Farmacologia Dentária
Ocorrência: 2006/2007 - A
Ciclos de Estudo/Cursos
| Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
| MD |
34 |
Plano oficial a partir de 2000 |
3 |
6 |
10 |
- |
|
Objetivos
A disciplina “Farmacologia Dentária” tem um cariz formativo e informativo. O conteúdo programático e a metodologia de ensino adoptados visam proporcionar aos alunos conhecimentos farmacológicos amplos e variados, de modo a permitir a compreensão e a frequência com êxito de disciplinas subsequentes que se relacionam com a terapêutica medicamentosa.
Programa
PARTE I: PRINCÍPIOS GERAIS DA ACÇÃO DOS FÁRMACOS
Conceitos gerais.
Ciclo geral dos fármacos no organismo.
Passagem dos fármacos através das barreiras biológicas.
Vias de administração dos fármacos.
Farmacocinética.
Farmacodinamia.
Variabilidade da resposta a fármacos.
Reacções adversas aos fármacos.
Interacções farmacológicas.
Administração de fármacos em situações especiais.
Desenvolvimento de novos fármacos.
PARTE II: FARMACOLOGIA DOS SISTEMAS DE REGULAÇÃO
1. Sistema nervoso periférico. Transmissão colinérgica; transmissão adrenérgica.
2. Sistema nervoso central.
Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos. Controlo da ansiedade em medicina dentária. Antidepressores. Antipsicóticos. Antiparkinsonianos. Anti-epilépticos. Fármacos usados na enxaqueca. Antidemenciais. Estimulantes do sistema nervoso central.
Farmacodependência.
3. Sistema cardiovascular. Fármacos usados nas anemias.
4. Sistema respiratório. Histamina e anti-histamínicos H1.
5. Aparelho digestivo.
6. Sistema endócrino.
7. Quimioterapia antitumoral e imunofarmacologia.
PARTE III: FÁRMACOS DE USO FREQUENTE EM MEDICINA DENTÁRIA
1. Fármacos que se utilizam no controlo da dor.
Analgésicos opiáceos e seus antagonistas. Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios (Anti-inflamatórios não esteróides, AINE’s). Anestésicos locais. Anestésicos gerais.
2. Fármacos que modificam a hemóstase.
3. Fármacos utilizados na terapêutica anti-infecciosa.
Antibacterianos. Antifúngicos. Antivíricos. Desinfectantes e anti-sépticos.
4. Fluoretos.
PARTE IV: SISTEMATIZAÇÃO
1. Manifestações orais dos fármacos (patologia oral iatrogénica).
2. Interacções farmacológicas relevantes em medicina dentária.
3. Fármacos utilizados em situações de emergência no consultório dentário.
4. Farmacovigilância.
Parte I. Pretende-se familiarizar o aluno com os termos e os conceitos básicos que caracterizam a ciência farmacológica. O conhecimento dos aspectos que são comuns à utilização de qualquer fármaco, tais como o seu comportamento cinético no organismo, o modo como produz as suas acções e de como o seu efeito terapêutico é avaliado, é fundamental para a selecção, objectiva e crítica, do medicamento a utilizar numa determinada situação clínica. Contribui também para a utilização racional dos fármacos, expondo os pacientes menos frequentemente a esquemas terapêuticos inúteis e evitando, sempre que possível, efeitos adversos devidos a interacções com o paciente, a doença ou com outros fármacos.
Parte II - Em cada classe farmacológica, estuda-se o mecanismo de acção, particularidades farmacocinéticas, acções farmacológicas e fármacos representativos. Sempre que apropriado, são evidenciados os aspectos com relevância em medicina dentária (interacções farmacológicas, consequências na saúde oral, precauções durante os procedimentos dentários).
Parte III - Os fármacos utilizados no controlo da dor e inflamação, os fármacos que promovem a hemóstase e os fármacos que se utilizam na terapêutica anti-infecciosa são estudados de modo detalhado no que diz respeito aos aspectos de farmacocinética, mecanismo de acção, acções farmacológicas, indicações terapêuticas, interacções farmacológicas e principais fármacos de cada grupo.
Parte IV - Sistematiza-se a informação relativa às manifestações orais dos fármacos, interacções farmacológicas relevantes em medicina dentária e fármacos utilizados em situações de emergência no consultório dentário. Salienta-se ainda a importância da farmacovigilância.
Bibliografia Principal
“Farmacologia e Terapêutica em Medicina Dentária”
Maria Helena Fernandes. Medisa, 2006.
“Pharmacology and Therapeutics for Dentistry”, 5ª edição. J.A. Yagiela, F.J. Dowd, E.A. Neidle. Mosby, 2004.
"Pharmacology and Dental Therapeutics", 3ª edição.
R.A. Seymour, J.G. Meechan, M.S. Yates. Oxford University Press 1999.
"Terapêutica medicamentosa e suas bases farmacológicas", 5ª edição. Coordenação de W. Osswald e S. Guimarães. Porto Editora, 2005.
“Clinical Pharmacology”, 9ª edição. P. N. Bennett, M. J. Brown. Churchill Livingstone, 2003.
Bibliografia Complementar
Artigos científicos recentes sobre os temas em discussão nas aulas teórico-práticas.
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
- Aulas teórico-práticas: 1 aula de 60 minutos.
- Aulas práticas: 1 aula de 120 minutos.
Alunos divididos em duas turmas e organizados em pequenos grupos de trabalho. Frequência obrigatória.
Abordagem aplicada dos temas tratados nas aulas teóricas. Orientação da discussão, sempre que apropriado, para os aspectos relevantes em medicina dentária.
A aula inclui uma apresentação muito breve do tema pelo docente e, seguidamente, os alunos têm oportunidade de o desenvolver e aprofundar, consultando uma bibliografia variada que inclui principalmente artigos científicos recentes e relevantes sobre o assunto em discussão.
A análise crítica de artigos constitui uma componente importante das aulas teórico-práticas. No entanto, estes artigos não constituem fonte de informação primária mas, antes, um instrumento de trabalho que permite ilustrar a relevância dos temas em discussão e aplicar princípios farmacológicos básicos. A consulta de publicações conscencializa o aluno para a complexidade da informação disponível, em termos de quantidade e qualidade, e a importância da sua avaliação crítica. Além disso, possibilita o início de uma prática que deve ser parte integrante de um processo de aprendizagem contínuo.
A metodologia de ensino adoptada privilegia a formação de um espírito de aprendizagem crítico e selectivo e não a memorização indiscriminada de informação. Considera-se objectivo prioritário dar ênfase aos princípios gerais da farmacologia e a sua aplicação a situações específicas, por exemplo, farmacologia dos sistemas de regulação, controlo da dor e inflamação, controlo da infecção. Esta forma de tratar os assuntos, do geral para o particular, acentuando sempre a importância dos conceitos de base, visa minimizar os riscos de uma desactualização dos conhecimentos adquiridos, permitindo simultaneamente a sua aplicação a novas situações.
O ensino da farmacologia especial baseia-se no estudo dos fármacos que são representativos das respectivas classes farmacológicas. Aprecia-se o seu mecanismo de acção e a sua farmacocinética e, a partir destes parâmetros, deduzem-se as respectivas acções farmacológicas, possíveis indicações terapêuticas e efeitos adversos e possibilidade de interacções farmacológicas. Esta metodologia permite uma rápida compreensão das características dos fármacos do mesmo grupo e, também, evidenciar as diferenças que possam existir entre si. Esta abordagem parece ser a solução possível, face à constante variação do espectro de fármacos disponível. Contribui também para estruturar a informação de acordo com a sequência racional para o uso dos fármacos – selecção, esquema de administração, efeitos terapêuticos e adversos e sua monitorização – aspectos que os alunos terão oportunidade de desenvolver em disciplinas clínicas subsequentes.
A participação activa do aluno no processo de aprendizagem é constantemente estimulada. O envolvimento do aluno contribui para o desenvolvimento de uma atitude baseada na curiosidade e exploração do conhecimento, fundamental para o processo de educação contínua que é essencial para todos os profissionais de saúde.
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída com exame final
Obtenção de frequência
Frequência de 2/3 das aulas teórico-práticas e práticas.
Classificação mínima da componente de avaliação contínua = 3 valores
Fórmula de cálculo da classificação final
Opção 1. Avaliação por frequências:
(Média aritmética das classificações das duas frequências) + Classificação da avaliação contínua, e arredondamento da nota.
Opção 2. Avaliação por exame final:
(Classificação do exame final) + Classificação da avaliação contínua, e arredondamento da nota.
Classificação mínima de aprovação na disciplina = 10 valores
Melhoria de classificação
Aplicação das normas estabelecidas pelo Conselho Pedagógico para o ano lectivo 2005/2006.
Observações
Equipa docente:
Maria Helena Raposo Fernandes - Professor Catedrático
Maria de Lurdes Lobo Pereira - Assistente