Resumo (PT):
Em Portugal, apesar da presença dos psicólogo nas escolas ter uma história de mais de 30
anos, poucos estudos empíricos procuraram analisar, de forma consistente e sistemática,
o exercício profissional da psicologia escolar. Considerou-se assim pertinente desenhar
um projeto de investigação que contribuísse para um melhor conhecimento dos serviços
de psicologia escolar e dos seus profissionais. Os dados apresentados nesta dissertação
são provenientes de um inquérito nacional, realizado no ano de 2012, junto de 477
psicólogos escolares, na sua maioria da rede pública (80%). A partir dos resultados
obtidos traça-se o perfil formativo e socioprofissional dos psicólogos escolares,
descrevem-se as suas condições de trabalho, caraterizam-se as suas práticas profissionais
e exploram-se algumas das suas conceções pessoais acerca da profissão. Paralelamente,
identificam-se as principais questões éticas com que os psicólogos escolares se deparam
e enumeram-se as suas principais necessidades de formação contínua. Maioritariamente
do sexo feminino e com uma média de 12 anos de experiência profissional, mais de
metade dos profissionais detém uma licenciatura pré-Bolonha e reporta uma formação
especializada nas áreas da psicologia escolar e da educação. Condições de trabalho
particularmente desafiantes são encontradas no ensino público em termos do rácio
psicólogo-aluno, rácio psicólogo-escolas, e diversidade de níveis de escolaridade. Em
média os psicólogos escolares reportam despender cerca de 2/3 do seu tempo de trabalho
em atividades de avaliação, aconselhamento e consulta psicológica, orientação
vocacional e apoio à educação especial, atividades geralmente mais solicitadas pelas
escolas e valorizadas pelos próprios profissionais. Um padrão de prática profissional
centrado no aluno é sobretudo observado nos psicólogos escolares que referem um maior
número de sinalizações aos serviços e que servem populações escolares mais numerosas
e dispersas geograficamente. As principais dificuldades éticas dos psicólogos escolares
situam-se no domínio da privacidade e da confidencialidade. As necessidades de
formação mais frequentemente reportadas correspondem aos principais domínios de
intervenção dos psicólogos escolares. Estes e outros resultados e as suas implicações
deram origem a cinco artigos científicos, organizados por áreas temáticas, que constituem
a componente empírica desta dissertação.
Language:
Portuguese
No. of pages:
280