Resumo: |
A radioactividade dispersa no ambiente resulta não apenas das actividades relacionadas com o ciclo do combustível nuclear mas também de diversas actividades tecnológicas. As indústrias não nucleares mais relevantes do ponto de vista de emissão de elementos radioactivos são a indústria dos fosfatos, cerâmica e actividades de produção de energia eléctrica, em particular as centrais térmicas de carvão. Nos últimos anos têm havido alguma discussão sobre a potencial elevação do fundo radioactivo nas áreas envolventes das centrais térmicas de carvão. Desde a publicação do artigo "Radiological Impact of Airborne Effluents of Coal and Nuclear Plants" [1] que se sabe que a elevação do fundo radioactivo originado por uma central térmica a carvão é largamente superior à do fundo radioactivo originada por uma central nuclear; as emissões atmosféricas de uma central térmica contêm elevadas concentrações de urânio e tório, para além dos elementos radioactivos resultantes do seu decaimento (rádio, radão, polónio, bismuto e chumbo), bem como a emissão não desprezável de 40K.
Dado que os elementos radioactivos não são parâmetros obrigatórios de controlo nas emissões atmosféricas de uma central térmica de carvão, não existem dados de medição ou estimativas da concentração dos elementos radioactivos emitidos. Como consequência, a previsão da dispersão e da mobilidade dos radionuclídeos no ambiente é baseado em informação muito limitada e o impacto radiológico da exposição a estes elementos radioactivos é ainda desconhecido. Propõe-se a investigação
da dispersão dos elementos radioactivos presentes nas emissões de uma central térmica de carvão para a avaliação do risco radiológico induzido pela elevação do fundo radioactivo natural na área envolvente.
No âmbito deste projecto pretendemos construir um modelo específico de dispersão ambiental para esta situação, que é extremamente dependente das condições meteorológicas no local em que a central térmica está implementada.
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Resumo A radioactividade dispersa no ambiente resulta não apenas das actividades relacionadas com o ciclo do combustível nuclear mas também de diversas actividades tecnológicas. As indústrias não nucleares mais relevantes do ponto de vista de emissão de elementos radioactivos são a indústria dos fosfatos, cerâmica e actividades de produção de energia eléctrica, em particular as centrais térmicas de carvão. Nos últimos anos têm havido alguma discussão sobre a potencial elevação do fundo radioactivo nas áreas envolventes das centrais térmicas de carvão. Desde a publicação do artigo "Radiological Impact of Airborne Effluents of Coal and Nuclear Plants" [1] que se sabe que a elevação do fundo radioactivo originado por uma central térmica a carvão é largamente superior à do fundo radioactivo originada por uma central nuclear; as emissões atmosféricas de uma central térmica contêm elevadas concentrações de urânio e tório, para além dos elementos radioactivos resultantes do seu decaimento (rádio, radão, polónio, bismuto e chumbo), bem como a emissão não desprezável de 40K.
Dado que os elementos radioactivos não são parâmetros obrigatórios de controlo nas emissões atmosféricas de uma central térmica de carvão, não existem dados de medição ou estimativas da concentração dos elementos radioactivos emitidos. Como consequência, a previsão da dispersão e da mobilidade dos radionuclídeos no ambiente é baseado em informação muito limitada e o impacto radiológico da exposição a estes elementos radioactivos é ainda desconhecido. Propõe-se a investigação
da dispersão dos elementos radioactivos presentes nas emissões de uma central térmica de carvão para a avaliação do risco radiológico induzido pela elevação do fundo radioactivo natural na área envolvente.
No âmbito deste projecto pretendemos construir um modelo específico de dispersão ambiental para esta situação, que é extremamente dependente das condições meteorológicas no local em que a central térmica está implementada.
Adicionalmente, além dos elementos radioactivos, são libertadas elevadas quantidades de outros compostos, tais como Al, Fe e S, e metais como o As, Cd, Cr, Ni, Pb, Zn, Hg e V. Pretende-se avaliar o risco da exposição aos metais libertados e acumulados
nos solos da área envolvente. O objectivo final é a aplicação do modelo, incluindo a sua calibração, à Central Térmica de Sines.
Neste projecto será feito um levantamento da informação meteorológica do local (regime de ventos, pluviosidade e temperatura). Será implementado na área envolvente à central térmica de Sines um programa de amostragem dos aerossóis durante 1 ano. Obter-se-á ao fim deste período a concentração dos aerossóis depositados por unidade de área e por unidade de tempo. Simultaneamente será feita amostragem dos elementos radioactivos e dos metais dispersos e depostos na mesma envolvente. Para os quantificar os metais será usado um espectrómetro portátil por fluorescência de Raios-X numa malha de amostragem a definir em função da área envolvente considerada. Para os elementos radioactivos será usado um equipamento portátil de medição da radiação com descriminação de energia para determinação da distribuição isotópica. Os dados da distribuição espacial dos metais pesados e dos elementos radioactivos serão tratados por técnicas estatísticas e geostatística com integração em Sistemas de Informação Geográfica; pretende-se assim desenvolver um modelo fenomenológico da libertação e dispersão dos metais e dos elementos radioactivos mais relevantes em termos de elevação do fundo radioactivo natural para determinação das doses de inalação e de ingestão. Por fim, esta informação será o suporte para a avaliação do correspondente risco representado pela cartografia temática do risco. |