Intervenção Comunitária e Desenvolvimento Local
| Áreas Científicas |
| Classificação |
Área Científica |
| OFICIAL |
Educação de Adultos |
Ocorrência: 2011/2012 - 1S
Ciclos de Estudo/Cursos
| Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
| LCED |
66 |
Plano Oficial 2007/2008 |
3 |
- |
4,5 |
49 |
122 |
Língua de trabalho
Português
Objetivos
Apresentação da UC
Esta unidade curricular tem como principal finalidade constituir-se num espaço de exploração da intervenção comunitária e do desenvolvimento local enquanto dinâmicas de carácter educativo e problemáticas teóricas complexificadoras do pensamento sobre os processos educativos e sobre as modalidades praxeológicas de inscrição da intervenção socioeducativa na realidade social. A perspectiva de trabalho nesta UC privilegia: i) a reflexão sobre as opções teóricas e metodológicas da intervenção comunitária e do desenvolvimento local e seus diversos sentidos educativos de modo a realçar a natureza complexa do seu objecto, bem como, ii) a problematização dos modos de acção profissional dos licenciados em Ciências da Educação neste domínio. Deste modo, a UC remete para o confronto entre diversas fontes e processos de legitimação da intervenção comunitária, formas de acção social e projectos societários/comunitários que configuram sentidos de desenvolvimento social e têm em si inscritas distintas concepções de trabalho educativo e pretende afirmar-se como um contributo no âmbito da estrutura curricular da LCE para a discussão das tensões entre educação conservadora e educação crítica e transformadora.
Objectivos de aprendizagem
- Conhecer as opções teóricas e metodológicas envolvidas nos processos de intervenção comunitária;
- Reconhecer os fundamentos educativos da abordagem do desenvolvimento local e da intervenção comunitária
- Compreender as implicações sócio-educativas da intervenção comunitária para o desenvolvimento local;
Competências a desenvolver pelos estudantes
- Análise de processos de intervenção comunitária e de desenvolvimento comunitário local;
- Fundamentação de projectos de intervenção educativa numa lógica de animação comunitária e desenvolvimento local;
- Utilização de ferramentas específicas da metodologia sócio-educativa na prática de intervenção educativa comunitária
Resultados de aprendizagem
- Mobilização contextualizada de referenciais teóricos na análise da dimensão educativa de processos de intervenção comunitária e de desenvolvimento local;
- Domínio conceptual das ferramentas da metodologia sócioeducativa de intervenção comunitária no desenvolvimento local;
- Compreensão das articulações entre mediação sócio-educativa e intervenção comunitária na perspectiva do desenvolvimento comunitário local
Programa
1. O estatuto do saber da intervenção comunitária e sua relação com a acção:
a. Relação com a acção: implicação versus explicação/aplicação;
b. Relação com a realidade: a relação sujeito/sujeito versus sujeito/objecto
2. Intervenção comunitária para e no desenvolvimento local: elaborações conceptuais
3. O contexto histórico e político-cognitivo da revalorização do local e do comunitário
a. A tensão entre sociedade e comunidade
i. Elementos de distinção: sociedade/racionalização/modernização versus comunidade/experiência social/tradição
b. A visão objectivista e subjectivista da comunidade
i. Objectivista: A comunidade como processo natural capaz de ser observado nas suas regularidades e a acção como comportamento
ii. Subjectivista: A sociedade como um contexto de vida com estrutura significativa e a acção como sentido
c. As formas primordiais da estrutura comunitária: o «Nós» e o «Eles»
4. Os processos de mudança sócio-institucional: passagem da totalidade orgânica à particularidade activa e à singularidade identitária: o conflito como motor da mudança
5. As metodologias e instrumentos de análise e de acção na intervenção comunitária
a. A análise institucional e organizacional, a análise sistémica e a investigação-acção
6. Os projectos de intervenção comunitária: da lógica da exterioridade à lógica da mediação implicada (ou do modelo científico-técnico ao modelo sócio-comunitário).
Bibliografia Obrigatória
Guerra, I. C.; Fundamentos e Processos de uma Sociologia da Acção: o planeamento em Ciências Sociais. São João do Estoril, Principia., 2006
Vachon, B. ; Le développement local: théorie et pratique: Réintroduire l’humain dans la logique de développement. Montréal, Gaëtan Morin Éditeur., 1993
Nóvoa, A., C. Castro Almeida, et al.; Desenvolvimento endógeno e formação de agentes de desenvolvimento. Formação para o desenvolvimento: uma experiência participada de formação de agentes de desenvolvimento. Lisboa, Fim de Século Edições: 17-47., 1992
Crozier, M.; Mudança individual e mudança colectiva, in Mudança Social e Psicologia Social. AAVV. , Lisboa, Livros Horizonte: 69-81., 1982
Gómez José António Caride;
Educação e desenvolvimento comunitário local. ISBN: 978-972-8562-44-1
Matos, M.; "Da Intervenção Comunitária à Mediação Comunitária." Educação, Sociedade & Culturas 29: 175-189., 2009
Correia, J. A. and R. D’Espiney, Eds.; Inovação, Cidadania e Desenvolvimento Local. Cadernos do ICE. Setúbal., 2004
Matos Manuel Santos e;
Intervenção comunitária em educação
Melo, A.; Educação e Formação para o desenvolvimento rural. Fórum Educação de Adultos. L. Lima. Braga, Universidade do Minho/Unidade de Educação de Adultos. I: 137-149., 1994
Matos, Manuel; Desenvolvimento e Cidadania: intervenção associativa e acção comunitária, in Cadernos ICE 7 (Inovação, Cidadania e Desenvolvimento Local), Setúbal, ICE: 135-149, 2004
Nóvoa António 070;
Formação para o desenvolvimento
Berger, G.; Reflexões sobre democracia, participação e cidadania. Cadernos Ice “Inovação, Cidadania e Desenvolvimento Local" 7: 13-30., 2004
Melo, A.; A acção local dos cidadãos como forma de resistência à nova onda de colonização global: o caso da Associação In Loco no Sul de Portugal. Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. B. d. S. Santos. Rio de Janeiro, Civilização, 2002
Menezes, Isabel; Intervenção Comunitária: uma perspectiva psicológica, Porto, Livpsic/Legis Editora, 2007
Bibliografia Complementar
Silva Augusto Santos;
Cultura e desenvolvimento. ISBN: ISBN 972-774-077-4
Silva, A. S.; Sociedade civil, democracia local e desenvolvimento. Democracia: novos desafios e novos horizontes. J. M. L. Viegas, A. C. Pinto & S. Faria. Oeiras, Celta Editora: 11-34., 2004
Silva Augusto Santos;
Educação de adultos
Freire, P.; Extensão ou comunicação. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra., 1971
Correia, J. A.; Políticas e lógicas da territorialização: contributos para a produção emancipatória do local. Fênix - Revista Pernambucana de Educação Popular e de Educação de Adultos Ano 4 - Nº5(1): 33-42., 2005
Garcia, O.; Animação comunitária nos processos de desenvolvimento. Inovação, Cidadania e Desenvolvimento Local. J. A. Correia & R. D’Espiney. Setúbal, ICE. 7: 123-134., 2004
Paulo, J. C.; O que faz falta. Educação de Adultos e Intervenção Comunitária. Instituto de Educação e Psicologia. Braga, Universidade do Minho: 23-59., 1999
Enriquez, E.; Problématique du changement. Connexions 4: 5-45., 1972
Veen, R. V. D. ; Community development as citizen education. International Journal of Lifelong Education 22 (6): 580-596., 2003
Busino, G. ; Comunidade. Enciclopédia Einaudi. Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda. 38: 146-160., 1998
Nisbet, R.; Comunidade. Sociologias e Sociedades. Leituras de Introdução à Sociologia. M. Foracchi and J. S. Martins. São Paulo, Livros Técnicos e Científicos: 255-262., 1977
Teisserenc, P.; Développement local et mobilisation des acteurs. Contemporaines 18/19: 187-213., 1994
Melo, A.; Formação de adultos e desenvolvimento local. Educação e Formação de Adultos: mutações e convergências. R. Canário and B. Cabrito. Lisboa, Educa. 11: 97-113., 2005
Fraser, H.; Four different approaches to community participation. Community Development Journal 40(3): 286-300., 2005
Freire, P.; Extensão ou comunicação. Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra., 1971
Laverack, G.; Using a "domains" approach to build community empowerment. Community Development Journal 41(1): 4-12., 2005
Matos, M. ; O local e a redefinição do social. Porto, FPCEUP: 7., (s.d.)
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
Metodologias de ensino e aprendizagem nas horas de contacto (45 horas):
Exposição dialogada
Análise em grupo de projectos de intervenção comunitária e desenvolvimento local
Visionamento de registos audiovisuais e sua discussão em grande grupo
Leitura e análise dos materiais bibliográficos de apoio à UC
Avaliação das aprendizagens
Modos de aprendizagem nas horas de trabalho autónomo (76,5 horas):
Pesquisa bibliográfica e documental
Leitura e análise da bibliografia principal e complementar
Preparação e organização em grupo da dinamização de actividades lectivas
Análise de projectos de intervenção comunitária e desenvolvimento local
Participação em iniciativas de carácter científico no domínio da intervenção comunitária e do desenvolvimento local
Palavras Chave
Ciências Sociais > Ciências da educação > Educação > Pedagogia social
Ciências Sociais > Ciências da educação > Educação > Educação de adultos
Ciências Sociais > Ética nas ciências sociais
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída sem exame final
Componentes de Avaliação
| Descrição |
Tipo |
Tempo (Horas) |
Peso (%) |
Data Conclusão |
| Participação presencial (estimativa) |
Participação presencial |
42,00 |
|
|
|
Total: |
- |
0,00 |
|
Obtenção de frequência
O regime de avaliação adoptado pressupõe obrigatoriamente o cumprimento da assiduidade sem prejuízo do disposto no ponto 4 do artigo 9º do regulamento de avaliação dos discentes. O cumprimento do requisito assiduidade pressupõe a presença em 75% das aulas previstas no início do semestre.
Fórmula de cálculo da classificação final
A classificação final na UC será obtida através da aprovação em duas componentes de avaliação: i) trabalho de grupo; ii) síntese escrita individual:
- O trabalho de grupo consiste na preparação e apresentação em aula de um texto a disponibilizar pelo docente nas primeiras aulas do semestre e pela realização de um relatório sobre esta actividade. Os grupos deverão ser constituídos por 4 elementos ou, excepcionalmente, por 3 ou, muito excepcionalmente, por 5 elementos. A apresentação decorrerá durante o mês de Novembro nas sessões da UC e tem como duração recomendada 45 minutos e pretende-se que demonstre competências no domínio da compreensão, selecção e organização lógica e pertinente da informação e sua apropriação discursiva e cognitiva, proficiência na oralidade e uma perspectiva interpeladora das temáticas abordadas e promotora da discussão e da partilha de experiência e saberes no grupo turma. O relatório, com uma extensão de 10 a 12 páginas, deverá contemplar a apresentação sistemática da interpretação realizada pelo grupo sobre o texto trabalhado e uma reflexão sobre as implicações dos seus contributos teóricos para equacionar a intervenção comunitária e/ou o desenvolvimento local e ainda integrar, em anexo, todos os materiais mobilizados na apresentação. Os critérios de avaliação do relatório são: i) o rigor formal; ii) a qualidade da argumentação e fundamentação da reflexão; iii) a consistência lógica e científica da interpretação realizada. O relatório pode ser entregue em qualquer altura após a realização da apresentação, establecendo-se como limite para a sua entrega a data de realização da síntese. A classificação desta componente de avaliação será atribuída globalmente ao conjunto apresentação em aula + relatório.
- A síntese individual sem consulta será realizada no período consagrado às frequências e exames no final do semestre lectivo e terá a duração de 3 horas. Será disponibilizado nas primeiras aulas do semestre um documento escrito (texto) acerca de um processo de intervenção comunitária e/ou de desenvolvimento local que constituirá o objecto de análise e reflexão da síntese escrita (a síntese da época de recurso tomará como objecto de análise um novo documento escrito). Com a realização da síntese escrita pretende-se promover a expressão de competências de compreensão, interpretação e análise de processos de intervenção comunitária e de desenvolvimento local e de mobilização contextualizada dos contributos teóricos abordados na UC.. Os critérios a aplicar para a avaliação da síntese são: i) o grau de coerência e consistência interna da resposta; ii) a mobilização de uma abordagem crítica, integrada e pessoal; iii) a correcção e pertinência dos contributos teóricos mobilizados; iv) os aspectos formais.
Para o cálculo da classificação final, ao trabalho de grupo será atribuído o peso de 35% (os trabalhos de grupo classificados numa escala de 0-20 valores e a classificação convertida até um máximo de 7 valores), e ao trabalho individual o peso de 65% (os trabalhos individuais serão classificados numa escala de 0-20 valores e a classificação convertida até um máximo de 13 valores).
Observações
Face a eventuais situações que configurem a prática de fraude, proceder-se-á de acordo com o artigo 14º do Regulamento de avaliação dos discentes da FPCEUP onde se pode ler que “a fraude cometida na realização de uma prova implica a anulação da mesma e a comunicação ao órgão estatutariamente competente (Conselho Pedagógico) para eventual processo disciplinar. No quadro da FPCEUP, entende-se como fraude a cópia, o plágio ou qualquer outra prática de onde resulte um benefício ilícito para a classificação do aluno.”
Provas e trabalhos especiais
A obtenção de uma classificação inferior a 8 valores ou a não realização em/de um dos elementos de avaliação terá como mecanismo de recurso no âmbito da avaliação distribuída a:
- realização de novo trabalho de grupo (ou excepcionalmente de um trabalho individual por cada um dos elementos do grupo) e sua apresentação e discussão ao/com o docente;
- realização de uma nova síntese na época de frequências e exames subsequente.
Avaliação especial (TE, DA, ...)
Os estudantes que estejam dispensados por lei do cumprimento do regime de assiduidade devem contactar o docente, nas primeiras 3 semanas do semestre, para combinar os mecanismos de apoio ao estudo e de tutoria que lhes garantam uma igualdade de circunstâncias em termos de aprendizagem e de avaliação, bem como para tomar conhecimento detalhado das modalidades e critérios de avaliação a que serão sujeitos.
A avaliação dos estudantes que por lei estão dispensados da presença nas aulas envolve a realização de um ensaio crítico que tome como objecto um texto ou obra de referência da bibliografia da UC e que será objecto de discussão com o docente. O prazo para entrega deste ensaio não poderá exceder em mais do que uma semana o final do semestre. A obtenção de aprovação neste trabalho posssibilita que estes estudantes possam realizar a síntese individual em condições idênticas às dos restantes colegas.
Melhoria de classificação
Para efeitos de melhoria de nota, os estudantes dispõem da oportunidade de realizar uma prova escrita sem consulta que incidirá sobre a globalidade dos conteúdos da Unidade Curricular.