Código: | AEII | Sigla: | AEII |
Áreas Científicas | |
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Classificação | Área Científica |
OFICIAL | Artes Plásticas/Escultura |
Ativa? | Sim |
Unidade Responsável: | Artes Plásticas |
Curso/CE Responsável: | Licenciatura em Artes Plásticas |
Sigla | Nº de Estudantes | Plano de Estudos | Anos Curriculares | Créditos UCN | Créditos ECTS | Horas de Contacto | Horas Totais |
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AP | 25 | Plano de estudos oficial 2011 | 3 | - | 24 | 288 | 648 |
Docente | Responsabilidade |
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Samuel Joaquim Moreira da Silva | Regente |
Teorico-Prática: | 8,00 |
Tipo | Docente | Turmas | Horas |
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Teorico-Prática | Totais | 1 | 8,00 |
Samuel Joaquim Moreira da Silva | 8,00 |
Contribuir para uma progressiva autonomia do estudante no desenvolvimento de um pensamento e de uma atitude exploratória na construção de projectos escultóricos que exprimam um universo pessoal.
Debater e apoiar a resolução de problemas plásticos, conceptuais e tecnológicos inerentes ao processos da construção tridimensional na sua relação com o espaço.
Problematizar processos e modos de encarar a experimentação artística na sua relação diária com o espaço de atelier.
Valorizar conhecimentos tangenciais e complementares resultantes das pesquisas desenvolvidas no âmbito de outras áreas curriculares ou territórios contextuais imprevisíveis.
Estimular uma relação crítica com o pensamento e prática artística actual na sua diversidade disciplinar.
Desenvolver a capacidade de comunicação dos projectos pessoais, assim como, potenciar instrumentos de análise e reflexão crítica do próprio trabalho e dos seus pares.
Valorizar o investimento permanente na autodescoberta e motivar uma prática de procura constante pelo sentido da originalidade de cada estudante. Originalidade que não se reconhece tanto na ideia do fazer diferente ou do fazer novo, mas na ideia de fazer caminho na direcção da origem.
No final da UC de Atelier II – Escultura o estudante deverá ser capaz de gerar e desenvolver com autonomia e responsabilidade um projecto fundado em inquietações pessoais desde as suas concepções iniciáticas até à sua finalização, demonstrando capacidade de concretização técnica, reflexão conceptual e organização metodológica.
A Uc Atelier II - Escultura tem por vocação primordial oferecer espaço para o pensamento e experimentação artística em torno das relações entre o corpo, o objecto e o espaço. No essencial traça um percurso exploratório que promove o aprofundamento da inteligibilidade, limites e possibilidades da construção tridimensional contemporânea e suas formas de visibilidade, mantendo um rigoroso compromisso com uma atitude processual que objectiva, de forma progressiva, a construção do estudante enquanto pessoa e autor.
Por conseguinte, estrutura-se em quatro grandes territórios que informam a globalidade do percurso:
a) Representação e subjectividade: O que é representar?; Representação versus apresentação; a auto-representação (entre o ser e o parecer/corpo/identidade/memória); representar como estratégia de poder (o autor) (M. Foucault); originalidade enquanto estratégia de definição de uma origem (G. Agamben);
b) Transformação e materialidade/espacialidade: a “inteligência” da matéria (demissão do controlo/ acaso/ acidente) (R. Rauschenberg/ J. Cage); matéria em bruto – matéria enformada sem função explícita – matéria enformada num artefacto – matéria enquanto suporte de inscrições – matéria enquanto lugar (M. Heidegger); a ideia de objecto-veículo (transporte de ideias e sentidos) (J. Beuys); a imaterialidade (luz, som, palavra); incorporação numa matéria atributos de uma outra (transmaterialização) (Ângelo de Sousa); as relações de especifidade com o espaço/lugar/contexto (R. Krauss, M. Kwon); o espaço simbólico e relacional (E. T Hall); os problemas espaciais (intímo-social; físico-simbólico; interior-exterior; construído- natural); non-site (an indoor earthwork) (R. Smithson); relação corpo-matéria-lugar (A. Carneiro);
c) Acção e processualidade: a desconstrução das condições operativas tradicionais (J. Albers); a exploração da diversidade tecnológica; a clareza de gesto e suficiência da composição; as questões da escala, da luz e do movimento; as tensões entre o pensar a acção e o agir o pensamento (J. Fiadeiro); dizer a mesma coisa por processos diferentes (a definição de uma invariante) (F. Tropa); a ideia do percurso-impasse enquanto condição orgânica do acto criativo (Ana Hatherly); a efemeridade; a documentação enquanto meta-discurso (Gordon Matta Clark); os processos de deslocação e ressignificação (M. Duchamp); a rememoração como possibilidade criativa (C. Boltansky)
d) Exposição e visibilidade: Quais as possibilidades e limites do acto expositivo? Quando e como dar a conhecer? a potência da não-revelação; os modos e os dispositivos da visibilidade? as condições expositivas como pretexto projectual; o paradigma do “cubo branco”; o atelier como espaço expositivo (C. Brancusi); a exposição enquanto processo e a importância da audiência não-exclusiva (T. Hirschhorn); as tipologias de relação com a audiência: interacção, participação e colaboração (C. Bishop/ N. Bourriaud/ J. Ranciére); a recusa da visibilidade como afirmação discursiva;
Com base neste conteúdos o estudantes percorrem dois itinerários complementares e que obedecem a uma lógica de crescimento progressivo:
1o itinerário: aquele que se compreende durante o período do primeiro semestre e que se caracteriza por um conjunto de proposições-exercícios de curta duração devidamente calendarizados que convocam o estudante a um estudo exploratório de um conjunto de problemas plásticos, conceptuais e metodológicos inerentes às prácticas da produção escultórica.
2o itinerário: aquele que se compreende na globalidade do 2o semestre e que se caracteriza por um período onde o estudante, dando sequência ao trabalho anterior, convoca um repertório de interesses e preocupações pessoais para a construção de um caminho pessoal traduzido em projectos concebidos e desenvolvidos numa progressiva autonomia.
Todas as respostas projectuais às propostas lançadas serão objecto de apresentação e discussão crítica por parte do docente e dos restantes estudantes.
No final do ano lectivo prevê-se a concretização de um momento de exposição onde os alunos possam confrontar-se com as contingências do acto de expôr: as tarefas e múltiplas técnicas de montagem, os problemas de espaço, os modos e os dispositivos da visibilidade, a relação com o espectador, os formatos de comunicação, entre outros.
A bibliografia indicada é meramente indicativa e será complementada com os estudantes mediante a especicificidade de cada projecto.
O papel do docente concentra-se em suscitar no estudante a contrução de possíveis veredas de investigação ao longo do processo de criação.
Em síntese, além de um acompanhamento e apoio individualizado para o desenvolvimento dos projetos e exercícios propostos, são realizadas aulas que estimulem a discussão e o diálogo em grupo.
Existirão apresentações periódicas de propostas de trabalho com recurso a aulas teóricas, assim como, caso seja necessário, aulas práticas em formato workshop orientado com apoio técnico especializado.
Orientação para a organização de diários de campo com registos de todo o processo de trabalho e realização de portefólio final – síntese do trabalho realizado ao longo do ano letivo (fotografias, sinopses e fichas técnicas);
Caso se propicie serão efectuadas “aulas em residência”, formato experimental que objectiva transferir o lugar de trabalho tradicional (sala de aula) para o interior de um espaço expositivo com vista à formulação de uma exposição.
Designação | Peso (%) |
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Participação presencial | 40,00 |
Trabalho escrito | 10,00 |
Trabalho laboratorial | 50,00 |
Total: | 100,00 |
Designação | Tempo (Horas) |
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Elaboração de projeto | 60,00 |
Estudo autónomo | 50,00 |
Frequência das aulas | 288,00 |
Trabalho de campo | 100,00 |
Trabalho de investigação | 50,00 |
Trabalho laboratorial | 100,00 |
Total: | 648,00 |
Enquanto unidade curricular anual de avaliação continua, para além da qualidade dos projectos desenvolvidos por cada estudante ao longo do ano lectivo, nas suas diferentes etapas, serão valorizados na avaliação os seguintes factores, sem prejuízo dos demais aspectos contemplados no programa:
a) Assiduidade;
b) Participação nas discussões e outras actividades lectivas;
c) Capacidade exploratória e autonomia conceptual, técnica e metodológica no trabalho;
d) Cumprimento dos prazos estabelecidos no calendário das aulas.
O cumprimento das propostas de trabalho do primeiro semestre será avaliado qualitativamente e depois convertido em média percentual para a avaliação final. A ponderação qualitativa intermédia não é vinculativa, isto é, não garante no imediato 50% da nota.
A avaliação final será realizada a partir de uma ponderação entre o trabalho global desenvolvido, discutido e acompanhado pelo docente, a assiduidade e portfólio nas percentagens de 50%, 40% e 10% respectivamente.