Resumo: |
As micotoxinas são metabolitos tóxicos produzidos por vários fungos presentes em produtos alimentares. A ocratoxina A (OTA) está incluída neste grupo de metabolitos, pelo que tem vindo a ser intensivamente estudada nos últimos anos, mais precisamente quanto aos factores de risco, efeitos toxicológicos e riscos de exposição face a diferentes tipos de alimentos. Estudos realizados sobre a exposição à OTA permitiram concluir que este metabolito tóxico ocorre em pequenas quantidades num grande número de alimentos, ao invés de estar localizado ou confinado num único tipo.
Na década de 90, a detecção esporádica de ocratoxina A em vinhos (1) tornou-a importante em termos de segurança alimentar.
Durante os últimos três anos, esta equipa de investigação estudou a ocorrência de OTA em vinhos da região Norte - Vinho do Porto e Vinho Verde - através de um projecto AGRO, que termina em Fevereiro de 2005. Têm sido efectuados muitos estudos (que incluem mais de 600 amostras), indicando que a contaminação dos vinhos não é significativa (3,4,5,6). A OTA foi detectada nas uvas em níveis extremamente baixos, mas suficientemente elevados para se questionar o seu percurso durante as vinificações. Assim, foram efectuadas microvinificações, pelo que o nosso grupo de investigação concluiu que 80% da OTA ficava nas partes sólidas (borra do vinho e bagaços), parecendo que a sua degradação não ocorria. As questões que se colocam são as seguintes: será que as toxinas aparecem nos sub-produtos de vinificação?; será que sofrem algum tipo de degradação?; e será que voltam para o ambiente ou entram na cadeia alimentar, amplificando a sua toxicidade?.
A Região Demarcada do Douro no Norte de Portugal tem 39 000 ha de vinha e é responsável pela produção anual de mais de 50 milhões de produtos enológicos - borra de vinho e bagaço. Até ao momento, não existe informação sobre o destino final da ocratoxina A presente nesses produtos, razão pela qual este projecto tenta resolver |
Resumo As micotoxinas são metabolitos tóxicos produzidos por vários fungos presentes em produtos alimentares. A ocratoxina A (OTA) está incluída neste grupo de metabolitos, pelo que tem vindo a ser intensivamente estudada nos últimos anos, mais precisamente quanto aos factores de risco, efeitos toxicológicos e riscos de exposição face a diferentes tipos de alimentos. Estudos realizados sobre a exposição à OTA permitiram concluir que este metabolito tóxico ocorre em pequenas quantidades num grande número de alimentos, ao invés de estar localizado ou confinado num único tipo.
Na década de 90, a detecção esporádica de ocratoxina A em vinhos (1) tornou-a importante em termos de segurança alimentar.
Durante os últimos três anos, esta equipa de investigação estudou a ocorrência de OTA em vinhos da região Norte - Vinho do Porto e Vinho Verde - através de um projecto AGRO, que termina em Fevereiro de 2005. Têm sido efectuados muitos estudos (que incluem mais de 600 amostras), indicando que a contaminação dos vinhos não é significativa (3,4,5,6). A OTA foi detectada nas uvas em níveis extremamente baixos, mas suficientemente elevados para se questionar o seu percurso durante as vinificações. Assim, foram efectuadas microvinificações, pelo que o nosso grupo de investigação concluiu que 80% da OTA ficava nas partes sólidas (borra do vinho e bagaços), parecendo que a sua degradação não ocorria. As questões que se colocam são as seguintes: será que as toxinas aparecem nos sub-produtos de vinificação?; será que sofrem algum tipo de degradação?; e será que voltam para o ambiente ou entram na cadeia alimentar, amplificando a sua toxicidade?.
A Região Demarcada do Douro no Norte de Portugal tem 39 000 ha de vinha e é responsável pela produção anual de mais de 50 milhões de produtos enológicos - borra de vinho e bagaço. Até ao momento, não existe informação sobre o destino final da ocratoxina A presente nesses produtos, razão pela qual este projecto tenta resolver esta situação, garantindo a prevenção da sua disseminação através da cadeia alimentar.
Pretende-se realizar um estudo abrangente sobre o teor de OTA nos produtos resultantes da vinificação de vinhos da região do Douro, através de uma amostragem efectuada pela Sub-Vidouro, centro de reciclagem de produtos de vinificação da região. A caracterização físico-química das amostras será realizada pela UTAD, a análise da OTA pelo LEPAE/FEUP e os estudos de degradação pela Universidade do Minho. De forma a contribuir para a sua prevenção, vão também ser estudados o destino final da OTA, os seus produtos de degradação e/ou as condições favoráveis à sua formação, bem como, se necessário, reacções químicas específicas para a sua eliminação.
Este projecto irá contribuir para incrementar o conhecimento sobre o percurso das micotoxinas no ambiente, contribuindo para a conservação da natureza e para uma melhor qualidade de vida. |