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A segurança constitui um desígnio para todo o sistema de transportes. Contudo, a segurança rodoviária merece especial atenção, dado o número muito elevado de acidentes e vítimas. A Comissão Europeia define objetivos ambiciosos: eliminar as mortes na estrada causadas por erro humano até 2050 e manter a UE na liderança mundial da segurança nos transportes. A estratégia "Visão Zero" está altamente dependente da automação dos veículos que, no seu estado mais avançado, permitirá remover a intervenção humana na condução. Contudo, a automação completa não será imediata, tendo a UE definido indicadores-chave de desempenho na sua política de segurança rodoviária para 2021-2030. Sendo o erro humano total ou parcialmente responsável por 95% dos acidentes, a definição de indicadores sobre o comportamento ao volante afigura-se como natural.
Após anos de fortes investimentos em infraestruturas e na formação, educação e fiscalização dos condutores, nos quais a UE observou um decréscimo sustentado do número de mortes e feridos graves, os esforços para reduzir ainda mais esses números estão a ser focados em novas tecnologias de monitorização e alerta. Estas permitem atuar proativamente na prevenção de acidentes, fornecendo informação em tempo real ao condutor sobre o seu estado e desempenho, bem como sobre a estrada. De facto, durante a transição para a automação completa, os sistemas de assistência e monitorização da condução continuarão a ser desenvolvidos no sentido de uma melhor fiabilidade e resposta às expetativas dos condutores.
O projeto uRisk irá contribuir para este desígnio através de um estudo exploratório sobre erro humano e comportamentos de risco ao volante. Irá ser proposto um índice generalizado para a caraterização da condução insegura, combinando múltiplos parâmetros de monitorização da condução e do estado do condutor cuja variação está associada ao risco na condução e, consequentemente, à ocorrência de incidentes. Este índice permitirá incorpora  |
Summary
A segurança constitui um desígnio para todo o sistema de transportes. Contudo, a segurança rodoviária merece especial atenção, dado o número muito elevado de acidentes e vítimas. A Comissão Europeia define objetivos ambiciosos: eliminar as mortes na estrada causadas por erro humano até 2050 e manter a UE na liderança mundial da segurança nos transportes. A estratégia "Visão Zero" está altamente dependente da automação dos veículos que, no seu estado mais avançado, permitirá remover a intervenção humana na condução. Contudo, a automação completa não será imediata, tendo a UE definido indicadores-chave de desempenho na sua política de segurança rodoviária para 2021-2030. Sendo o erro humano total ou parcialmente responsável por 95% dos acidentes, a definição de indicadores sobre o comportamento ao volante afigura-se como natural.
Após anos de fortes investimentos em infraestruturas e na formação, educação e fiscalização dos condutores, nos quais a UE observou um decréscimo sustentado do número de mortes e feridos graves, os esforços para reduzir ainda mais esses números estão a ser focados em novas tecnologias de monitorização e alerta. Estas permitem atuar proativamente na prevenção de acidentes, fornecendo informação em tempo real ao condutor sobre o seu estado e desempenho, bem como sobre a estrada. De facto, durante a transição para a automação completa, os sistemas de assistência e monitorização da condução continuarão a ser desenvolvidos no sentido de uma melhor fiabilidade e resposta às expetativas dos condutores.
O projeto uRisk irá contribuir para este desígnio através de um estudo exploratório sobre erro humano e comportamentos de risco ao volante. Irá ser proposto um índice generalizado para a caraterização da condução insegura, combinando múltiplos parâmetros de monitorização da condução e do estado do condutor cuja variação está associada ao risco na condução e, consequentemente, à ocorrência de incidentes. Este índice permitirá incorporar e hierarquizar essas medidas através de um procedimento padronizado. Qualquer incidente ou acidente rodoviário é precedido por variações nos parâmetros da condução (e.g., trajetória, velocidade, aceleração ou distância de segurança) consideradas anormais face às condições de circulação no local, que são acompanhadas por reações ao nível dos sinais fisiológicos do condutor (e.g., batimento e variabilidade cardíaca, atividade cerebral e movimento dos olhos). Na maior parte dos casos, estas variações são consequência de erros cometidos pelos condutores que, por sua vez, são causados por condicionantes momentâneas ou permanentes. Os fatores de risco momentâneos incluem a geometria da estrada, o ambiente rodoviário, as condições do tráfego, distrações e acontecimentos inesperados. Os fatores de risco permanentes estão principalmente relacionados com a motivação da viagem e as caraterísticas físicas e psicológicas e o estado do condutor (e.g., idade, género, fadiga, sonolência e stresse). O novo índice poderá ser incorporado em novos sistemas de monitorização e alerta ao condutor, melhorando a integração homem-máquina e reduzindo a probabilidade de "falsos alertas" que afetam a confiança dos utilizadores nos sistemas e a aceitação das respetivas recomendações.
Este projeto explorará ainda a relação sequencial e combinada de causa/efeito entre fatores de risco, sinais fisiológicos e variação dos parâmetros de condução através de estudos experimentais em simulador de condução. Serão testados diversos fatores de risco com monitorização simultânea dos parâmetros de condução e dos sinais fisiológicos do condutor. A aferição dos sinais fisiológicos do condutor será feita através de equipamento não invasivo de rastreio ocular e cardíaco. Os dados experimentais serão tratados através de técnicas estatísticas e de inteligência artificial avançadas com o intuito da previsão da evolução do comportamento e/ou estado dos condutores baseada no índice generalizado de condução insegura.
Complementarmente, o projeto oferecerá uma visão integrada do estado do condutor e fatores comportamentais, promoverá uma maior consciencialização sobre fatores de risco comportamentais e produzirá recomendações sobre novas soluções para reduzir o risco e impacto de erros humanos, promovendo a segurança rodoviária. Pretende-se que os resultados sirvam de suporte à definição de políticas de transporte por parte das autoridades competentes e ao desenvolvimento de novas soluções de tecnologias de informação e comunicação, automação e sistemas avançados de auxílio à condução por parte da indústria.
A equipa de investigação possui um conhecimento multidisciplinar nas áreas da segurança viária, fatores humanos, engenharia de tráfego e ciência dos dados, tendo uma longa experiência em estudos em simulador de condução, bem como em técnicas avançadas de recolha, análise e modelação de dados que permitirão alcançar os objetivos propostos. |