Resumo: |
A doença de Fabry (DF) é uma doença de armazenamento lisossômico ligado ao X causada pela atividade deficiente da alfa-galactosidase A que leva ao acúmulo de globotriasilceramida (Gb3) nos tecidos afetados, incluindo o coração. Após a introdução da terapia de reposição enzimática, o diagnóstico e o tratamento precoces tornaram-se essenciais para retardar a progressão da doença e prevenir complicações cardíacas graves. Além do acúmulo de Gb3, outros mecanismos contribuem para o desenvolvimento da cardiomiopatia de Fabry. Como forma lentamente progressiva de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), a DF assemelha-se ao fenótipo das formas sarcoméricas mais comuns, embora a fisiopatologia particular determine distintas apresentações clínicas e progressão a longo prazo. O progresso nas técnicas de imagem melhorou o diagnóstico e o estadiamento da doença cardíaca relacionadas à DF. Hipertrofia miocárdica, inflamação e fibrose podem contribuir para a progressão da doença e podem ser inferidas por abordagens de imagem não invasivas, nomeadamente ecocardiografia, ressonância magnética cardíaca ou tomografia por emissão de pósitrons. Uma melhor correlação dos dados de imagem com os processos fisiopatológicos miocárdicos em curso é de particular importância para uma compreensão mais profunda da cardiomiopatia da DF, para o desenvolvimento de novos biomarcadores diagnósticos e prognósticos da doença e também para a expansão de terapias alternativas ou complementares, especialmente na doença cardíaca avançada, onde a resposta à terapia de reposição enzimática é fraca, sem dados que sugiram qualquer efeito na fibrose miocárdica e resultados inconsistentes na progressão da hipertrofia ventricular esquerda.
Neste trabalho pretendemos aprofundar o conhecimento das vias de sinalização envolvidas na remodelagem cardíaca da DF humana, comparando os dados proteómicos de biópsias miocárdicas de doentes com DF com tecido normal de amostras de biópsia de doadores de coração. Neste projeto  |
Resumo A doença de Fabry (DF) é uma doença de armazenamento lisossômico ligado ao X causada pela atividade deficiente da alfa-galactosidase A que leva ao acúmulo de globotriasilceramida (Gb3) nos tecidos afetados, incluindo o coração. Após a introdução da terapia de reposição enzimática, o diagnóstico e o tratamento precoces tornaram-se essenciais para retardar a progressão da doença e prevenir complicações cardíacas graves. Além do acúmulo de Gb3, outros mecanismos contribuem para o desenvolvimento da cardiomiopatia de Fabry. Como forma lentamente progressiva de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), a DF assemelha-se ao fenótipo das formas sarcoméricas mais comuns, embora a fisiopatologia particular determine distintas apresentações clínicas e progressão a longo prazo. O progresso nas técnicas de imagem melhorou o diagnóstico e o estadiamento da doença cardíaca relacionadas à DF. Hipertrofia miocárdica, inflamação e fibrose podem contribuir para a progressão da doença e podem ser inferidas por abordagens de imagem não invasivas, nomeadamente ecocardiografia, ressonância magnética cardíaca ou tomografia por emissão de pósitrons. Uma melhor correlação dos dados de imagem com os processos fisiopatológicos miocárdicos em curso é de particular importância para uma compreensão mais profunda da cardiomiopatia da DF, para o desenvolvimento de novos biomarcadores diagnósticos e prognósticos da doença e também para a expansão de terapias alternativas ou complementares, especialmente na doença cardíaca avançada, onde a resposta à terapia de reposição enzimática é fraca, sem dados que sugiram qualquer efeito na fibrose miocárdica e resultados inconsistentes na progressão da hipertrofia ventricular esquerda.
Neste trabalho pretendemos aprofundar o conhecimento das vias de sinalização envolvidas na remodelagem cardíaca da DF humana, comparando os dados proteómicos de biópsias miocárdicas de doentes com DF com tecido normal de amostras de biópsia de doadores de coração. Neste projeto pretendemos também caracterizar o processo de remodelagem cardíaca através da análise do perfil de microRNAs relacionados à cardiomiopatia hipertrófica e seu valor diagnóstico e prognóstico. Os microRNAs (miRNAs) são moléculas de RNA não codificantes que desempenham papéis cruciais no processo patológico de remodelagem cardíaca. Consequentemente, os miRNAs relacionados à FD podem representar potenciais novos alvos diagnósticos e terapêuticos. Espera-se que os resultados permitam, pela primeira vez, a identificação de assinaturas de microRNA na DF que possam servir simultaneamente como biomarcadores e alvos terapêuticos. Adicionalmente, pretendemos caracterizar o processo de fibrose miocárdica através de uma nova técnica de imagem molecular, determinando o seu valor no diagnóstico e prognóstico da DF. |