Resumo (PT):
No dia a dia da Engenharia, os prossionais lidam com situações que envolvem medições que não
é possível obter de forma exacta ou recorrem a modelos que representam a realidade de uma forma
aproximada, no sentido em que a diferença entre o que os valores que o modelo nos fornece e a
realidade, numa situação concreta, não é conhecida com extatidão ou apresenta variabilidade que
se pode traduzir de forma aleatória. Da medição mais simples à mais complexa, do modelo mais
simples ao mais complexo, a incerteza está patente e é necessário reconhecer que não há medições
nem modelos perfeitos, livres de erro e que componentes aleatóras são intrínsecas a muitos fenómenos
da natureza e a muitos fenómenos hesógenos. Os próprios equipamentos que usamos na medição
de grandezas físicas, sejam eles a balança que temos em casa ou aquele que existe no laboratório,
dos mais simples aos mais sosticados, todos eles são de facto inexactos, e são calibrados para se
obter uma determinada precisão nita. As condições em que os equipamentos são usados também
são muitas vezes impossíveis de controlar completamente e podem inuenciar as próprias medições,
traduzindo-se por um erro aleatório que podemos modelar de maneira probabilística. São factos bem
conhecidos dos probabilistas, dos estatísticos e dos engenheiros. Deste reconhecimento da incerteza
inerente resulta a necessidade de saber decidir sobre incerteza.
Neste artigo pretende-se discutir e fazer realçar metodologias de tipo probabilístico e estatístico passíveis de serem usadas na avaliação de adequação de materiais em desenvolvimento ou de
propriedades menos percebidas, contribuindo para criar materiais que vão mais ao encontro do que é
desejado e permitindo melhorar aspetos da sua concepção/fabricação, conduzindo-nos nomeadamente
a custos mais baixos de produção (ver por exemplo Massol-Chaudeur et al. (2003), Destandau et al.
(2006), Prato-Garcia e Buitrón (2013)). Estamos a referir-nos a materiais que são constituídos por
uma mistura de substâncias componentes, em que estas substâncias (ditas materiais constituintes) são
sujeitas a um procedimento de medição prévio, de forma a obter as percentagens adequadas de cada
uma delas na mistura. Se por um lado se pretende que as misturas atinjam certos alvos inicialmente
descritos, também é verdade que, geralmente, a robustez da mistura, ou seja "a capacidade de resistir
a fontes externas de incerteza ou de variabilidade" é, só por si, uma função objetivo a maximizar.
Propomos uma metodologia que consiste em: (i)denição de uma medida probabilística para a
robustez da mistura; (ii)modelação das propriedades de resposta do material; (iii)estimação da probabilidade denida em (i); (iii)comparação das diferentes misturas, incluindo aspectos económicos, de
eciência ou outros aspectos relevantes. A fase que acarreta a modelação das propriedades da mistura
(fase (ii)) é realizada em ambiente laboratorial. Previamente à modelação, recomenda-se, sempre que
possível, um planeamento experimental, de modo a obter um bom modelo com o menor número de
experiências possível.
Abstract (EN):
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
No. of pages:
6