"[O edifício da Rua dos Bragas] implanta-se numa plataforma preparada no centro da área disponível. Aproveitando a pendente Rua dos Bragas, a topografia do terreno é modelada no sentido de acentuar uma pretendida monumentalidade da massa construída. Distanciado da rua, fugindo à continuidade dos alinhamentos (objectivo remetido ao muro da vedação) da edificação envolvente, o volume de silhueta de contornos principais regulares e de planta aproximadamente rectangular, distribui o seu programa por quatro pisos, e organiza-se planimétrica e altimetricamente, segundo um esquema regular tradicionalista, antiquado no seu ecletismo de modelo "Beaux-Arts" (…)" [Faculdade de Engenharia, in "Os edifícios da Universidade do Porto: projectos". Porto, Universidade, 1987, p. 24-25].
O imóvel construído na Rua dos Bragas entre 1927 e 1937 destinou-se a acolher a Faculdade de Engenharia que, até então, utilizara as instalações de que a Universidade do Porto dispunha na Praça de Gomes Teixeira, partilhando o espaço com a Reitoria e com a Faculdade de Ciências.
"Os terrenos onde se rasgou esta Rua dos Bragas pertenciam a um casal rústico , chamado dos Carvalhos do Monte (…) à beira da estrada de Braga. Este casal veio por herança, à posse da família Ribeiro Braga [e] incorporou-se na Quinta do Mirante (…). Foram estes proprietários que deram o seu apelido à Rua dos Bragas." [Freitas, Eugénio Andrea da Cunha e – Toponímia Portuense. Matosinhos: Contemporânea Editora. [1999]. ISBN 972-8305-67-2].
A primeira pedra do edifício da Rua dos Bragas foi lançada no dia 9 de Março de 1927 e a sessão inaugural teve lugar dez anos depois, a 13 de Abril de 1937. A iniciativa da construção do novo edifício ficou a dever-se ao Dr. Alfredo de Magalhães, ministro do Estado Novo, embora, também, ao Dr. Antunes Guimarães, ao Professor Duarte Pacheco e ao Engenheiro Joaquim Abranches, ministros das Obras Públicas.
É curioso registar que em 1921 houve uma tentativa para se construir um "Bairro Universitário" no Porto, cujo anteprojecto foi elaborado pelo Professor Luís Couto dos Santos, Engenheiro e Professor da Faculdade Técnica da U.Porto. O Bairro seria delimitado pela Avenida da Boavista, a nascente, e pela Avenida de Pereiró, a sul. Porém, esta iniciativa não foi por diante devido à saída do governo do então Ministro da Instrução, Ginestal Machado. [Cf. Rodrigues, António José Adriano - Um Século de Ensino de Engenharia no Pôrto, Porto, 1937, p. 98-99].
No novo edifício da Rua dos Bragas acomodaram-se a Direcção, a Secretaria, o Salão Nobre, uma sala de conferências, salas de aula, salas de trabalhos gráficos, laboratórios de resistência de Materiais e de Materiais de Construção, um laboratório de máquinas eléctricas, salas de Metalurgia e Minas e, ainda, uma Biblioteca. Num pavilhão anexo, funcionavam as oficinas de carpintaria, de serralharia, de fundição e os laboratórios de química.
Estimadas para 200 alunos, as instalações da Rua dos Bragas manifestaram-se insuficientes desde muito cedo. Quando, no ano lectivo de 1946-47 se matricularam 650 alunos na Faculdade de Engenharia, começou a pensar-se na melhor forma de ampliação dos espaços. A solução recaiu na construção de novas instalações no Pólo 2 da Universidade. O ano lectivo de 2000-2001 já decorreu na Asprela, uma vez que a mudança teve lugar durante o mês de Setembro de 2000.
Quando o edifício da Rua dos Bragas ficou devoluto, foi recuperado de acordo com o projecto da autoria do arquitecto Domingos Tavares. A Faculdade de Direito pôde, então, instalar-se de forma condigna. A cerimónia inaugural teve lugar no dia 22 de Março de 2004 (Dia da Universidade do Porto).
Actualmente, o edifício dispõe de um Salão Nobre, de três anfiteatros, de oito salas de aula, duas salas de exames, de diversas salas para os órgãos de gestão, de espaços reservados a um Serviço de Relações com o Exterior e à Secretaria, de trinta e seis gabinetes, de uma Biblioteca, de uma sala de informática, de uma escola de criminologia (composta por um laboratório com quatro boxes e prisão experimental com duas celas).