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Provas de Doutoramento em Psicologia - Inês Margarida Matos Tavares

28 de junho | 15h00

Provas de doutoramento no ramo de Psicologia, requeridas pela Mestre Inês Margarida Matos Tavares.

Apreciação da tese intitulada: "Trajectory and Determinants of Sexual Well-Being in the Transition to Parenthood: A Couple-Centered Approach"

Equipa de orientação:

Doutor Pedro Jorge da Silva Coelho Nobre, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Doutora Julia Heiman, professora da Universidade de Indiana, EUA.

Doutora Natalie Rosen, professora da Universidade Dalhousie, Canadá.



Júri:

Presidente:  

Doutor Jorge Nuno Negreiros de Carvalho, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da   Educação da Universidade do Porto.

 

Vogais:    

Doutor Erick Janssen, professor catedrático da Universidade de Leuven, Béligica.

Doutora Marieke Dewitte, professora auxiliar da Universidade de Maasctricht, Países Baixos.

Doutora Bárbara Fernandes Carvalho Figueiredo, professora associada com agregação da Escola de Psicologia da Universidade do Minho.

Doutor Pedro Jorge da Silva Coelho Nobre, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Doutora Maria Paula Pinto da Rocha Mena de Matos Hüsgen, professora associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Esta prova irá realizar-se por videoconferência, ao abrigo do Despacho Reitoral n.º GR-06/03/2020 - COVID-19 - Medidas excecionais e temporárias no âmbito das Reuniões dos órgãos colegiais e de prestação de provas públicas, da Universidade do Porto. 

A sessão é aberta a todos os interessados, através do seguinte Link:

https://www.youtube.com/c/FPCEUPvideos


RESUMO: 

Cerca de 90% dos casais numa relação de compromisso fará a transição para a parentalidade em algum momento da sua relação. A  gravidez e o pós-parto são considerados períodos de vulnerabilidade para o bem-estar sexual dos casais, sendo frequente surgirem  dificuldades sexuais (e.g., distress sexual, baixo desejo, dor genital) que podem iniciar-se na gravidez e persistir até 12 meses pós-parto.  O bem-estar sexual é uma dimensão crítica para a qualidade e longevidade das relações de casal e está associado a melhores índices de saúde global e qualidade de vida. Contudo, o conhecimento acerca de fatores associados com o início e com a persistência de problemas sexuais perinatais é pouco robusto e, atualmente, não existem intervenções baseadas em evidência focadas no bem-estar sexual desta população. O presente trabalho visa compreender processos psicológicos intra- e interpessoais envolvidos no bem-estar sexual dos casais durante a transição para a parentalidade. Com base em modelos de ajustamento diádico e modelos cognitivo-afetivos de resposta sexual, apresentamos cinco estudos que investigam de que forma padrões de interdependência entre as experiências de casal contribuem para o bem-estar sexual durante este período. Recolhemos dados de amostras de casais durante a gravidez e após o parto (total n = 512 casais) usando desenhos diádicos transversais e longitudinais. Os resultados destes estudos indicam a presença de vários mecanismos interpessoais (e.g., padrões de [des]semelhança cognitivo-afetiva intradíade, bidirecionalidade entre dimensões de bem-estar sexual e relacional) que contributem para índices de bem-estar sexual (e.g., função sexual, satisfação sexual, distress sexual) durante a
gravidez e no pós-parto, de forma transversal e longitudinal. Adicionalmente, identificamos classes de casais com trajetórias de bem-estar sexual distintas ao longo do tempo e examinamos o contributo de determinantes biológicos, psicológicos e relacionais para a pertença a estas trajetórias. Os resultados desta tese contribuem para uma maior compreensão dos processos interpessoais envolvidos no bem-estar sexual em períodos críticos de vida, bem como para o desenvolvimento de intervenções baseadas em evidência para promover o bem-estar sexual desta população.


ABSTRACT:

Nearly 90% of committed couples become parents and, across the transition to parenthood, most new parents experience novel sexual difficulties (e.g., sexual distress, low desire, genital pain) that may begin in pregnancy and persist up to 12-months postpartum. Sexual well-being is critical to the quality and longevity of couples’ romantic relationships and is associated with greater general health and quality of life. The transition to parenthood is a vulnerable period for sexual well-being, but minimal research has identified factors associated with the onset and persistence of perinatal sexual problems and there are currently no evidence-based interventions focused on sexual well-being for new parent couples. This work seeks to understand psychological intra and interpersonal processes involved in couples’ sexual well-being across the transition to parenthood. 
Informed by models of relationship adjustment and cognitive-affective models of sexual response, we present five studies that investigate whether and how patterns of interdependence between expectant and new parent couples’ experiences contribute to their sexual outcomes across this period. We collected data from samples of expectant and new parent couples (total n = 512 couples) using cross-sectional and longitudinal dyadic designs. Results of these studies indicate the presence of several interpersonal mechanisms (e.g., within-couple cognitive-affective [dis]similarity patterns, bidirectionality between sexual and relational dimensions) that are relevant to sexual outcomes (e.g., sexual function, sexual satisfaction, sexual distress) in pregnancy and at postpartum, both cross-sectionally and over time. We also identify dyadic classes experiencing distinct sexual well-being trajectories over time and provide evidence for the interplay between biological, psychological, and relational determinants of such trajectories. Implications of this research include greater  understanding of the interpersonal processes involved in sexual well-being across critical life periods as well as informing the development of evidence-based interventions for couples during the vulnerable yet normative life stage of the transition to parenthood.


RÉSUMÉ:

Près de 90% des couples compromis deviennent parents et, pendant la transition vers la parentalité, les nouveaux parents éprouvent de nouvelles difficultés sexuelles (e.g., détresse sexuelle, faible désir, douleur génitale) qui peuvent commencer pendant la grossesse et persister jusqu'à 12 mois post-partum. Le bien-être sexuel est essentiel à la qualité et à la longévité des relations amoureuses et est associé à une meilleure santé générale et qualité de vie. Peu de recherches ont identifié les facteurs associés à l'apparition et persistance des problèmes sexuels périnataux et il n'existe actuellement aucune intervention basée sur l’évidence sur le bien-être sexuel de nouveaux parents. Ce travail cherche à comprendre les processus psychologiques intra- et interpersonnels impliqués dans le bien-être sexuel des couples lors de la transition vers la parentalité. Sur la base de modèles d'ajustement de la relation et modèles cognitifs-affectifs de la réponse sexuelle, nous présentons cinq études qui examinent si et comment les modèles d'interdépendance entre les expériences de futurs et de nouveaux parents contribuent à leurs résultats sexuels. Nous avons recueilli des données auprès de futurs et de nouveaux
parents (total n = 512 couples) en utilisant des modèles dyadiques transversaux et longitudinaux. Les résultats de ces études indiquent la présence de plusieurs mécanismes interpersonnels (e.g., des modèles de [dés]similarité cognitive-affective au sein du couple, la bidirectionnalité entre les dimensions sexuelles et relationnelles) qui sont pertinents pour les résultats sexuels (e.g., fonction, satisfaction et détresse sexuelles) pendant la grossesse et le post-partum, transversalement et longitudinalement. Nous identifions également des classes de dyades qui connaissent des trajectoires distinctes de bien-être sexuel au fil du temps et nous fournissons des preuves de l'interaction entre les déterminants biologiques, psychologiques, et relationnels de ces trajectoires. Les implications de cette recherche comprennent une meilleure compréhension des processus interpersonnels impliqués dans le bien-être sexuel au cours des périodes critiques de la vie ainsi que l'élaboration d'interventions fondées sur l´évidence pour les couples au cours de la transition vers la parentalité.

 

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