Urbanística
Áreas Científicas |
Classificação |
Área Científica |
OFICIAL |
Arquitetura Paisagista |
Ocorrência: 2016/2017 - A
Ciclos de Estudo/Cursos
Sigla |
Nº de Estudantes |
Plano de Estudos |
Anos Curriculares |
Créditos UCN |
Créditos ECTS |
Horas de Contacto |
Horas Totais |
L:AP |
34 |
Plano de Estudos Oficial |
2 |
- |
6 |
40,5 |
162 |
Língua de trabalho
Português
Objetivos
OBJECTIVOS DA DISCIPLINA
1. A disciplina de Urbanística 1 constitui uma abordagem teórica da evolução das actividades de planeamento e intervenção sobre os sistemas urbanos e territoriais, visando orientar as suas formas de evolução por crescimento ou reconversão.
Dado que o conhecimento destes sistemas releva de diversas disciplinas e a intervenção sobre os mesmos se faz através de processos de distinta natureza e não apenas do seu desenho - e neste sentido não se podem confundir com uma simples ampliação de escala da Arquitectura - a teoria urbanística assenta numa matriz interdisciplinar, o que conduz a privilegiar o método histórico como revelador das etapas e inflexões das práticas urbanísticas no mundo contemporâneo, permitindo assim entender e avaliar os seus sucessos e insucessos nos contextos em que se desenrolaram: dos países "avançados" aos do "terceiro Mundo".
A atenção dada ao século XX e, especialmente, aos seus últimos cinquenta anos, justifica-se não só pelo tempo lectivo disponível como pelo facto de corresponder ao período em que a partir da Europa de entre guerras e, sobretudo, do II pós-guerra, se consolidou o "corpus" da actividade de planeamento, bem como das disciplinas científicas que tomaram como objecto os territórios - o urbano e o regional.
Não se trata de uma História das cidades e da forma urbana, mas da apresentação crítica das tentativas de teorização e aquisições práticas mais significativas, cruzando as perspectivas histórica e geográfica para se entender melhor os factos e o discurso urbanístico no seu contexto.
Resultados de aprendizagem e competências
Após esta informação será possível discutir o significado e alcance das tendências actuais – quer nos estudos urbanos, quer nas práticas de planeamento, quer nas instituições – num momento que a "Urbanística" atravessa uma fase de reflexão sobre os seus fundamentos e tradição e as Políticas e Estratégias Urbanas se autonomizam em relação ao planeamento tradicional.
Modo de trabalho
Presencial
Programa
Parte I – Formação da Urbanística moderna
1.1. A tradição da cidade projectada e da cidade cumulativa ou informal.
1.2. Os reformadores "higienistas" e "pragmáticos" da cidade industrial e os planos para a sua transformação e expansão: o saneamento, o transporte colectivo, os traçados de ampliação, o zonamento, a verticalização, o subúrbio.
1.3. Os críticos radicais da cidade (capitalista) e os visionários da cidade alternativa – dos "falanstérios" à "cidade jardim", da "city beautiful" à "Broadacre city".
1.4. A formação da cidade-metrópole racionalista, dos "siedlungen" aos CIAM. O bairro como unidade de promoção (pública) e de desenho.
Parte II – A institucionalização do Urbanismo do Estado-Providência
2.1. Os princípios da Carta de Atenas e a sua influência na reconstrução europeia: renovação urbana e novos bairros periféricos do "Estado-providência".
2.2. A racionalização do crescimento periférico em cidades de média dimensão através de sistemas de transporte colectivo: os planos "dos dedos", de Copenhaga a Estocolmo.
2.3. As alternativas territoriais à expansão metropolitana: "novas cidades" e modelos de "conurbação": Londres, Randstad, Rhur. As megalopolis nos EUA.
2.4. A crítica à Carta de Atenas e seus modelos de arquitectura urbana.
Parte III – A especificidade da urbanização do "3º Mundo"
3.1. Desenvolvimento dependente e urbanização dualista como contexto da
metropolização galopante a partir das heranças coloniais.
3.2. A urbanização marginal, auto-construção e políticas de integração da urbanização clandestina.
Parte IV – A emergência das políticas urbanas e a revalorização social e ambiental da cidade existente, nos países avançados
4.1. A questão do património urbano face aos processos de congestão /envelhecimento /abandono/revitalização das áreas centrais e primeiras coroas: Bolonha, Grenoble,
Roterdão, Berlim. O caso do Porto. Acessibilidade, equipamentos, reabilitação do espaço público
4.2. A questão das periferias descontínuas e desiguais resultantes de expansões planeadas ou marginais. Redes Transporte e novas centralidades.
4.3. A questão ecológica entre a retoma de modelos de desurbanização e a adopção de medidas de recuperação ambiental nas aglomerações.
4.4. A crítica aos instrumentos de planeamento, a voga dos grandes "projectos urbanos" com o protagonismo da Arquitectura, a revisão do papel dos Municípios e das "estratégias de cidade" no contexto da UE.
Bibliografia Obrigatória
Ascher, François; Metapolis : acerca do futuro da cidade / François Ascher ; t, Cidades - Teoria., 1996. ISBN: 972-8027-88-3
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem
MÉTODOS DE ENSINO
A natureza teórica da disciplina impõe uma transmissão oral dos conteúdos abordados, através de aulas temáticas que cruzam factos históricos, vistos de forma panorâmica, com o destaque e aprofundamentos de exemplos urbanos concretos, considerados significativos, em cada um das épocas, privilegiando assim uma relação constante entre as abordagens diacrónica e sincrónica. Recorre-se, como suporte das aulas, à abordagem de textos de diversos autores, bem como ao uso diversificado de iconografia, cartografia e demais visualizações digitais de situações urbanas (como acontece, por exemplo, no recurso ao site Google Earth, Maps.live.com, etc..).
Tipo de avaliação
Avaliação distribuída sem exame final
Componentes de Avaliação
Designação |
Peso (%) |
Teste |
100,00 |
Total: |
100,00 |
Obtenção de frequência
Tratando-se de disciplina exclusivamente teórica, a avaliação baseia-se na informação de dois testes, correspondentes a cada um dos semestres. Trata-se, por isso de uma Avaliação distribuída sem Exame Final.
A Classificação de Frequência é assim calculada em função da média ponderada desses dois testes:
Classificação de Frequência = Classificação do 1º Teste + Classificação do 2º Teste / 2
A Classificação de Frequência é arredondada, “para cima”, de acordo com as unidades constantes no intervalo 1-20 Valores, sempre que o cálculo final permaneça entre dois valores. (ex. 14,5 = 15 Valores).
Fórmula de cálculo da classificação final
Se na Classificação de Frequência, o aluno não obtiver um valor acima de 10, nem inferior a 8 (numa escala de 0 a 20), deverá então submeter-se a uma terceira avaliação, sob a forma de Teste de Recurso.
A classificação obtida nesse Teste de Recurso será considerada como Classificação Final, sempre que seja superior á obtida na Classificação de Frequência.
Não poderão efectuar o Teste de Recurso os alunos que tenham falatado aos dois Testes lançados ao longo do ano, sendo este facto considerado como uma não frequência da disciplina.
Se o aluno faltou a apenas um desses Testes, poderá então compensar a nota obtida na frequência através do Teste de Recurso.
Observações
BIBLIOGRAFIA
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