O arquiteto e engenheiro militar Eugénio dos Santos e Carvalho nasceu em Março de 1711 na casa dos Carvalhos, na Rua Direita da freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres, Aljubarrota, no seio de uma família de pedreiros de Mortágua. Seu pai, António dos Santos, fora pedreiro e mestre de riscar obras e seu avô paterno, António de Carvalho, fora pedreiro. A mãe era natural de Aljubarrota.
Após ter concluído a sua formação na "Aula de Fortificação e Arquitectura Militar", desenvolveu uma carreira brilhante e desempenhou cargos de elevada distinção. Foi oficial do Exército, engenheiro e, mais tarde, capitão-engenheiro, executor e inspetor das Reais Obras de Arquitetura da Corte, arquiteto dos Paços Reais, arquiteto do Senado de Lisboa, arquiteto e medidor da Marinha, diretor da Casa do Risco, membro da Irmandade de S. Lucas e cavaleiro da ordem de Cristo.
O seu reconhecimento profissional aumentou de forma considerável após o terramoto de 1755, ao tornar-se um dos principais obreiros da reedificação da cidade de Lisboa em estreita colaboração com o diretor das obras, o engenheiro-mor Manuel da Maia, e com o engenheiro húngaro, Carlos Mardel.
Entre muitas outras obras, Eugénio dos Santos e Carvalho traçou o plano de recuperação da capital, dirigiu, com Carlos Mardel, as obras do Mosteiro de S. Bento da Saúde (atual Assembleia da República), riscou os novos planos dos edifícios da Alfândega, do Arsenal, da Fábrica do Tabaco e da Ribeira das Naus e compôs o anteprojeto da estátua de D. José I a construir no Terreiro do Paço, em Lisboa. No Porto, projetou a Cadeia e Tribunal da Relação, porventura uma das mais singulares obras do período dos "almadas".
Eugénio dos Santos e Carvalho casou com D. Francisca Teresa de Jesus da Costa Negreiros em 1747, descendente de uma influente família de arquitetos da corte. Morreu em Lisboa, na Rua da Rosa das Partilhas, freguesia das Mercês, a 5 de Agosto de 1760. Foi sepultado na Igreja de S. Francisco.