Resumo (PT):
A Bacia Hidrográfica do rio Amazonas é a de maior área e volume de água do planeta. Sua elevada dimensão
originalmente foi interpretada como resultado do clima e da configuração geológica da América do Sul. Entretanto, nos
últimos anos uma série de estudos tem apresentado evidências de que amplos processos de rearranjo de drenagem estariam
ocorrendo na região e que estes favoreceram a expansão da Bacia Amazônica. Entre esses amplos processos destacam-se
estudos que afirmam que a alta bacia hidrográfica do rio Branco fluía em direção ao rio Essequibo e teria sido capturada pela
Bacia Amazônica. Entretanto, os estudos que afirmam isso não apresentam evidências morfológicas para esse rearranjo de
drenagem. Neste contexto, através de sensoriamento remoto, geoprocessamento, análises cartográficas e trabalhos de campo,
o presente trabalho avaliou as evidências morfológicas que poderiam comprovar processos de rearranjo de drenagem na alta
bacia hidrográfica do rio Branco na Amazônia Setentrional. Os resultados permitiram identificar uma série de evidências
geomorfológicas integradas entre si e indicativas de processos de pirataria fluvial, com destaque para cotovelos de drenagem,
baixos divisores e paleocanais fluviais. Sendo assim, confirmam que no passado os rios Uraricoera e Tacutu – formadores do rio Branco – integravam a Bacia Hidrográfica do rio Essequibo que desagua no Caribe. Porém, graças à erosão regressiva das
paleo-cabeceiras do rio Branco foram interceptados e integrados à Bacia Amazônica.
Abstract (EN):
The Amazonas River Basin is the biggest in area and volume in the planet. Its high dimension was originally
interpreted as a result of the climate and geological configuration of South America. However, in recent years, a series of
studies has shown evidence that extensive drainage rearrangement processes are taking place in the region and that these
favored the expansion of Amazon Basin. Among these broad processes, studies stand out that claim that the upper
hydrographic basin of the Branco River flowed towards the Essequibo River and would have been captured by the Amazon
Basin. However, the studies that affirm this do not present morphological evidence for this drainage rearrangement. In this
context, through remote sensing, geoprocessing, cartographic analysis and fieldwork, the present work evaluated the
morphological evidence that could prove drainage rearrangement processes in the upper hydrographic basin of the Branco
River in the Northern Amazon. The results allowed to identify a series of geomorphological evidences integrated with each
other and indicative of fluvial piracy processes, with emphasis on elbow drainages, low dividers and river paleochannels.
Therefore, they confirm that in the past the Uraricoera and Tacutu rivers - which form the Branco River - were part of the
Essequibo River Basin, that flows into the Caribbean. However, thanks to the regressive erosion of the paleo-headwaters of
the Branco River, they were intercepted and integrated into the Amazon Basin.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific