Para o estudo do paradigma patrimonialista e custodial: a Inspecção das Bibliotecas e Arquivos e o contributo de António Ferrão (1887-1965)

• Tipo: Livro
• Data: 2008

Autores

Ribeiro, Fernanda (Autor) FLUP

Editora

Afrontamento

Porto

Classificação Científica

FOS: Ciências sociais > Outras ciências sociais

CORDIS: Humanidades > Ciência da Informação

Outras Informações

Resumo (PT): Criada ainda durante a vigência do regime monárquico, a Inspecção-Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos tutelou o sector estatal das bibliotecas e arquivos durante cerca de oitenta anos, quer quanto à definição de políticas e de medidas legislativas, quer em relação às orientações técnicas e de gestão. A sua actividade foi particularmente significativa durante a Primeira República e as duas primeiras décadas do Estado Novo, exercendo sempre uma acção que se pautava pelo alinhamento com as políticas governamentais para a área da instrução. No quadro da Inspecção assumem particular relevo duas personalidades marcantes para as áreas da Biblioteconomia e da Arquivística, pelos papéis que desempenharam na gestão do património documental, na orientação das políticas, na concepção de textos legislativos e no desenvolvimento de estudos de carácter técnico, bem em sintonia com as tendências internacionais. Foram elas Júlio Dantas e António Ferrão, nomes bastante ignorados neste campo, apesar de terem exercido o mais alto cargo na Inspecção ao longo de mais de quatro décadas. Em particular António Ferrão, cuja actividade é tratada, na segunda parte deste livro, com maior profundidade, desempenhou um papel ímpar no contexto da Biblioteconomia e da Arquivística portuguesas, dada a sua formação técnica exemplar e a visão moderna e inovadora com que perspectivava as políticas para um sector tão pouco acarinhado pelos poderes públicos, especialmente durante o regime implantado em 28 de Maio de 1926. Nesta obra, o estudo da actividade da Inspecção e daqueles que a dirigiram deixa bem claro como, em Portugal, se foram afirmando as chamadas técnicas (ou ciências) documentais, os serviços públicos de documentação/informação e o ensino profissional destinado a formar bibliotecários e arquivistas. Todas estas vertentes, no seu conjunto, formam um edifício com coerência e ajustado a uma perspectiva em que a custódia de documentos, a conservação e valorização do património e a difusão de informação ao serviço dos investigadores (na sua maioria historiadores) constituem as linhas fundamentais. A consolidação deste modelo não esteve, todavia, isenta de constrangimentos, de abalos e de rupturas, pelo que se pode afirmar que o paradigma em construção gerou, no seu seio, os factores da crise que o haveriam de pôr em causa quando o desenvolvimento galopante da tecnologia sobreveio.

Idioma: Português

Tipo (Avaliação Docente): Científica

Nº de páginas: 302

ISBN: 972-36-0948-6

Coleção: Comunicação, arte, informação

Vol.: 4