Resumo (PT):
A terra, o planeta azul, apesar das ameaças e destruições a que tem sido sujeita, persiste e marcada por uma multiplicidade de ecossistemas, embora cada vez mais explorados e em perda de biodiversidade. Ainda assim, misturam-se os mosaicos territoriais dinâmicos e multifuncionais, como sucede em parte do espaço europeu, com outros em declínio, onde o desenvolvimento e a sustentabilidade são postos em causa, sobretudo quando os interesses económicos e políticos suplantam a vertente social e ambiental.
Apesar da progressiva degradação dos ecossistemas, reflexo das alterações climáticas e da intervenção humana, aumenta paralelamente a consciencialização desta problemática, bem como a necessidade de uma intervenção global, razão pela qual despontam estratégias que apostam num desenvolvimento inclusivo, que realça a preservação das paisagens e do património, para além da revitalização dos quadros sociais. Neste contexto, é de referência obrigatória o ano de 2015, quando foram fixados pela ONU os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecendo-se metas e definindo-se políticas que visam um desenvolvimento polifacetado, responsável, plasmado na “Agenda 2030”.
Projeta-se, à escala global, abranger parâmetros tão diversos, mas interdependentes, como erradicar a pobreza, enquanto se promove o acesso equitativo à energia, à educação e aos serviços de saúde de qualidade. Privilegia-se também a criação de emprego digno, num ambiente em que a sustentabilidade e a eficiência energética, a conservação e a gestão dos recursos endógenos sejam uma realidade. Intenta-se, ainda, a promoção de instituições eficazes e de sociedades estáveis, onde a justiça, a par da igualdade de géneros, seja inequívoca e inclusiva.
Por outro lado, tendo em atenção a contínua degradação ambiental, do património e de culturas, há efetivamente que apostar na sustentabilidade dos ecossistemas, na sua diversidade. Se existir uma convergência das distintas políticas nacionais, onde as estratégias ambientais e sociais ganhem ascendência sobre as economicistas, tal desiderato é possível. Contudo, este cenário deve instituir-se num quadro onde também a inovação e a ética estejam presentes, sustentadas por meios digitais, pelo aumento da literacia e da formação técnica. Assim se facilitará o aumento da eficiência dos recursos endógenos, perspetivando-se uma maior coesão territorial.
Enquanto este objetivo não se atinge, há que continuar a refletir sobre estes temas, sem se ignorar a sua complexidade e diversidade, correlacionando o espaço europeu com outros espaços, como os lusófonos, com realce para o brasileiro, no âmbito do qual se sucedem os projetos catalisadores comuns. Assim, através das XV Jornadas Internacionais sobre “Grandes Problemáticas do Espaço Europeu”, prossegue-se nesta senda, abordando problemáticas atuais e com soluções operativas, sempre em contexto multidisciplinar e interuniversitário.
Abstract (EN):
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
No. of pages:
81