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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Alberto de Aguiar

Fotografia de Alberto de Aguiar Alberto de Aguiar
1868-1948
Médico, analista e professor universitário



Alberto Pereira Pinto de Aguiar nasceu no Porto a 22 de Setembro de 1868.

Em 1893 licenciou-se pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Nessa altura, apresentou a dissertação inaugural subordinada ao tema "As leucomainas e em especial a importância das leucomainas urinarias na explicação da toxicidade das urinas. Toxicidade d’urinas normaes e de tuberculosos", obra dedicada a seus pais, aos doutores Ferreira da Silva e Ricardo Jorge, ao corpo docente da Escola e ao seu orientador, o Dr. Maximiano Lemos.

Três anos depois editaria a sua tese de doutoramento intitulada: "Cellula hepatica e crase urinaria. Contribuição para a diagnose urologica das lesões funcionais do fígado" (Porto, Typographia Occidental).

Retrato de Alberto de AguiarAlberto Aguiar lecionou diversas cadeiras na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto entre 1896 e o ano da sua jubilação, em 1935: Bacteriologia, Parasitologia, Patologia Geral, Química Biológica e Fisiologia. Foi Diretor da Faculdade de Medicina, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e diretor de laboratórios públicos e privados. Durante 5 anos dirigiu o Laboratório Nobre, resultante de um acordo firmado entre a Escola Médico-Cirúrgica e o Hospital de Santo António. Depois de alguns tempos conturbados, durante os quais foi afastado da direção dessa instituição e foi ainda excluído do concurso para a direção do Laboratório de Análises da Misericórdia, transitou para um laboratório particular, que rapidamente alcançou grande fama nacional e se tornou num prestigiado centro científico dedicado à investigação. Aqui foram produzidas 17 teses (inaugurais de concursos) e 6 Volumes da "Revista de Semiótica Laboratorial", criada e dirigida por Alberto Aguiar.

Alberto de Aguiar não se absteve de participar na política e de intervir civicamente. Presidiu à comissão executiva da Junta Patriótica do Norte (1916), organismo destinado ao fomento da propaganda patriótica e, mais tarde, a prestar assistência às vítimas da 1.ª Guerra Mundial e a apoiar a governação; foi no âmbito das funções exercidas por esta Junta que ajudou a fundar a Casa dos Filhos dos Soldados, sita na Rua de Cedofeita. O prestígio que adquiriu levou-o a uma fugaz presidência do Senado da Câmara Municipal do Porto entre 2 de Janeiro e 30 de Junho de 1926.

Publicou centenas de trabalhos científicos. Um dos mais conhecidos intitula-se "Notícia histórica da química portuense nas suas relações com o ensino médico no Porto" (1925). Foi sócio-correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido eleito a 16 de Dezembro de 1909, da Sociedade de Química de França e membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa e da Real Academia de Medicina Y Cirurgia de Madrid. Foi agraciado com a comenda da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e, por ser considerado o precursor do estudo e investigação em Bioquímica, foi apelidado "Patriarca da Bioquímica Portuguesa".

Alberto de Aguiar morreu no Porto a 27 de Abril de 1948, na casa onde habitava, na Rua da Restauração. Está sepultado no cemitério de Agramonte.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2011)

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