Resumo (PT):
O conceito de família modificou-se com o surgimento de novas estruturas
familiares, possibilitando a emergência de um conceito mais alargado, mais
flexível e menos estereotipado. Na elaboração desta tese foram conduzidos cinco
estudos, que contaram com uma amostra total de 1635 jovens portugueses. O
principal objetivo foi contribuir para uma melhor compreensão dos efeitos das
estruturas familiares (intacta, monoparental e reconstituída) nas experiências e
representações psicossociais dos jovens. No estudo 1 foi possível verificar que os
jovens de famílias monoparentais apresentavam uma pior saúde mental, um
maior afeto negativo e uma menor satisfação com a vida. No estudo 2, jovens de
famílias intactas apresentaram uma melhor satisfação com a vida familiar. No
entanto, ao nível das representações, foi possível verificar diferenças em todas as
variáveis, a família intacta é associada a uma maior satisfação com a vida em
geral e com a vida familiar, maior autoestima, menor solidão e maior bem-estar
subjetivo. Dada a relevância da variável – satisfação com a vida familiar, o
estudo 3 validou para a população portuguesa a Escala de Satisfação com a Vida
Familiar (Zabriskie & McCormick, 2003), revelando propriedades psicométricas
adequadas e uma boa consistência interna. De facto, e em concordância com os
estudos anteriores, nos estudos 4 e 5, os adolescentes de famílias intactas
apresentaram uma maior satisfação com a vida e com a vida familiar. No estudo
5 foram encontradas diferenças na variável género, os rapazes relataram maior
satisfação com a vida e com a vida familiar, afeto positivo, inteligência
emocional, vontade de viver e melhor saúde mental do que as raparigas. O
conceito de família sofreu uma transformação, mas também as mentalidades e as
sociedades alteraram a sua forma de pensar e viver a família.
Language:
Portuguese
No. of pages:
220