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Desenho e Performatividade

Código: DPN1     Sigla: DPN

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
OFICIAL Desenho

Ocorrência: 2017/2018 - 2S

Ativa? Sim
Página Web: http://desenhoeperformatividade.blogspot.pt/
Unidade Responsável: Desenho
Curso/CE Responsável: Mestrado em Artes Plásticas

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
MAP 17 Plano Oficial do ano letivo 2017 1 - 6 45 45

Língua de trabalho

Suitable for english speakers

Objetivos

Explorar as potencialidades criativas dos processos de transferência de acções entre o desenho e outros campos performativos.

Desenvolver ferramentas experimentais e críticas que permitam sequenciar processos criativos motivados pelo uso do desenho em contextos performativos.

Identificar os factores e as estratégias que fundamentaram a emergência do desenho como acto performativo na arte contemporânea, e do acto performativo como desenho.

Apoiar uma prática mais coerente e auto-crítica em projectos que abordem o desenho e a imagem como actos performativos.

Desenvolver um corpo de trabalho prático que ensaie o desenho na sua dimensão performativa.

Resultados de aprendizagem e competências

Conhecimento dos fatores e estratégias que fundamentaram a emergência do desenho como ato performativo na arte contemporânea.

Capacidade de análise retórica das imagens e processos do desenho na arte contemporânea.

Capacidade de conceptualização, organização, instrução e documentação de ações performativas através do desenho.

Competências de desenvolvimento de um corpo de trabalho prático que explore as interconexões entre o desenho e contextos performativo 

Modo de trabalho

Presencial

Pré-requisitos (conhecimentos prévios) e co-requisitos (conhecimentos simultâneos)

Experiência prévia de desenho ao nível de primeiro ciclo.
Experiência artística e/ou profissional em contextos performativos relevante para a frequência da UC.

Programa

«Performativo» é um termo cada vez mais utilizado em diversas áreas do pensamento e da actividade humana. Esta hegemonia resulta em parte da amplitude do termo, marcado por contradições internas: o que ele significa na filosofia da linguagem ou na gíria empresarial é radicalmente diferente do seu uso no contexto artístico. Se, num dos extremos, é marcado pelo signo da eficiência e da produtividade, no outro é marcado pelo uso retórico da acção, experiência directa e processo. Este interesse exponencial pelo «performativo» como conceito globalizado tem tido efeitos perversos. O mais visível é a tendência para uniformizar tudo sob a mesma categoria, sem reconhecer que as contradições do termo são o que melhor o caracteriza, perdendo com isso a especificidade que ele assume quando se manifesta em domínios situados à margem da organização empresarial, dos modelos do espectáculo cultural ou da eficiência tecnológica. Mas este interesse criou também novos ângulos de visão sobre aquilo que, não sendo performance no sentido ontológico do termo, é frequentemente apreendido como acto performativo. Com efeito, a emergência do «performativo» na arte contemporânea revela uma dimensão que é inerente ao próprio desenho, como processo e imagem realizada como projeção de um corpo que atua.

Estes seminários pretendem ser um espaço de experimentação e reflexão para abordar o desenho a partir de metodologias baseadas no acto performativo. Essa influência é aqui explorada em dois sentidos:

Um é pragmático, e refere-se às situações em que o desenho é uma extensão de contextos performativos: como meio, instrumento e linguagem de ação direta. O outro é retórico, e enquadra os casos em que o desenho significa em acto ou como acto: instruções, notações e documentos.

O programa organiza-se  em módulos baseados na articulação destes dois sentidos:

  1. A função retórica do desenho: processos desviantes e práticas impertinentes.
  2. Performance, performativo e performatividade. A extensão somática e a extensão linguística do acto performativo.
  3. Transferência de acções entre campos performativos: o desenho como meio, instrumento e linguagem de ação direta.
  4. O desenho como proto-performance: instrução e protocolo.
  5. O desenho como documento, notação da ação e índice. Estratégias de documentação e registo do ato performativo.
  6. Aspetos biológicos e semióticos dos gestos no desenho. Percepção da acção e contágio motor.
  7. Desenho de corpo presente: a presença do desenhador.
  8. Jogos fictícios com o tempo: aspectos de duração e 
  9. Desenvolvimento experimental.

Bibliografia Obrigatória

Butler Cornelia H.; After image. ISBN: 0-262-52262-4

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

-Aulas teórico-práticas com componente expositiva e exercícios exploratórios, individuais e coletivos, baseados na resolução de problemas.

-Leituras comentadas.

-Discussão crítica do trabalho e revisão pelos pares.

-Colaboração no blogue da UC (http://desenhoeperformatividade.blogspot.pt/).

-Produção de documentos coletivos e individuais, de estruturação dos exercícios realizados e sua comunicabilidade para o exterior.

A avaliação é feita com base na participação nos seminários, através dos exercícios exploratórios, e num trabalho final: Análise de Retórica Visual (10%);
Workshop Transferência-de-uso (10%);
Workshop de Desenho como Instrução (10%);
Workshop de Desenho e Documentação (10%)
Workshop "Desenho como Corpo Presente" (10%) 
Trabalho final (50%).
O trabalho final integra uma prática documentada em portefólio (70%), uma apresentação “viva voce” e um relatório escrito (30%). Em alternativa, o estudante poderá decidir-se pela realização de um artigo de 2500 palavras, no mesmo âmbito.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída sem exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Participação presencial 50,00
Trabalho de campo 35,00
Trabalho escrito 15,00
Total: 100,00

Componentes de Ocupação

Designação Tempo (Horas)
Elaboração de projeto 0,00
Estudo autónomo 0,00
Frequência das aulas 0,00
Trabalho de campo 0,00
Trabalho de investigação 0,00
Total: 0,00

Obtenção de frequência

A frequência depende da participação nas aulas, através do trabalho realizado em cada workshop, e do trabalho final. Este trabalho final é baseado numa prática que problematize, explore e individualize, nos pressupostos do trabalho experimental de cada um, as múltiplas acepções do performativo no âmbito do desenho, suportado por um relatório crítico e por uma apresentação viva voce em seminário (em alternativa, poderá decidir-se pela realização de um texto, sob a forma de um artigo de 2500 palavras, no mesmo âmbito)
O relatório crítico baseia-se na compilação e organização do material realizado e recolhido durante o processo de planeamento e realização do trabalho final, e respetiva análise e contextualização teórica.
A apresentação deverá incidir na articulação entre a descrição das motivações, estratégias e referências do trabalho prático, o relatório, e os conteúdos teóricos do programa.

Fórmula de cálculo da classificação final

Análise retórica da imagem: até 10%
Participação no workshop e seminário "Transferências de uso" - até 10%
Participação no workshop e seminário"Desenho como Instrução" - até 10%
Participação no workshop e seminário"Desenho e documentação" - até 10%
Trabalho final e relatório crítico - até 50%

Observações

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
AA VV. Danses Tracées: Dessin et Notation des Chorégraphes. Paris: Dis Voir, 1994.
BUTLER, Cornelia H. (ed.). After Image: Drawing Through Process (cat. exp.). Los Angeles: MOCA, 1999.
GOODMAN, Nelson. The Languages of Art: an Approach to a Theory of Symbols. 2ª ed.. Indianapolis/Cambridge: Hackett Publishing Company, 1976.
HALPRIN, Lawrence. The RSVP Cycles: creative processes in the human environment. New York: George Braziller, 1969.
HOWELL, Anthony. The Analysis of Performance Art. Amsterdam: OPA, 1999.
KAPROW, Allan. Essays on the blurring of art and life. London: University of California Press, 1993.
MCNEILL, David. Hand and Mind: what gestures reveal about thought. Chicago: The University of Chicago Press, 1992
BUTLER, Cornelia; ZEGHER, Catherine (eds.) (2010). On Line – Drawing Through the Twentieth Century. New York: MOMA
CARRERE, Alberto, SABORIT, José (2000). Retórica de la Pintura. Madrid: Catedra.
GRUPO μ (1993). Tratado del signo visual. Madrid: Catedra.
HILL, Charles A.; HELMERS, Marguerite (eds.) (2004). Defining Visual Rhetorics. London: Lawrence Erlbaum Associates.
IRUJO, Julián (1993). “Utilización retórica del mito de la Gioconda en la publicidad y en el arte”. in NAVARRO, Alberto; PUEO, Juan Carlos; SALDAÑA, Alfredo (eds.) (1996). Mitos (actas del VII Congreso Internacional de la Asociación Española de Semiótica). Vol. II. Zaragoza: Universidad de Zaragoza.
MOLINA, Juan José Gómez (ed.) (2007). La Representación de la Representación: Danza, Teatro, Cine, Música. Madrid: Catedra.
MONDZAIN, Marie José (2003). “A imagem pode matar?”. In Revista de Comunicação e Linguagens: Imagem e vida. 31. Lisboa: Relógio D’Água Editores, Fevereiro de 2003.
PINK, Sarah et al (ed.) (2004). Working Images: Visual Research and Representation in Ethnography. New York: Routledge.
GROSS, Ulrike; BERG, Stefan (eds.). Diving Trips: drawing as reportage. Dusseldorf: Richter Verlag.
SCHECHNER, Richard. Performance Studies: an Introduction. New York: Routledge, 2002.
SOPHER, H.. “The archetypal patterns of discourse”. in Semiótica – Journal of the Internacional Association for Semiotic Studies. 109-1/2, 1996.
SPERLINGER, Mike. “Orders! Conceptual Art’s Imperatives”. In SPERLINGER, Mike (ed.). Afterthought: new writing on conceptual art. London: Rachmaninoff’s, 2005..

BIBLIOGRAFIA SECUNDÁRIA
ARDENNE, Paul ([2002] 2006). Un Arte Contextual: Creación artística en medio urbano, en situación, de intervención, de participación. Traducción española de Françoise Mallier. Murcia: Cendeac.
AUSLANDER, Philip. (2006). "The Performativity of Performance Documentation". PAJ: a Journal of Performance and Art. 84. Vol 28, September 2006.
BIAL, Henry (ed.) (2004). The Performance Studies Reader. London and New York: Routledge.
BLAKEMORE, Sarah-Jayne; FRITH, Chris (2005). “The role of motor contagion in the prediction of action”. In Neuropsychologia. 43, 2005.
CRIQUI, Jean-Pierre (ed.). Robert Morris : Blind Time Drawings, 1973-2000 [cat. exp.]. Prato: Centro per l’Arte Contemporanea Luigi Pecci, February 26-May 29 2005.
HURLEY, Susan (2006). "Active Perception and Perceiving Action". In GENDLER, Tamar Szabó; HAWTHORNE, John (eds.). (2006). Perceptual Experience. Oxford: Clarendon Press.
LAKOFF, George, JOHNSON, Mark. Metaphors We Live By. Chicago: The University of Chicago Press, 2003.
MUSSELER, Jochen et al (eds.) (2004). Visual Space Perception and Action. London: Psychology Press.
PHELAN, Peggy (1993). Unmarked: The Politics of Performance. London and New York: Routledge.
SCHECHNER, Richard (1985). Between Theatre and Anthropology. Philadephia: University of Pennsylvania Press.
TAYLOR, Diana. The Archive and the Repertoire. Durham and London: Duke University Press, 2003.
TSCHUMI, Bernard (1996). Architecture and Disjunction. Cambridge: The MIT Press.

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