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Crítica do Design

Código: CD211     Sigla: CD

Áreas Científicas
Classificação Área Científica
OFICIAL Ciências da Arte

Ocorrência: 2015/2016 - 1S Ícone do Moodle

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Design
Curso/CE Responsável: Licenciatura em Design de Comunicação

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
DC 38 Licenciatura em Design de Comunicação 3 - 3 30 81

Língua de trabalho

Português

Objetivos

Objectivos: os alunos desenvolverão um conhecimento operativo das correntes da crítica do design gráfico, bem como a sua história.
Competências: escrita e argumentação crítica sobre design.

Resultados de aprendizagem e competências

Resultados: Espera-se que o aluno conheça de modo fluente as tendências e a história da crítica do design, bem como as suas metodologias, conseguindo aplicar este conhecimento de modo dinâmico enquanto designer, investigador, editor ou comissário.

Modo de trabalho

Presencial

Programa

1. Funções da Crítica do Design

Para que serve a crítica de design? Quem a exerce? Quem a consome? Nesta introdução, tratar-se-á o discurso crítico do design enquanto discussão pública sobre design: um discurso que precede, acompanha e continua a prática projectual. Tratar-se-á o discurso sobre design produzido internamente por designers e externamente por outros interessados. Argumentar-se-á que, se o design tem interesse para além do seu núcleo de praticantes, será necessariamente discutido por mais gente. Argumentar-se-á que a qualidade de uma discussão sobre design residirá antes de mais na qualidade dos argumentos usados. Apresentar-se-á uma definição operativa de crítica enquanto discurso externo e interno sobre design. Enquadrar-se-á tanto o designer como o crítico dentro do conceito Gramsciano de intelectual orgânico. Discutir-se-ão instâncias de anti-intelectualismo estrutural no design.

Bibliografia:

On Bullshit, Harry G. Frankfurt
On (Design) Bullshit, Michael Bierut
Raging Bull, Rick Poynor
The Prison Notebooks – The Intellectuals, Antonio Gramsci
Representations of the Intellectual, Edward W. Said (excertos)

2. História da Crítica em Geral (Literária, arte, design)

Uma introdução à crítica enquanto disciplina, através de uma história paralela entre a crítica literária e a crítica de arte. Apresentar-se-ão as diferentes funções que a crítica desempenhou, algumas das suas doutrinas e metodologias, bem como os formatos e contextos em que foi produzida. Esta história geral da crítica funcionará como um ponto de partida para estabelecer qual a especificidade de uma crítica do design.

Bibliografia:

An Introduction to Art Criticism: Histories, Strategies, Voices, Kerr Houston
The Function of Criticism, Terry Eagleton

3. Como se decide a história do design – Cânones

É habitual a crítica de design sustentar os seus argumentos na história da disciplina, deixando essa própria história fora do escrutínio crítico. Nesta secção, far-se-á uma análise crítica da história do design – quais as suas funções? Quem a produz e para quê? Com esse fim, analisar-se-á a discussão  em torno da existência ou não de um cânone dentro do design gráfico. Se tal como defendia Martha Scotford “a selecção crítica é o que faz um cânone”, quais os critérios que sustentam essa selecção? Analisar-se-ão os limites e omissões do cânone no que diz respeito geográficos, históricos, técnicas e de género.

Bibliografia:

Is There a Canon of Graphic Design History, Martha Scotford
Absolutely the “Worst”, Rick Poynor
The Silence of the Swastika: Erika Nooney

4. Política da Forma

A primeira tentação da crítica de design é limitar o seu alcance à avaliação das relações entre a forma e a função de um objecto – a sua adequação mútua, as suas dissonâncias. Contudo a separação entre forma e função é porosa. Nem a função é ausente de uma forma; nem a forma é puro jogo sensível. Cada uma é um artefacto cultural – o mesmo pode ser dito da oposição entre forma e conteúdo, como é evidente. Nesta secção tentar-se-á perceber a forma enquanto política, o estilo como substância, a superfície como identidade. Tentar-se-á averiguar como a própria separação entre forma e conteúdo ou função é ela mesma política. Elencar-se-ão diferentes maneiras como os binómios forma/função ou forma/conteúdo foram interpretados ao longo do tempo com consequências muito distintas. Argumentar-se-á que a forma não é um mero invólucro ou reflexo neutro para um conteúdo ou função políticos. O estilo ou a decoração não são acessórios mas recursos limitados disputados ou impostos. O modo como o design gere a relação forma/função ou forma/conteúdo é político, codificando e sustentando diferentes regimes sociais, diferentes hierarquias, etc. Usar-se-á como base o conceito desenvolvido por Jacques Rancière de “partilha do sensível” para enquadrar a política das escolhas formais, bem como a sua separação da função /conteúdo.

Bibliografia:

The Crystal Goblet, Beatrice Ward
Graphics Incognito, Mark Owens
The Politics of aesthetics (excerto), Jacques Rancière
Art Under Plutocracy, William Morris
Ornamento e Crime, Tipógrafos: Adolf Loos
O Autor como Produtor, Walter Benjamin

“Good Design is Goodwill”, Paul Rand
The Form of The Book – An Essay On The Morality of Good Design, Jan Tschichold

Jean Baudrillard, O Sistema dos Objectos (excerto)
Subcultures, Dick Hebdige (excerto)

5. Política do Design

Sustentando-se nas reflexões sobre a forma da secção anterior, tentar-se-á averiguar o que poderá ser a própria natureza política do design, como este trata a política enquanto tema e como é ele próprio político.

Bibliografia:

No Logo, Naomi Klein. (excertos)
Art Under Plutocracy, William Morris
A Obra de Arte Na era da Sua Reprodução Técnica, O Autor como Produtor, Walter Benjamin
Ways of Seeing, John Berger
Isto Não é Um Cachimbo, Michel Foucault.

6. Autoria e Design

Política de identidade no design. Crítica do modelo biográfico de crítica e história. O design como produção de identidades (incluindo a do próprio designer): género, política e design.

Bibliografia:

O Designer Como Autor, Michael Rock.
O Designer como Produtor, Ellen Lupton
O Designer como Empreendedor, Steven Heller

A Morte do Autor, Roland Barthes
O Que é um Autor? Michel Foucault
Platão, Ion (excerto)

7. Geografia, Identidade e Design

Crítica do modelo universalista herdado do design modernista. Design, centro, periferia e pós-colonialismo.

Walter Ong, Orality and Literacy (Excerto)
Edward W. Said, Orientalismo; Cultura e Imperialismo (excertos)
Benedict Anderson, Comunidades Imaginadas (excerto)

Bibliografia Obrigatória

Houston Kerr; An Introduction to Art Criticism, Pearson Education, 2012. ISBN: 9780205835942
Johanna Drucker, Emily McVarish; Graphic Design: a Critical Guide, Pearson Prentice hall, 2009. ISBN: 9780132410755
Frankfurt Harry K. ; On Bullshit, Princeton University Press, 2005. ISBN: 9780691122946
Said Edward W; Representations of the Intellectual, Random House, 1996. ISBN: 9780679761273
Gramsci Antonio; Prison Notebooks, Columbia University Press, 2011. ISBN: 9780231157551
Eagleton; The Function of Criticism, Verso Books, 2006. ISBN: 9781844670550
AA VV; Looking Closer: Bk. 4 : Critical Writings on Graphic Design, Allworth Press,U.S., 2002. ISBN: 9781581152357

Observações Bibliográficas

Outra bibliografia principal e complementar será indicada e/ou apresentada com o decorrer das aulas.

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Aulas de exposição, discussão, finalizando com produção e apresentação de um trabalho colectivo.

Tipo de avaliação

Avaliação distribuída com exame final

Componentes de Avaliação

Designação Peso (%)
Exame 50,00
Trabalho escrito 50,00
Total: 100,00

Obtenção de frequência

Média ponderada positiva do trabalho com o exame final.

Fórmula de cálculo da classificação final

Média dos Trabalhos: 50%
Exame: 50%

Avaliação especial (TE, DA, ...)

Exame

Melhoria de classificação

Exame

Observações

Os trabalhos entregues fora do prazo estabelecidos serão penalizados em três valores.

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