Resumo: |
Durante as últimas décadas, as alterações climáticas e o aquecimento global têm contribuído substancialmente para o aumento do
número de fogos florestais com temporadas maiores e fogos mais potentes. Portugal tem sido severamente afetado por grandes
fogos, os quais têm ocorrido maioritariamente nas regiões do Norte e Centro do país [1]. Os bombeiros são continuamente expostos
a uma vasta gama de compostos gasosos e particulados perigosos para a saúde. O combate de incêndios exige preparação física e
emocional e envolve lidar com situações extremas, porém os bombeiros encontram-se entre os grupos menos estudados no que
respeita à exposição e à sua relação com doenças ocupacionais. A dificuldade inerente à recolha de dados de exposição ocupacional
durante as atividades de combate aos fogos tem contribuído para esta lacuna. Atualmente, o uso de biomonitorização [2-7] permite
recolher informações complementares que podem ajudar a superar este problema.
BioFirEx é um projeto multidisciplinar na área temática de saúde ocupacional e segu rança dos bombeiros respondendo ao Edital da
FCT - 2018. Tem como objetivos: i) usar uma abordagem multidisciplinar para realizar uma avaliação abrangente da exposição
ocupacional dos bombeiros a poluentes gerados durante os incêndios florestais, ii) avaliar os impactos na saúde e segurança e iii)
como objetivos finais, identificar um conjunto de (bio)marcadores apropriados para a vigilância da exposição ocupacional e da
saúde e segurança dos bombeiros, assim como estabelecer uma lista de recomendações e boas práticas.
Este projeto dá continuidade a um estudo anterior desta equipa de investigação (tese de doutoramento; a nexo 1 [6-10]), será
realizado durante 3 anos consecutivos, e visa caracterizar a exposição ocupacional (via monitorização e biomonitorização) e a saúde
(avaliação física e psicológica, testes clínicos e questionários) em três fases diferentes (Fase I - pré-exposição, Fase II - exposição |
Resumo Durante as últimas décadas, as alterações climáticas e o aquecimento global têm contribuído substancialmente para o aumento do
número de fogos florestais com temporadas maiores e fogos mais potentes. Portugal tem sido severamente afetado por grandes
fogos, os quais têm ocorrido maioritariamente nas regiões do Norte e Centro do país [1]. Os bombeiros são continuamente expostos
a uma vasta gama de compostos gasosos e particulados perigosos para a saúde. O combate de incêndios exige preparação física e
emocional e envolve lidar com situações extremas, porém os bombeiros encontram-se entre os grupos menos estudados no que
respeita à exposição e à sua relação com doenças ocupacionais. A dificuldade inerente à recolha de dados de exposição ocupacional
durante as atividades de combate aos fogos tem contribuído para esta lacuna. Atualmente, o uso de biomonitorização [2-7] permite
recolher informações complementares que podem ajudar a superar este problema.
BioFirEx é um projeto multidisciplinar na área temática de saúde ocupacional e segu rança dos bombeiros respondendo ao Edital da
FCT - 2018. Tem como objetivos: i) usar uma abordagem multidisciplinar para realizar uma avaliação abrangente da exposição
ocupacional dos bombeiros a poluentes gerados durante os incêndios florestais, ii) avaliar os impactos na saúde e segurança e iii)
como objetivos finais, identificar um conjunto de (bio)marcadores apropriados para a vigilância da exposição ocupacional e da
saúde e segurança dos bombeiros, assim como estabelecer uma lista de recomendações e boas práticas.
Este projeto dá continuidade a um estudo anterior desta equipa de investigação (tese de doutoramento; a nexo 1 [6-10]), será
realizado durante 3 anos consecutivos, e visa caracterizar a exposição ocupacional (via monitorização e biomonitorização) e a saúde
(avaliação física e psicológica, testes clínicos e questionários) em três fases diferentes (Fase I - pré-exposição, Fase II - exposição,
e Fase III - pós-exposição a fogos) de todos os bombeiros do distrito de Bragança (norte de Portugal). Um total de 250 bombeiros
de 15 corporações (Associação Nacional de Proteção Civil, ANPC), 60 de 5 associações regionais de proteção florestal e 66
indivíduos do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (Guarda Nacional Republicana) serão envolvidos e, com o apoio dos
municípios (anexo 2), o BioFirEx promoverá a ligação com os problemas da comunidade local e entidades regionais, contribuindo
assim para a definição de políticas públicas.
O BioFirEx relacionará monitorização pessoa l (via inalação e dérmica) [exposição à fração fina da matéria particulada (PM);
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs); compostos orgânicos voláteis (VOCs); metais tóxicos: Pb, Cd, As; monóxido de
carbono (CO) e dióxido de azoto (NO2)] com dados individuais de saúde física e psicológica, testes clínicos (sinais vitais, função
pulmonar, qualidade do sono), (bio)marcadores de inflamação cardiorrespiratória, biomarcadores de exposição (metabolitos no ar
exalado, urina e sangue), biomarcadores de efeito (micronúcleos em células bocais e de urina, e teste de cometa no sangue
periférico) e questionários [recolha de dados padronizados sobre fatores sociodemográficos, a saúde respiratória, estilo de vida, e
fontes relevantes (no trabalho e em ambiente não ocupacional), qualidade de vida, índice de capacidade para o trabalho,
vulnerabilidade ao stress e a qualidade do sono]. A segurança ocupacional também será avaliada através da caracterização da
contaminação dos equipamentos de proteção individual (PPE) dos bombeiros após o combate a incêndios, promovendo a
identificação dos principais pontos fracos. O BioFirEx fornecerá os dados tão necessários para o estabelecimento de um painel de
(bio)marcadores para melhor caracterizar a exposição ocupacional, saúde e segurança dos bombeiros e para ajudar a
prevenir/reduzir o impacto na saúde, assim como melhorar as condições de trabalho. Este estudo permitirá definir melhores
políticas e estratégias de prevenção para a exposição ocupacional, bem como para a implementação de medidas de segurança e
higiene neste setor.
Os objetivos deste p rojeto serão alcançados através duma colaboração multidisciplinar entre a ANPC, a Unidade Local de Saúde
Pública do Nordeste (ULSNE) do Ministério Português da Saúde, o Instituto Politécnico de Bragança através da Escola Superior de
Saúde (IPB), o Instituto de Saúde Pública (ISPUP), a Faculdade de Engenharia (FEUP) e o REQUIMTE. A equipa envolvida é
composta por especialistas em combate a incêndios, exposição ocupacional, poluição do ar e avaliação de riscos para a saúde, químicos, bioquímicos, médicos (pneumologista, psiquiatria e um de saúde ocupacional) e técnicos em saúde cardiorrespiratória.
Todas as condições e metodologias analíticas necessárias para executar este trabalho com sucesso estão disponíveis e bem
implementadas nas unidades de investigação envolvidas nesta proposta como demonstrado anteriormente [6-16,22,27]. |