Artista: Sofia Borges
Curadoria: Susana Lourenço Marques
A partir das coleções do Museu de História Natural e da Ciência e da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Sofia Borges realiza uma residência artística que coloca em potência uma seleção dos objetos destas coleções.
Em colaboração com o artista Jonathan Uliel Saldanha, Sofia Borges cria uma peça sonora com trechos dos escritos do antropólogo francês Bruce Albert, a partir das gravações do xamã Yanomami Davi Kopenawa, publicadas no livro A Queda do Céu: Palavras de um xamã yanomami (2010).
Nas palavras de Albert: as imagens fotográficas são designadas pelo termo utupë, que significa “imagem corpórea, essência vital, forma mítica primordial”, e também “reflexo, sombra, eco, miniatura, réplica, reprodução, desenho”. Enquanto pele é “invólucro corporal”, oposta à “imagem” (utu-pé) interior.
A exposição culmina numa obra de arte total, em que as noções de tempo e representação são invertidas para nos devolverem a dimensão ancestral do olhar dos animais sobre os seres humanos — os humanos de hoje e os que, no primeiro tempo, foram tornados animais.
Com entrada livre, Peles de Imagem, Espelhos Luminosos pode ser visitada de terça-feira a sábado, entre as 14h00 e as 18h00.
Foto: ©DR