Código: | MI245143 | Sigla: | FPFTER2 |
Áreas Científicas | |
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Classificação | Área Científica |
OFICIAL | Ciências da Saúde |
Ativa? | Sim |
Página Web: | https://moodle.up.pt/course/view.php?id=1952 |
Unidade Responsável: | Laboratório de Farmacologia |
Curso/CE Responsável: | Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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MICF | 171 | MICF - Plano de Transição 2023/24 - 2024/25 - 2025/26 | 5 | - | 6 | 52 | 162 |
Docente | Responsabilidade |
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Maria da Glória Correia da Silva Queiróz | Regente |
Jorge Manuel Moreira Gonçalves | Regente |
Teórica: | 2,00 |
Prática e Laboratorial: | 2,00 |
Tipo | Docente | Turmas | Horas |
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Teórica | Totais | 1 | 2,00 |
Maria da Glória Correia da Silva Queiróz | 1,00 | ||
Jorge Manuel Moreira Gonçalves | 1,00 | ||
Prática e Laboratorial | Totais | 9 | 18,00 |
Maria da Glória Correia da Silva Queiróz | 8,50 | ||
Joaquim António Faria Monteiro | 6,00 | ||
Patrocínia Maria Pinto de Castro e Rocha | 1,50 | ||
Jorge Manuel Moreira Gonçalves | 2,00 |
A UC de Fisiopatologia e Farmacoterapia II está integrada numa sequência de UCs onde constam a Farmacologia I e II e a Fisiopatologia e Farmacoterapia I.
No seu conjunto, estas UCs têm como objetivo de aprendizagem ajudar o estudante a:
O ensino teórico será utilizado para apresentações genéricas de cada um dos temas, procurando-se dar aos estudantes uma visão global de cada capítulo que os prepare para uma aprendizagem autónoma e para uma atualização contínua ao longo da sua vida profissional. Assim, em cada capítulo serão selecionados os pontos chave que ajudem o estudante a:
Neste contexto, a unidade curricular de Fisiopatologia e Farmacoterapia II tem como objetivos específicos, auxiliar o estudante a conseguir um conhecimento fisiopatológico, e farmacoterapêutico consistente e crítico, adequado à graduação em Ciências Farmacêuticas nas áreas do cancro e infeção; protocolos especiais usados no tratamento do cancro e das doenças infeciosas agudas e crónicas mais frequentes e respetiva sintomatologia associada; conhecer os principais grupos de fármacos utilizados nas áreas abordadas, os seus mecanismos de ação e reações adversas e particularidades sobre a sua utilização clínica.
Como principais resultados de aprendizagem, espera-se que os estudantes adquiram os conhecimentos e desenvolvam a capacidade de:
1. Demonstrar possuir um conhecimento detalhado dos alvos farmacológicos e dos fármacos de referência.
2. Sejam capazes de avaliar criticamente o estado da arte em cada uma das áreas fisiopatológicas e farmacológicas abordadas.
3. Conheçam as condicionantes presentes no acesso e no uso dos fármacos de referência.
4. Demonstrem ter um profundo conhecimento do avanço recente da investigação em cada uma das áreas e sejam capazes de reunir informação relevante e de a transmitir de forma escrita e oral.
5. Desenvolvam dinâmicas de trabalho inter-grupos e intragrupo e demonstrem capacidade para comunicar e discutir o conhecimento farmacológico através de diferentes formas de comunicação e perante diversos públicos.
Contribuição dos resultados de aprendizagem para os objetivos do MICF
Contribuição para o Ato Farmacêutico
a) Interpretar e avaliar prescrição médicas;
b) Informação e consulta sobre medicamentos de uso humano, sujeitos e não sujeitos a prescrição médica, junto de profissionais de saúde e de doentes, de modo a promover a sua correta utilização;
c) Monitorização de fármacos e o estabelecimento de esquemas posológicos individualizados;
d) Interpretação de análises biológicas.
Contribuição para o Quadro 2 da Diretiva 2005/36/EC
(e) conhecimento adequado do metabolismo e dos efeitos dos medicamentos, da ação das substâncias tóxicas e da utilização dos medicamentos;
(f) conhecimento adequado para avaliar dados científicos sobre medicamentos, a fim de ser capaz de fornecer informações adequadas com base nesses conhecimentos.
Contribuição para as competências definidas no documento “FIP Global Competency Framework”:
"1.1 Resposta de emergência
1.1.1 Participar na resposta a emergências da saúde pública
1.2 Promoção da saúde
1.2.2 Aconselhamento na promoção da saúde, controlo e prevenção de doenças e estilos de vida saudáveis
1.3 Aconselhamento e Informação sobre Medicamentos
1.3.1 Aconselhamento do paciente/população no uso seguro e racional dos medicamentos (incluindo na seleção, uso, contraindicações, armazenamento, e efeitos adversos de medicamentos com ou sem necessidade de prescrição)
2.6 Diagnóstico e aconselhamento do paciente
2.6.4 Avaliar, validar e produzir informação de educação para a saúde, aconselhamento na medicação e cuidados de saúde
2.6.5 Discutir e acordar com os pacientes no uso apropriado dos medicamentos, tendo em conta as suas preferências
4.1 Competências de comunicação
4.1.2 Comunicar de modo efetivo com profissionais de saúde e com familiares dos pacientes
4.1.3 Ajustar a comunicação às necessidades do paciente
4.1.4 Competências de comunicação apropriadas, incluindo através de plataformas eletrónicas e digitais
4.3 Competências digitais
4.3.1 Identificar, gerir, organizar, armazenar e partilhar informação digital
4.3.2 Análise crítica, avaliação e interpretação de informação digital e das suas fontes
4.3.3 Quando aplicável, participar em serviços de saúde digitais, promover a saúde com tecnologias digitais
4.8 Garantia de qualidade e investigação no local de trabalho
4.8.1 Aplicação dos resultados da investigação e aplicação na análise dos riscos/benefícios (exemplo investigação pré-clínica, clínica, trials, dados experimentais e avaliação de risco)."
Os estudantes devem ter conhecimentos sobre fisiologia, microbiologia, imunologia e sobre os mecanismos gerais de ação dos fármacos e o seu ciclo geral no organismo.
1. Introdução à oncologia.
1.1 O que é o cancro? A nossa perceção sobre esta doença ao longo dos últimos cem anos.
1.2 Cancros e tumores, modos de classificação.
Tumores benignos e tumores malignos. Sólidos e líquidos. Primários e secundários.
1.3 As diferentes perspetivas sobre uma doença: a visão do médico, do farmacêutico e do doente e da sua família. Considerações éticas e de qualidade no doente com cancro. Tomada de decisão compartilhada com o paciente. A esperança média de vida e a gestão de expectativas.
2. Epidemiologia do cancro.
2.1 Definições básicas: incidência, prevalência e mortalidade.
2.2 Incidência global e regional. Taxas de incidência por tipo de cancro. Variações geográficas e tendências. Fatores que influenciam a tendência. Conceito de prevalência e sua importância. Prevalência por tipo de cancro e por região. Impacto do avanço do tratamento na prevalência.
2.3 Fatores de risco: modificáveis e não modificáveis.
2.4 Estratégias de prevenção primária e secundária.
3. Fisiopatologia do cancro.
3.1 O processo de carcinogénese. Hiperplasia, displasia e neoplasia. Possíveis mecanismos envolvidos no aparecimento das alterações histológicas. Transição epitelial-mesenquimal e transição mesenquimal-epitelial e formas de diferenciação semelhantes que ocorrem em células não-epiteliais. Da proliferação celular à formação do tumor. Organização típica dos tumores benignos e malignos (cancros) sólidos. Tipos de células presentes nos tumores; células tumorais, inflamatórias, adipócitos. Matriz extracelular dos tumores sólidos. Vasos sanguíneos e linfáticos dos tumores: sua formação, regulação e função. O microambiente tumoral e sua importância no controlo do acesso e na ação das células inflamatórias no tumor.
3.2 A interpretação da carcinogénese através das diferentes hipóteses.
3.2.1 Hipótese genética: papel das mutações e da instabilidade genética na formação dos tumores. Oncogenes e genes supressores do tumor.
3.2.2 Hipótese epigenética: principais vias de alteração da transcrição e pós-translacional que regulam a diferenciação e proliferação celular e sua possível relação com a tumorigénese.
3.2.3 Hipótese metabólica: efeito Warburg e sua relação com as alterações metabólicas da célula tumoral. Evolução da hipótese metabólica: desde a disfunção mitocondrial à reprogramação metabólica.
3.2.4 Hipótese atávica: a hipótese atávica da carcinogénese e bases científicas que a suportam.
3.2.5 Para um modelo de síntese da carcinogénese: relação entre as alterações genéticas, epigenéticas e metabólicas que podem conduzir a uma regressão evolutiva da célula da de um organismo multicelular complexo para um organismo primitivo.
3.3 Biologia celular e molecular do cancro.
3.3.1 Bases moleculares da carcinogénese.
Possíveis bases moleculares para explicar alterações na transição epitelial-mesenquimal e mesenquimal-epitelial na carcinogénese. O fator induzido pela hipoxia (HIF) como um potencial indutor da reprogramação metabólica. HIF-1 e HIF-2. Modos de regulação dos HIFs e dos seus efeitos sobre a transcrição. Genes regulados pelos HIFs. Como a reprogramação metabólica pode influenciar a regulação da expressão genética: casos de influências sobre a p53 e sobre as BRCAs. Influência da reprogramação metabólica na proliferação celular, na formação da matriz extracelular e na angiogénese.
3.3.2 Alterações na relação com o exterior das células tumorais.
Alterações na composição da membrana citoplasmática nas células tumorais. Papel dos rafts da membrana citoplasmática na dinâmica membranar. Tipos de endocitose e formas de transferência e distribuição da carga endocitada. Via da clatrina e da caveolina. Envolvimento da tubulina no tráfico vesicular. Papel dos motores moleculares e das GTPases de baixo peso molecular. Influência da alteração da dinâmica membranar nos modos canónicos e não canónicos da sinalização celular causada por mensageiros extracelulares. Impacto das alterações metabólicas no tráfico vesicular intracelular para a membrana e possível relação com exossomas.
3.3.3 O tónus imunossupressor do tumor.
Atividade imunogénica dos tumores. A criação de um ambiente imunossupressor no tumor. Substâncias de baixo peso molecular presentes no microambiente tumoral que previnem o reconhecimento imunológico: adenosina e metabolitos da indoleamina 2,3-dioxygenase (IDO). Reguladores negativos da imunidade: papel da PD-1, CTLA-4.
3.3.4 A quiescência celular no cancro.
Noção de quiescência. Vias metabólicas associadas à quiescência. Impacto da quiescência na resposta à terapêutica.
3.3.5 Metastização.
O processo de formação de metástases. Locais prováveis de metastização e de formação de tumores secundários.
4. Tratamento farmacológico e não farmacológico do cancro.
4.1 Tratamentos não farmacológicos.
Radioterapia e cirurgia.
Posicionamento da quimioterapia oncológica perante os tratamentos não farmacológicos.
4.2 Princípios da quimioterapia oncológica.
História e evolução da quimioterapia.
Posicionamento da quimioterapia face a outros tratamentos do cancro.
Racional para a utilização de combinações de fármacos em quimioterapia oncológica.
Esquemas de tratamento em quimioterapia oncológica.
Fármacos usados em quimioterapia oncológica e formas de os agrupar. A classificação com base no local e mecanismo de ação.
Síntese do perfil farmacológico dos quimioterápicos, com apresentação dos mecanismos de ação, aspetos especiais de farmacocinética, segurança, reações adversas, segurança na preparação e dimensões sociais e farmacoeconómicas: fármacos alquilantes e complexos de platina; antimetabolitos; análogos das purinas e inibidores relacionados; modificadores da polimerização da tubulina; inibidores da topoisomerase; inibidores de cínases intracelulares; inibidores da angiogénese; moduladores do turnover proteico; inibidores da PARP; terapias dirigidas (EGFR; HER2; VEGF); anticorpos contra antigénios de superfície; terapia hormonal; moduladores dos recetores dos estrogénios; inibidores da aromatase; agonistas dos recetores da progesterona; moduladores da libertação de gonadotrofinas.
5. Esquemas terapêuticos de acordo com as Guidelines.
6. A investigação terapêutica em cancro e a oportunidade do uso de fármacos reposicionados em oncologia.
7. Quimioterapia das doenças infeciosas.
7.1 Critérios de seleção da antibioterapia e antivirais. Guidelines usados no tratamento de doenças infeciosas.
7.2 Sintomatologia, exames de diagnóstico, fisiopatologia e tratamento de infeções comuns em diferentes sistemas:
a. Infeções do sistema nervoso central (meningite);
b. Infeções do trato respiratório (pneumonia, gripe);
c. Infeções do sistema cardiovascular (endocardite);
d. Infeções do trato genitourinário (cistite e pielonefrite);
e. Infeções do trato gastrointestinal (diarreia, úlceras por H. pylori);
f. Infeções sexualmente transmissíveis (gonorreia, clamídea e sífilis);
g. Infeção do pé diabético.
7.3 Doenças infeciosas com protocolos de tratamento especiais:
a. Tuberculose;
b. Infeção por vírus da imunodeficiência humana (VIH);
c. Infeção por vírus da hepatite C (VHC).
Será facultada bibliografia complementar adequada para cada capítulo através da plataforma Moodle.
Designação | Peso (%) |
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Exame | 70,00 |
Trabalho escrito | 15,00 |
Teste | 15,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Estudo autónomo | 120,00 |
Frequência das aulas | 30,00 |
Trabalho laboratorial | 30,00 |
Total: | 180,00 |
A assistência dos estudantes às aulas laboratoriais é obrigatória sendo considerados sem frequência os estudantes cuja assistência seja inferior a 3/4 das aulas efetivamente lecionadas, desde que estas representem mais de 50% das aulas previstas. A assistência dos estudantes às aulas teóricas não é obrigatória.