Resumo: |
ANTECEDENTES
A quimioterapia deve ser considerada um factor de risco cardiovascular. A sobrevivência ao cancro tem aumentado
substancialmente, assim como os efeitos adversos cardíacos, nomeadamente a insuficiência cardíaca (IC) [1], relacionados com
a terapia anticancerígena. A IC tem um elevado impacto nos sistemas de saúde e na expectativa e qualidade de vida dos
pacientes. Uma terapia cardioprotectora precoce seria crucial no tratamento desses pacientes. Os marcadores existentes não
conseguem avaliar a cardiotoxicidade precoce ou são dispendiosos e demasiado especializados[1]. Antraciclinas [p.ex.
doxorubicina (DOX)], ciclofosfamida(CTX) e mitoxantrona (MTX) são amplamente usadas no cancro(MTX e CTX têm igualmente
outras indicações). São agentes responsáveis pela maioria da IC e cardiotoxicidade causadas pelos anticancerígenos[2], danos
que podem atingir até 30% dos pacientes[1].
Os mecanismos de cardiotoxicidade dos anticancerígenos são pouco conhecidos e a ligação entre a cardiotoxicidade e o
metabolismo dos fármacos ainda não foi amplamente estudada[3]. Os metabolitos da DOX e CTX parecem estar envolvidos na
sua cardiotoxicidade[46].
Num projecto exploratório financiado(EXPL/DTPFTO/
0290/2012) demonstramos que o metabolismo
da MTX aumenta a sua citotoxicidade[7]. Além disso, o envelhecimento e a IC partilham algumas características[8]. No projecto
referido, demonstramos que a MTX aumenta o envelhecimento cardíaco, com diminuição da actividade do proteossoma e
aumento da fibrose e proteínas carboniladas[9,10].
OBJECTIVOS:
Pretendemos responder às seguintes questões: É O METABOLISMO DOS FÁRMACOS ANTICANCERÍGENOS UM FACTOR CRUCIAL
PARA O DESENVOLVIMENTO DE CARDIOTOXICIDADE? SERÃO OS ANTICANCERÍGENOS CAUSADORES DE ENVELHECIMENTO
CARDÍACO?
O perfil metabólico e marcadores de envelhecimento cardíaco podem ser candidatos importantes para a detecção precoce de
cardiotoxicidade, permitindo uma intervenção clínica eficaz. |