Resumo: |
A tecnologia é desenhada com base em certos valores (e.g. eficiência, empatia, responsabilidade, transparência) que poderão ser mais ou menos conspícuos no artefacto criado. Existe um número crescente de tecnologias digitais na área da saúde, ex. para monitorização de saúde e autorrelato, que recolhem e apresentam dados dos pacientes. O design de visualizações para estes dados tem também por base um conjunto de valores. Quando estes valores-os do design, os do conhecimento e os dos pacientes-não se coadunam, poderá haver uma falta de representatividade, inclusão ou falta de confiança nos dados.
As tecnologias digitais e a visualização de dados estão cada vez mais acessíveis a pessoas com doenças crónicas e podem assumir um papel crítico no apoio ao autocuidado e à tomada de decisões. No entanto, este acesso não se traduz necessariamente num melhor entendimento, por parte dos pacientes, do que os dados significam para a sua saúde. A monitorização não supervisionada de dados de saúde pode até causar efeitos adversos devido a uma atenção excessiva ou superficial aos dados, a fontes de comparação não confiáveis ou à dificuldade em entender as particularidades de cada caso.
No campo de Avaliação de Tecnologia em Saúde, os valores têm sido estudados e considerados em ferramentas de avaliação. Igualmente, a abordagem Value-Sensitive Design identificou um outro conjunto de ferramentas para a avaliação de tecnologia que considera os valores. No entanto, embora ambos procurem ajudar designers e engenheiros na criação e avaliação de tecnologia com base em valores, não existe, tanto quanto nos é dado a conhecer, um entendimento comum acerca de como as tecnologias comunicam valores aos seus utilizadores. Além disso, ambas as abordagens se centram em valores morais, deixando de lado outros valores que poderão ser igualmente importantes na interação tecnologia-paciente.
Um outro argumento para o estudo de valores em relação à tecnologia tem que ver com a área de  |
Resumo A tecnologia é desenhada com base em certos valores (e.g. eficiência, empatia, responsabilidade, transparência) que poderão ser mais ou menos conspícuos no artefacto criado. Existe um número crescente de tecnologias digitais na área da saúde, ex. para monitorização de saúde e autorrelato, que recolhem e apresentam dados dos pacientes. O design de visualizações para estes dados tem também por base um conjunto de valores. Quando estes valores-os do design, os do conhecimento e os dos pacientes-não se coadunam, poderá haver uma falta de representatividade, inclusão ou falta de confiança nos dados.
As tecnologias digitais e a visualização de dados estão cada vez mais acessíveis a pessoas com doenças crónicas e podem assumir um papel crítico no apoio ao autocuidado e à tomada de decisões. No entanto, este acesso não se traduz necessariamente num melhor entendimento, por parte dos pacientes, do que os dados significam para a sua saúde. A monitorização não supervisionada de dados de saúde pode até causar efeitos adversos devido a uma atenção excessiva ou superficial aos dados, a fontes de comparação não confiáveis ou à dificuldade em entender as particularidades de cada caso.
No campo de Avaliação de Tecnologia em Saúde, os valores têm sido estudados e considerados em ferramentas de avaliação. Igualmente, a abordagem Value-Sensitive Design identificou um outro conjunto de ferramentas para a avaliação de tecnologia que considera os valores. No entanto, embora ambos procurem ajudar designers e engenheiros na criação e avaliação de tecnologia com base em valores, não existe, tanto quanto nos é dado a conhecer, um entendimento comum acerca de como as tecnologias comunicam valores aos seus utilizadores. Além disso, ambas as abordagens se centram em valores morais, deixando de lado outros valores que poderão ser igualmente importantes na interação tecnologia-paciente.
Um outro argumento para o estudo de valores em relação à tecnologia tem que ver com a área de Inteligência Artificial Explicável (XAI). A XAI tem vindo a reunir crescente interesse, dada a incerteza acerca de como os humanos vão coexistir com uma tecnologia que cada vez mais toma decisões por eles num número crescente de domínios, incluindo o da saúde. Os valores por trás destas decisões que afetam seres humanos têm que ser tidos em conta e, em alguns casos, têm que ser evidentes para os humanos que interagem com a tecnologia.
Seguindo os princípios de design centrado em humanos, o projeto Signo propõe juntar investigadores em design, interação pessoa-computador, arte, e filosofia, com pacientes, cuidadores e profissionais de saúde no contexto oftalmológico, com o objetivo de criar, explorar, experimentar, prototipar e testar coletivamente tecnologias e visualizações de dados que serão construídos com base num conjunto de valores e, com isso, compreender como estes valores são comunicados |