Resumo: |
O peso relativo do consumo de energia dos edifícios existentes no consumo global energético verificado no sector dos edifícios está a adquirir um papel cada vez mais relevante. Tal deve-se a uma crescente melhoria verificada na qualidade da envolvente dos edifícios novos, devido em grande parte ao uso generalizado de isolamento, a melhores envidraçados e ao recurso a diferentes técnicas de conservação de energia entre outros, resultando em edifícios com significativas menores necessidades de aquecimento e arrefecimento quando comparados com os edifícios existentes. Em Portugal existem 2 560 911 de edifícios construídos antes de 1990 (ano da publicação do 1º regulamento relativo ao comportamento térmico dos edifícios) representando 76.6% do total de edifícios existentes. Devido à falta de exigências e preocupações térmicas, estes edifícios apresentam-se como altamente consumidores de energia quando se pretende neles garantir condições de conforto mínimas. Neste contexto, existem previsões de que os edifícios construídos em Portugal até 1990, contribuirão, em 2050, com mais de 80% dos consumos energéticos então verificados, se neles não forem feitas quaisquer intervenções de reabilitação energética.
Por outro lado, o estado de degradação em que se encontra grande parte do parque habitacional português assume proporções que podem ser consideradas preocupantes. Tal, provoca uma diminuição da qualidade de vida das populações e uma deterioração do património edificado, enquanto memória colectiva. Verifica-se que em Portugal, nos últimos anos, apenas cerca de 13% do total do investimento é destinado à conservação e recuperação do património edificado, enquanto que a média europeia é de cerca de 40%. De um modo geral, o país ainda não se encontra sensibilizado para a reabilitação de edifícios sendo sempre mais valorizados os edifícios novos.
Adicionalmente, a entrada em vigor da nova regulamentação energética em Portugal, baseada na Directiva Europeia para a Eficiênci |
Resumo O peso relativo do consumo de energia dos edifícios existentes no consumo global energético verificado no sector dos edifícios está a adquirir um papel cada vez mais relevante. Tal deve-se a uma crescente melhoria verificada na qualidade da envolvente dos edifícios novos, devido em grande parte ao uso generalizado de isolamento, a melhores envidraçados e ao recurso a diferentes técnicas de conservação de energia entre outros, resultando em edifícios com significativas menores necessidades de aquecimento e arrefecimento quando comparados com os edifícios existentes. Em Portugal existem 2 560 911 de edifícios construídos antes de 1990 (ano da publicação do 1º regulamento relativo ao comportamento térmico dos edifícios) representando 76.6% do total de edifícios existentes. Devido à falta de exigências e preocupações térmicas, estes edifícios apresentam-se como altamente consumidores de energia quando se pretende neles garantir condições de conforto mínimas. Neste contexto, existem previsões de que os edifícios construídos em Portugal até 1990, contribuirão, em 2050, com mais de 80% dos consumos energéticos então verificados, se neles não forem feitas quaisquer intervenções de reabilitação energética.
Por outro lado, o estado de degradação em que se encontra grande parte do parque habitacional português assume proporções que podem ser consideradas preocupantes. Tal, provoca uma diminuição da qualidade de vida das populações e uma deterioração do património edificado, enquanto memória colectiva. Verifica-se que em Portugal, nos últimos anos, apenas cerca de 13% do total do investimento é destinado à conservação e recuperação do património edificado, enquanto que a média europeia é de cerca de 40%. De um modo geral, o país ainda não se encontra sensibilizado para a reabilitação de edifícios sendo sempre mais valorizados os edifícios novos.
Adicionalmente, a entrada em vigor da nova regulamentação energética em Portugal, baseada na Directiva Europeia para a Eficiência Energética dos Edifícios (EPBD), vem obrigar à certificação energética dos edifícios novos e também de todos os edifícios de serviços existentes bem como dos edifícios residenciais existentes, embora estes apenas na sua venda ou aluguer. Este facto pode transformar o desempenho energético global do edifício num factor determinante aquando da sua transacção, ou seja, o mercado vai compelir à execução de reabilitações energéticas de modo a aumentar o valor comercial dos edifícios mais antigos. No entanto, actualmente, a maioria das obras de reabilitação consistem em actos isolados de substituição de materiais e/ou componentes degradados. Este tipo de intervenções resulta sistematicamente em obras caras e com poucos resultados práticos em termos de redução do consumo energético, resultando em longos períodos de amortização do investimento. Este tipo de intervenção pode até levar ao aparecimento de novos problemas no edifício, como o aparecimento de condensações locais ou sobreaquecimento. Apenas com intervenções de reabilitação integradas e bem estruturadas, que englobem medidas eficazes com a finalidade de reduzir as necessidades energéticas e os custos de manutenção, aumentar a segurança e o valor de mercado, assim como o conforto e a estética, é possível tornar os edifícios reabilitados mais atractivos e competitivos em termos qualitativos quando comparados com os edifícios novos.
Por outro lado, a reabilitação pode ganhar muito com a aplicação de sistemas prefabricados que integrem os novos conceitos e tecnologias de construção. |