Apresentação Pessoal
Natural do Porto (1954) onde estudou e em cuja Universidade tem desenvolvido a sua atividade profissional. A nível de licenciatura, concluiu em 1977 o curso de Teologia (no Instituto de Ciências Humanas e Teológicas, Porto, afiliado na Universidade Católica) e em 1980 licenciou-se em História (Faculdade de Letras da Universidade do Porto). Foi então professor do ensino secundário e colaborador de vários periódicos, nomeadamente o diário “O Primeiro de Janeiro”.
Em 1981 escreveu os seus primeiros trabalhos de índole científica, publicados numa Antologia de Espirituais Portugueses, coordenada por Maria de Lurdes Belchior, Aida Dias, Fernando Cristovão e José Adriano de Freitas Carvalho, posteriormente publicada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Em 1982 concorreu e foi admitido como Assistente Estagiário na Universidade do Minho na área de História e Ciências Sociais, e em 1983 transitou para a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Estudos Portugueses e Românicos (DEPER). Aqui prestou as suas Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, em 1987, obtendo a nota máxima com a lição apresentada sobre «A pregação ao serviço da Revolução (1820)» e o «trabalho de síntese» sobre «Os Lóios e a reforma religiosa em meados do Seculo XVI» (ambos publicados).
Foi Bolseiro da Fundação Gulbenkian e do INIC, realizando investigações nas bibliotecas e arquivos romanos com vista ao seu plano de doutoramento sobre as correntes místicas quietistas em Portugal.
Anteriormente Assistente Estagiário e Assistente, tornou-se Professor Auxiliar (com nomeação definitiva em 2007) da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, DEPER, onde em 30.7.2002 obteve o grau de Doutor em Letras (Cultura Portuguesa), «com distinção e louvor por unanimidade», perante apresentação e defesa pública da tese Beatas, Inquisidores e teólogos. Reacção Portuguesa a Miguel de Molinos (2 tomos). Essa tese, uma vez publicada pelo Centro Inter-Universitário de História da Espiritualidade (Porto, 2005, 461 pp.), dirigido por José Adriano de Freitas Carvalho, suscitou recensões favoráveis como «um bom serviço à história da cultura e da espiritualidade» e «muito útil para uma história dos heterodoxos portugueses» (cf. Eduardo Javier Alonso Romo, Rev. de Estudios Portugueses, Univ. de Salamanca, n.º 7, pp. 295-297). Nesse livro e em vários trabalhos anteriores nele convergentes, na esteira de um caminho de longa data indicado por Massimo Petrocchi em Itália e Ellacuria Beascoechea em Espanha, a sua investigação consistiu na prospeção e estudo das doutrinas e correntes místicas quietistas e anti-quietistas em Portugal, especialmente do impacto do molinosismo e do anti-molinosismo na sociedade e cultura portuguesas de finais de seiscentos e do século XVIII, rastreando naturalmente a vigilância, prevenção e repressão inquisitoriais ao longo do tempo, bem como as correspondentes orientações pastorais e da literatura de espiritualidade que acompanharam as atitudes da hierarquia e do tribunal. A exploração dos arquivos inquisitoriais como incontornáveis fontes para conhecimento das formas de mentalidade, sociabilidade e vida quotidiana, dos instrumentos e mecanismos de circulação de ideias, de criação de heterodoxias, dissidências religiosas ou redes de cumplicidade nicodemítica, ou mesmo na sua extraordinária importância para a história da colonização portuguesa e das suas pulsões messiânicas e quinto-imperiais nunca mais abandonaram os seus interesses intelectuais. Com colaboração e liderança em diversos projetos científicos concluídos, conta mais de centena e meia de trabalhos publicados, incluindo livros, artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, comunicações em colóquios e congressos, volumes de homenagem e recensões.
Foi docente de várias unidades curriculares de História, Cultura e Literatura Portuguesas, nos três ciclos de estudos previstos na U.P. e pós-doc., tendo outrossim sido docente na Universidade Católica (Faculdade de Teologia, Porto), docente de mobilidade Erasmus (Itália), e arguido e orientado teses de mestrado e doutoramento em Portugal, Espanha e Brasil. Ministrou ainda, neste último país, a alunos de pós-graduação (mestrado e doutoramento) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Baía (Salvador) conferências e mini-cursos de História Religiosa Moderna (2011 e 2018).
A sua principal área de investigação é a História da Cultura Portuguesa (Épocas Moderna e Contemporânea). Esteve integrado no Instituto de Cultura Portuguesa, no Centro Inter-Universitário de História da Espiritualidade (CIUHE), e é atualmente investigador integrado do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM), unidade de I&D com sede na FLUP. Foi membro de várias sociedades científicas nacionais (como a SPAE, Sociedade Portuguesa de Retórica e REPORT(H)A, rede portuguesa de História Ambiental). Foi investigador e integrou o Conselho Científico do Centro de Estudos do Pensamento Português (CEPP) da Universidade Católica.
Coordenou a Revista CEM, pertence ao conselho de redação da Revista Via Spiritus (CITCEM) e tem colaborado e feito arbitragem científica em várias revistas nacionais e estrangeiras.
Vide algumas publicações recentes e algumas outras publicações relevantes no perfil Ciência Vitae (E21D-7D58-0FB1).
Foi Presidente da Associação Católica do Porto (2010-2011). Foi Diretor do Círculo Dr. José de Figueiredo (2006-2012) e da Revista MVSEV (Museu Nacional de Soares dos Reis), instituições no âmbito das quais promoveu colóquios, ciclos de conferências, exposições e iniciativas de animação museológica. Foi então membro do júri do Prémio Magalhães Basto (dissertações de doutoramento sobre a História da Cidade do Porto), instituído pelo Círculo Dr. José de Figueiredo e pela Fundação Eng.º António de Almeida. Pertenceu à Comissão de Acompanhamento de Curso Mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes do DEPER. Presidiu à Comissão de Ética da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Professor aposentado desde final de 2020, participa atualmente do Projeto FCT «Letras no Claustro: Bibliotecas monásticas a Norte de Portugal da Idade Média ao século XIX» e integra o projeto «Arquivos e Estudos do Miguelismo, 1822-1866». Dirige o «Centro de Estudos Beneditinos Prof. Frei Geraldo Coelho Dias (O.S.B.)» sediado no Mosteiro Beneditino de Refojos, Cabeceiras de Basto.