma abordagem contextual e participativa na análise dos processos psicossociais intrínsecos a estes fenómenos e adota uma grelha metodológica ampla de cariz qualitativo e quantitativo: estudos de caso, com recurso a pesquisa de terreno, entrevistas, focus group; estudos laboratoriais, experimentais e correlacionais.