Políticas da Juventude, Políticas da Diferença e Contextos de Vida Juvenis
Ocorrência: 2011/2012 - 1S
Ciclos de Estudo/Cursos
| Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
| MCED |
14 |
Plano Oficial |
1 |
- |
6 |
49 |
162 |
Língua de trabalho
Português
Objetivos
1. Apresentação
A educação, sobretudo a formal, tem como enquadramento o Estado, a economia e a sociedade civil e visa a formação de cidadãos, de trabalhadores e o desenvolvimento dos indivíduos e grupos. Estando a educação organizada em torno deste triplo mandato, num primeiro momento do seu desenvolvimento histórico, as diferenças (de etnia, de género, de idade, de modo de vida, etc.) não apareciam como um centro de preocupação política. Nos actuais contextos, fortemente marcados pela globalização, de transição de paradigmas socioculturais e de forte individualização, essa indiferença à diferença tem vindo a ser desafiada nos contextos educativos. A ‘juventude’, neste contexto, surge ao mesmo tempo como problemática social e sociológica central. O desenvolvimento do capitalismo “desorganizado” e a crescente afirmação das identidades dos grupos, dos indivíduos e dos denominados “novos movimentos sociais”, em contexto de globalização, têm grandes implicações nas noções, nos conceitos e nas vivências pessoais e sociais da juventude, sobretudo no âmbito do que se poderia chamar “novas formas de cidadania”. Esta unidade curricular pretende analisar as diversas dimensões com que problemática da juventude se confronta nos actuais contextos educativos, sociais e políticos.
2. Objectivos do módulo
- Identificar a matriz moderna dos discursos em educação e os desafios que os paradigmas socioculturais emergentes lhe colocam.
- Relacionar os mandatos endereçados à educação com os actuais desenvolvimentos das políticas e do campo social da educação.
- Caracterizar as formas emergentes de cidadania entre os jovens com base na afirmação identitária e da reflexividade social.
- Analisar os ‘lugares’ (o corpo, trabalho, cidadania, identidade e território) na sua interacção com a educação no âmbito da problemática da ‘juventude’.
- Discutir a necessidade de interrogar realidades pré-construídas e naturalizadas
- Problematizar o conceito de juventude dando ênfase aos dispositivos da sua construção: social, científica, cultural e política.
3. Competências e resultados de aprendizagem visados (enunciadas nos termos de situação profissional)
- Negociação entre exigências dimanadas das ‘diferenças’ dos indivíduos e dos grupos e as exigências e normas de políticas nacionais e locais no campo da educação
- Análise de modos e propostas de intervenção com jovens
- Exercício de funções de assessoria e consultoria no desenho de projectos e de planos estratégicos no campo da educação/formação
- Integrar equipas que concebam e giram projectos no âmbito da educação/formação
Programa
1.
1.1 A ‘invenção’ da juventude:
- uma “realidade que se tornou notada”
- a juventude como “sofredora” de problemas e como “causadora” de problemas
1.2. . A construção científica da juventude:
- o ‘objecto’ juventude nos discursos da psicologia
- o ‘objecto’ juventude nos discursos da sociologia
- cultura e juventude: o estilhaçar da categoria e suas reconceptualizações
1.3. A construção ‘científica’ da juventude:
- o ‘objecto’ juventude nos discursos da psicologia
- o ‘objecto’ juventude nos discursos da sociologia
- cultura e juventude: o estilhaçar da categoria e suas reconceptualizações
1.4. A construção de políticas de juventude: interrogações em torno de propostas concretas
2. A modernidade, a educação e a escola: o triplo mandato educativo
a. a ‘juventude’ como problemática social e sociológica.
b. a preparação para o trabalho
c. a formação de cidadãos
2.1 Os ‘lugares’ em que a educação e as diferenças se confrontam
-o corpo;
- o trabalho;
- a cidadania;
- a identidade;
- o território
2.2. Os modelos de conceptualização/legitimação da diferença e a educação
2.3. O modelo relacional versus educação inter/multicultural: a crítica da crítica
3. Contextos de vida juvenis
3.11.Plataformas digitais e o exercício da cidadania:
- Espaços de lazer e multiliteracias
- A imagem de si, a expressão do singular no social
3.2.- O presente: cidadanias no espaço da educação formal
- A imagem para além do texto
- A tecnologia e o/a professor/a
3.3. O futuro: cidadanias no espaço do trabalho
- Democratização do génio: o trabalho colaborativo
- Mudanças geracionais: do «Dutiful citizen» ao «Actualizing Citizen»
Bibliografia Obrigatória
GEE, James Paul; Situated Language and Learning: A Critique of , New York: Routledge, 2004
MAGALHÃES, António M. E, STOER, Stephen R. ; A Escola para Todos e a Excelência Académica, Profedições, 2002. ISBN: 972-8562-05-5
PAIS, José Machado e CABRAL, Manuel Villaverde (orgs.); Condutas de Risco, Práticas Culturais e Atitudes Perante o Corpo: Inquérito aos Jovens Portugueses, Oeiras: Celta Editora, 2004
SAWYER, Keith ; Group Genius: The Creative Power of Collaboration, New York: Basic Books, 2007
STOER, Stephen R. e MAGALHÃES, António M. ; A Diferença Somos Nós – a gestão da mudança social e as políticas educativas e sociais, Afrontamento, 2005
STOER, Stephen R., MAGALHÃES, António M. e RODRIGUES, David; Os Lugares da Exclusão Social, Cortez Editores, 2004
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
Exposição
Leitura e análise de textos
Debate
Trabalho de grupo
Orientação tutorial
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída sem exame final
Componentes de Avaliação
| Descrição |
Tipo |
Tempo (Horas) |
Peso (%) |
Data Conclusão |
| Participação presencial (estimativa) |
Participação presencial |
26,00 |
|
|
| Trabalho de grupo |
Participação presencial |
14,00 |
|
|
| Tutoria individual e em pequenos grupos |
Participação presencial |
15,00 |
|
|
| Análise de textos |
Trabalho laboratorial |
35,00 |
|
|
| Debate em grande grupo |
Participação presencial |
10,00 |
|
|
| Escrita de pequenos textos |
Teste |
12,00 |
|
|
| Elaborar um artigo |
Trabalho escrito |
50,00 |
|
|
|
Total: |
- |
0,00 |
|
Obtenção de frequência
O/a estudante obtém a frequência da unidade curricular se, tendo estado regularmente inscrito/a, não exceder o número limite de faltas correspondente a 25 % das aulas previstas.
Fórmula de cálculo da classificação final
Do processo de avaliação constam os seguintes momentos:
i. Participação nas tarefas distribuídas nas sessões
ii. Elaboração de um esquema de desenvolvimento de um artigo científico sobre um dos temas da UC;
iii. Produção de um artigo, com um máximo de 3000 palavras (com referências bibliográficas), com as seguintes características:
identificação de uma problemática (introdução teórica/revisão da literatura)
identificação e justificação da metodologia utilizada.
análise de um contexto/situação/problema e/ou de uma dada política
discussão dos resultados da análise e conclusão
referências bibliográficas
A classificação da unidade curricular é expressa numa escala inteira de 0 a 20.
O envolvimento dos estudantes nas tarefas respeitantes aos pontos i. e ii. será calculado a partir de uma ponderação máxima de 25% numa escala inteira de 0 a 20. O artigo, iii, avaliado a partir das características especificadas, terá uma ponderação de 75% numa escala inteira de 0 a 20.
A classificação final da unidade curricular resultará da soma das duas componentes. A participação nas tarefas distribuídas nas sessões e a elaboração de um esquema de desenvolvimento para o artigo, sem a consecução do mesmo e respectiva entrega ao docente, não têm classificação. Nestes casos, os estudantes terão de usar as formas de avaliação de recurso da unidade curricular.
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Os estudantes, em situações previstas pela legislação e pelos regulamentos em vigor, que não frequentem as aulas terão, além do artigo acima referido, de entregar duas fichas de leitura (em datas a combinar os docentes), uma, com base nas leituras recomendadas.
Melhoria de classificação
Para efeitos de melhoria de nota, sem nova frequência da unidade curricular, ou como recurso, os estudantes terão ou de (re)escrever o artigo acima caracterizado ou de fazer a sua discussão/defesa oral.