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Estudo da FMUP revela: Um em cada três pacientes com esclerose múltipla sofre de dor

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Dor na esclerose múltipla é subavaliada

34% dos pacientes portugueses do Norte do país com esclerose múltipla sofre de dor, mas esta parece estar a ser subavaliada pelos médicos. As conclusões são de uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que avaliou 85 pacientes seguidos numa consulta especializada de doenças desmielinizantes de um hospital central do Porto, com o objectivo de caracterizar a realidade portuguesa quanto à dor na esclerose múltipla. A maioria dos pacientes queixou-se de dor de cabeça (27%), de costas (27%), e nos braços e pernas. Os investigadores avaliaram, através de um questionário, a intensidade da dor sentida pelos doentes. Numa escala de 0 a 10, os pacientes acusaram níveis médios de dor de 4,5. Mais de metade dos doentes (59%) descreveu a dor como sendo do tipo "queimadura", o que pode indiciar a presença de dor neuropática (com origem directamente no sistema nervoso). No entanto, apenas um em cada dez pacientes estava a ser devidamente medicado para este tipo de dor. Segundo Daniela Seixas, primeira autora deste trabalho "a dor é um sintoma importante nos pacientes portugueses com esclerose múltipla, não só por causa da elevada prevalência encontrada (que está de acordo com os valores apresentados por outros países europeus), mas também por causa da sua interferência na qualidade de vida das pessoas afectadas". Os pacientes avaliados queixaram-se de que a dor afecta a sua actividade em geral, o humor, o trabalho, as relações sociais e até a alegria de viver. A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica, degenerativa, do sistema nervoso central que interfere com a capacidade de controlar funções como a visão, a locomoção, o equilíbrio, entre outras. Dada a particularidade da doença, em Portugal os pacientes são seguidos em consultas especializadas nos maiores hospitais terciários, tal como o Hospital São João, de onde a amostra de doentes para este estudo foi recolhida. Neste hospital são assistidos cerca de 600 pacientes por ano, 10% dos quais correspondem a novos casos. "A dor é ainda um sintoma da esclerose múltipla subvalorizado". É essencial reconhecer este sintoma que interfere com a qualidade de vida dos doentes, mas também distinguir entre as síndromes dolorosos nociceptivos (dor com origem nos receptores da dor), dos neuropáticos, uma vez que o seu tratamento é diferente. "No caso da esclerose múltipla e sobretudo se em causa estiver dor crónica, esta última vai modificar o cérebro e a espinal medula que já não são resistentes devido à carga lesional da própria doença", explica a cientista. Tanto quanto se sabe, este é o primeiro trabalho realizado sobre a dor em pacientes portugueses com esclerose múltipla.
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