O Santander lançou, este ano, o Prémio de Arte Edifício dos Leões, que tem como finalidade promover e apoiar a produção e a inovação artística. Foram rececionadas 50 candidaturas das áreas de artes plásticas, design e cinema, apresentando uma obra a concurso, subordinada ao tema “A Representação Humana”.
O Júri do Prémio apurou os 3 vencedores, baseando-se nos critérios de originalidade e inovação, qualidade técnica da obra, qualidade criativa, ligação à realidade e atualidade nacional/internacional e impacto do trabalho na sociedade e na opinião pública.
Para além do prémio monetário no valor de 5.000 euros (3.000¤ para o 1º classificado e 1.000¤ para o 2º e 3º classificados), os projetos vencedores estarão patentes no Edifício dos Leões em Lisboa, integrando a exposição de Retratos “Em Boa Memória”, aberta ao público a partir de 18 de dezembro 2021.
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Saiba mais sobre os vencedores:
Francisca Aires Mateus, 29 anos, concluiu o Mestrado em Fine Art Media na Slade School of Fine Art, UCL, em 2017. Em 2015, licenciou-se em Pintura pela FBAUL e concluiu também um LRSM: Licenciatura em Violino pelo Associated Board of the Royal Schools of Music. Mais recentemente, completou uma Pós-graduação em Arte Sonora na FBAUL. O projeto “Música Humana” começou com a realização de vinte e quatro entrevistas com perguntas inspiradas no Questionário de Proust - uma série de perguntas popularizadas por Marcel Proust que acreditava que, através das respostas, qualquer pessoa revelava a sua verdadeira natureza - mas também em perguntas habitualmente usadas em entrevistas de emprego: Onde é que mais gostavas de viver?; Qual é o teu maior medo?; Qual é o teu estado de espirito atual?; etc. Paralelamente, foi pré-definida uma relação entre as qualidades pessoais reveladas nas entrevistas e propriedades musicais específicas. A partir destes dados, produziram-se várias composições.
Rute Pereira, 21 anos, frequenta o 4º ano da Licenciatura em Artes Plásticas – Ramo Pintura na FBAUP, especializando-se na técnica de pintura a óleo. Com o seu percurso artístico procura explorar a relação entre o individuo e o espaço, bem como a natureza humana, revelando interesses, não só no ramo de pintura, mas também em áreas como a fotografia, o desenho e a escultura. A obra “Las Meninas, after Velázquez” assume Velázquez como um protagonista disfarçado na sua própria obra. O artista parece servir-se da família real que o acompanha em cena e do próprio ambiente nobre, para afirmar a sua posição a nível social e artístico, enquanto artista de sucesso e estatuto elevado. Partindo dessa perspetiva, a interpretação debruça-se sobre essa projeção na sua obra. Por isto, procurando ecoar a composição de Velázquez, mas contrastar com a sua ostentação, a artista serviu-se da sua própria figura e de um espaço que é mais íntimo e, de certo modo, mais precário, tendo como objetivo exibir um caráter reflexivo acerca da identidade e papel do artista na realidade atual.