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Centros de Investigação & Desenvolvimento

Centros de Investigação

  • Ligação à página exterior ao SiGARRA CEPESE - Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
  • Ligação à página exterior ao SiGARRA CEM - Centro de Estudos Mirandeses
  • Ligação à página exterior ao SiGARRA C.I.U.H.E. - Centro Interuniversitário de História da Espiritualidade
  • Ligação à página exterior ao SiGARRA CLUP - Centro de Linguística da Universidade do Porto
  • Ligação à página exterior ao SiGARRA CIH - Centro de Investigação Histórica - FLUP

Unidades de Investigação

Projectos Científicos



Unidades de Investigação

GEHVID - Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto

Assumindo a importância estratégica do vinho do Porto como valor económico e cultural, quer no plano regional, quer no plano nacional, e considerando que o reforço da imagem internacional da marca passa também pela valorização da imagem do produto como património histórico-cultural, o GEHVID - Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto pretende congregar esforços de historiadores e arqueólogos, no sentido de desenvolver uma investigação aprofundada sobre a história da vinha e do vinho na região produtora do Alto Douro, desde as origens desse vinhedo, prestando particular atenção aos períodos mais antigos. Além do estudo da evolução do vinhedo duriense, das práticas de cultura da vinha e das técnicas de vinificação, as equipas de trabalho do GEHVID (correspondentes a linhas de pesquisa específicas: história antiga, história medieval, história moderna e história contemporânea) têm como objectivo procurar conhecer os processos de internacionalização do produto ao longo dos tempos, as relações entre a região vinhateira e o Porto, o papel polarizador de centros regionais como Lamego ou Régua, a organização social, as modalidades de intervenção do Estado e de regulação regional, e outros aspectos considerados pertinentes para a compreensão do «sistema do vinho do Porto».

INSTITUTO DE HISTÓRIA MODERNA

O IHM-UP visa promover um espaço de discussão de projectos científicos específicos, numa perspectiva de intercâmbio de informação e formação, desenvolvendo e privilegiando as investigações interdisciplinares. A unidade pretende criar e facultar as condições para a investigação através da constituição de meios de suporte técnicos, documentais e bibliográficos, nomeadamente, uma Mapoteca Histórica, Centro de Documentação Moderna (em qualquer tipo de suporte), núcleo de obras especializadas e constituição de bases de dados (decorrentes de trabalho de investigação concretizado).
Sumariamente, são objectivos prioritátios:
a. investigar e aprofundar as linhas de investigação já definidas e a definir.
b. fomentar e apoiar a investigação universitária colaborando com estudantes de mestrado e doutoramento.
c. contactar com instituições universitárias, nacionais e internacionais, com especial destaque para o Brasil e os Palop.
d. articular acções com instituições públicas e privadas (empresas, câmaras) prestando serviços de Consultadoria.
e. divulgar produções científicas realizadas pelos seus membros (publicações e reuniões científicas).

INSTITUTO DE LITERATURA COMPARADA MARGARIDA LOSA

O Instituto de Literatura Comparada, inicialmente criado em 1985, só em 1997 iniciou uma actividade de investigação regular, graças ao empenho de Margarida Losa (1945-1999), a quem a Faculdade de Letras do Porto muito deve no desenvolvimento dos estudos na área da Comparatística. Em sua homenagem, a designação actual do Instituto inclui o seu nome. Em 1998, o Instituto viria a constituir-se como UNIDADE I&D e a desenvolver, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Projecto de Investigação LITERATURA E IDENTIDADES, que integra neste momento onze elementos, da FLUP e de outras Universidades, distribuídos por quatro linhas de investigação:

1) História, mito e representações
2) Literatura e legitimação
3) Diferença sexual e representações do feminino
4) Representações do Outro

CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS

Em termos gerais, o CEAUP visa desenvolver sistematicamente os Estudos Africanos nas áreas das ciências sociais e humanas, da economia e desenvolvimento, da história, património, língua e cultura, procurando cumprir actividades de:
(1) investigação científica e investigação aplicada;
(2) formação superior avançada (doutoramentos, mestrados e pós-graduações em Estudos Africanos);
(3) cooperação científica e pedagógica com universidades e centros africanos, especialmente com os Países Africanos de Expressão Portuguesa;
(4) publicação e edição de estudos e fontes em Estudos Africanos, incluindo a publicação regular de uma revista especializada - Africana Studia;
(5) recuperação e animação do património cultural e histórico de países africanos, em particular, dos Países Africanos de Expressão Portuguesa, destacando-se a cooperação nas áreas da recuperação de bibliotecas, arquivos, edifícios e monumentos históricos.

INSTITUTO DE FILOSOFIA

O Instituto de Filosofia (IF), criado em 1986, é uma Unidade de Investigação do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A sua estrutura actual foi definida em 1997, acolhendo grupos de pesquisa que anteriormente desenvolviam autonomamente os seus programas de pesquisa e formação. Desde essa altura o IF integra três linhas de investigação, autonomamente organizadas, em outras tantas áreas dos estudos filosóficos: Gabinete de Filosofia da Educação (GFE), Gabinete de Filosofia Medieval (GFM) e Gabinete de Filosofia Moderna e Contemporânea (FMC).
O Instituto de Filosofia deu-se os seguintes objectivos estatutários:
a) Apoiar a investigação realizada nos cursos de mestrado e doutoramento em Filosofia;
b) Desenvolver projectos de investigação, constituindo, para o efeito, projectos ou linhas de investigação.

INSTITUTO DE ESTUDOS INGLESES

Desde a sua criação em 1984, o Instituto de Estudos Ingleses (de agora em diante designado I.E.I.) desenvolveu actividade considerável sob a forma de sessões e seminários periódicos para apresentação e discussão de matérias relacionadas com as suas áreas específicas. Os seus membros têm apresentado comunicações sobre literatura, linguística, cultura e tradução, tendo a maioria sido publicada em revistas especializadas.

Além disso foi sob os auspícios do I.E.I que foram concebidos e postos em prática mestrados em Estudos Anglo-Americanos e em Estudos de Tradução. O primeiro vai já na sua terceira edição e o último funcionará pela Segunda vez a partir de Outubro próximo. Considerável número de mestrandos já defenderam as suas dissertações e outros encontram-se na fase de redacção.

Encontros organizados pelo I.E.I. e participados por professores locais e por outros vindos de universidades portuguesas e estrangeiras têm resultado na publicação de actas amplamente distribuídas não só em Portugal mas também em vários outros países. Um desses encontros verificou-se em 1986 (Colóquio Comemorativo do VI Centenário do Tratado de Windsor), e das respectivas actas constam 21 artigos. Outro encontro teve lugar em 1990 para celebrar 150ª aniversário do nascimento de Thomas Hardy. As actas respectivas contêm oito artigos.

INSTITUTO DE ESTUDOS NORTE AMERICANOS

O Instituto de Estudos Norte-Americanos (IENA) é um organismo que está integrado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O Instituto tem, entre outros, os seguintes objectivos: promover o apoio ao ensino nas áreas da literatura e cultura norte-americanas, nomeadamente através da realização de seminários com a colaboração de especialistas nacionais e estrangeiros; a promoção da investigação nos domínios da Americanística, quer a nível da licenciatura e pós-graduação, quer em outras áreas de investigação; promover e intensificar o intercâmbio cultural e académico com organismos e instituições nacionais e internacionais, nomeadamente a Associação Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos (APEAA) e a European Association for American Studies (EAAS); fomentar a publicação de trabalhos de investigação.

O IENA tem vindo a coordenar, desde Outubro de 1992, a docência e a investigação em programas de mestrado que incluem a Literatura Norte-Americana e Cultura Norte-Americana. Do mestrado de 1992-94, 1994-96 e 1996-98 resultou a investigação conducente a 30 dissertações de mestrado em Literatura Norte-Americana.

Ao longo dos anos, têm sido numerosos os seminários e conferências realizadas pelo IENA, com docentes de outras universidades nacionais e estrangeiras e com especialistas em Estudos Americanos.

Projectos Científicos

ATLAS AGROMACLIMATOLÓGICO DO ENTRE DOURO E MINHO

Elaboração de Cartografia Temática, e respectiva Notícia Explicativa, sobre o contexto agroclimatológico do Entre Douro e Minho (EDM). A cartografia temática constituirá o resultado final, espacialmente integrador, da análise e do tratamento da informação de base, nomeadamente, quanto a:

(i) distribuição espacial das espécies agrícolas economicamente relevantes no EDM - pomóideas, vinha e hortícolas;
(ii) potenciais condicionantes geomorfológicas para a definição dos padrões climatológicos sub-regionais e locais;
(iii) diferenciação dos mosaicos agroclimatológicos do EDM;
(iv) definição de indicadores climáticos caracterizadores de potenciais calamidades atmosféricas (geadas, vagas de calor, chuvas torrenciais, etc.) e suas datas prováveis de ocorrência;
(v) definição das condições climáticas propícias ao aparecimento de parasitas vegetais e suas datas prováveis de ocorrência;
(vi) estabelecimento das probabilidades de ocorrência de alguns limiares de valores extremos de temperatura mínima e máxima, de precipitação e de humidade relativa do ar no EDM;
(vii) definição de índices de natureza hidroclimática, nomeadamente índices de secura e/ou de défice hídrico, de índices caracterizadores do complexo calor-água e de conforto bioclimático;
(viii) aplicação dos resultados obtidos em modelos de simulação e previsão de ocorrência, no EDM, dos principais parasitas vegetais das pomóideas (macieira e pereira), da vinha e das hortícolas, como: o pedrado (Venturia inaequalis), o oídio (Podosphaera leucotricha), o cancro europeu (Nectria galligena), o bichado (Cydia pomonella), o aranhiço vermelho (Panonychus ulmi), a cochonilha de S. José (Quadraspidiotus perniciosus), os afídeos (Disaphis plantaginea), a mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata) das pomóideas, o míldio (Plasmopora viticola), o oídio (Uncinula necator), a podridão cinzenta (Botrytis cinerea), a escoriose (Phomopsis viticola) e a traça (Lobesia botrana) da uva, e o míldio da batateira (Phytophthora infestans).

O diagnóstico dos vários contextos climatológicos, resultante da leitura e análise dos registos de temperatura (mínima e máxima), precipitação e humidade relativa dos vinte e seis (26) postos, integrados na rede da "Estação de Avisos" da Direcção Regional de Agricultura do Entre Douro e Minho (DRAEDM), corporizará um exercício de aprofundamento do conhecimento, neste domínio, inédito a esta escala de análise (o NW português) e para este período de análise (1978-1997). Este projecto, ao procurar conhecer e relacionar transdisciplinarmente o cenário climatológico que serve de pano de fundo a um sector tão importante da economia da região Norte, como é a agricultura, revela-se de per si do maior interesse para incrementar os níveis de integração das políticas regionais. Para além de carrear valor acrescentado ao esforço, já reconhecido e consagrado, da "Estação de Avisos para a Agricultura" disponibilizado aos agricultores, pela DRAEDM, o conhecimento mais aprofundado das características climáticas desta área, contribuirá, seguramente, para apoiar a tomada de decisões ao nível do desenvolvimento rural e local, favorecendo o ajuste dos projectos ao suporte biogeofísico existente, oferecendo, por isso, maiores garantias de sucesso às acções e aos projectos que vierem a ser implementados.
O conhecimento da probabilidade de ocorrência de fenómenos extremos, do ponto de vista climatológico, em cada uma das subáreas do Entre Douro e Minho, permitirá, ainda, gerir os riscos inerentes a investimentos efectuados na agricultura e, eventualmente, prevenir a sua magnitude e intensidade.

CLASSES SOCIAIS E MODADLIDADES DE "ESTILIZAÇÃO DA VIDA" NA CIDADE DO PORTO

Tendo por objecto empírico a cidade do Porto, o presente projecto ensaia uma leitura dos processos de (re)produção do espaço das posições sociais em contexto urbano, procurando dessa forma contribuir para o alargamento do conhecimento sociológico sobre um domínio não só relativamente pouco explorado na sociologia portuguesa, mas também, e como demonstram investigações recentemente realizadas, nas sociologias produzidas internacionalmente (Wynne, 1998).
Com efeito, a problemática das classes sociais e dos estilos de vida, não obstante constituir uma temática clássica da sociologia nem sempre tem sido alvo de investigações empíricas sistemáticas. Se o espaço das posições sociais tem a sua lógica de funcionamento bem documentada - tanto em investigações internacionais como nacionais (Almeida, Costa e Machado, 1994) - e algumas classes sociais têm tido, pelas mais diversas razões, as suas práticas e representações bem documentadas - como o operariado industrial urbano ou o campesinato (cf., para o caso português, respectivamente, Almeida, 1993; Almeida, 1986; Pinto, 1985) -, quando se atenta nas transformações a que as sociedades capitalistas contemporâneas têm estado sujeitas durante as últimas décadas, em geral, e nos casos português e portuense, em particular, constata-se, com alguma regularidade, que os protagonistas destas mudanças não estão sistematicamente documentados nas pesquisas sociológicas.
Assim, a partir de uma reflexão sobre o alcance da noção de «posição social», avaliada através do conceito de «classe social», e do estabelecimento da respectiva relação quer com a noção de cultura, a entender enquanto «acção», quer com o conceito de «estilo de vida» (Weber, 1964; Bourdieu, 1979) elabora-se uma proposta de pesquisa centrada nas «famílias de classe» (Almeida, 1986; Pinto, 1985) residentes na cidade do Porto. Procurar-se-á, deste modo, contribuir, no quadro das investigações sobre classes sociais produzidas a propósito da formação social portuguesa, para o alargamento do conhecimento das relações estabelecidas entre as famílias portuenses e o campo económico, assim como conceptualizar as diferenciações que estas relações (re)produzem, nomeadamente, as que se traduzem em formas capitalizadas de poder passíveis de serem integradas na socialização familiar.
Tendo em conta estas propriedades, ensaiar-se-á uma análise centrada sobre o vivido quotidiano como factor de promoção de uma compreensão integrada e localizada na cidade dos estilos de vida (Pereira, 1994; Pinto, 1997). Uma tal análise, alicerçada na leitura dos usos que os agentes (re)produzem dos respectivos tempos - de trabalho, libertos e/ou de lazer (Sue, 1993; Épinay et al., 1983; Elias, 1992, Bourdieu, 1997) -, orientar-se-á para uma preocupação com as famílias de classe enquanto domínio socializador estruturado também no quadro de redes relacionais e de configurações culturais específicas, encontrando espaço para uma documentação dos principais sistemas de disposições e de tomada de posição (sociais, culturais e políticas) estabelecidos no interior de cada posicionamento identificado (Bourdieu, 1979, 1988; Fernandes, 1997a, 1997b).
A concretização da pesquisa, para além de se apoiar na construção de um «observatório sobre classes sociais e estilos de vida» susceptível de se interligar com centros de investigação do mesmo âmbito que têm vindo a produzir análises sobre a matéria em contexto europeu (procurando, assim, garantir elementos comparativos), estará estruturada na aplicação de um inquérito por questionário a uma amostra representativa das famílias portuenses e no desenvolvimento de estudos de caso que permitam aperfeiçoar o conhecimento (localizado) dos agentes sociais, das respectivas famílias de classe e/ou de fracção de classe e do modo como estas se organizam, transformam e reconvertem.

OLHARES E ESCRITAS

The language of space is everywhere in theory today' (Kirby 1996:1): com efeito, uma atracção sem precedentes pela 'espacialização' do discurso teórico-crítico veio permear as ciências sociais, as artes e as humanidades. A 'cartografia' (Bucy-Glucksman 1996: 9) e a iconicidade reforçam o seu poder de atracção enquanto ferramentas conceptuais da crítica literária -enquanto (por ex.) os cientistas sociais 'textualizam' os seus referentes, chamem-se eles o 'território' (Gervereu 2000: 11), as 'práticas sociais' ou as 'relações de poder'. Uma das consequências de tais desenvolvimentos é uma atenção renovada aos relacionamentos entre a construção do verbal e do visual. De facto, as barreiras teóricas que tradicionalmente separariam a linguagem e a iconicidade, ou a literatura e as artes visuais, vieram em anos recentes a ser objecto de revisão crítica (Vergine 2000: 8). Distinções como as famosamente erigidas por Lessing entre uma arte de signos convencionais organizados no tempo e uma arte de signos pretensamente naturais dispostos no espaço (Heffernan 1993:1) dificilmente resistem à pluralidade de formas e de media ora assumidas quer pelas artes verbais quer pelas visuais. Ganham relevo as suas representações mútuas -enquanto os limites mais convencionais da ekphrasis ('the verbal representation of visual representation' - Heffernan 1993:3) experimentam revisão crítica e expansão: 'the discourse on ekphrasis [changes] from a discourse preoccupied with modes of representation to a discourse of re-presentation, re-writing, and translation' (Clüver 1996: 45). O presente projecto visa estudar algumas das consequências da situação supra-descrita, quer para a praxis artística/literária, quer para a crítica e teorização. Em termos práticos, os seus objectivos consistirão na identificação de artefactos verbais e visuais que se oferecem à leitura e ao olhar de modo a desafiar a auto-contenção respectiva do verbal e do visual -e em seguida sujeitar tais artefactos (nomeadamente, de poesia e pintura) a (re)leituras que contribuam para o reconhecimento e para a saliência do seu lugar nos contextos presentes de produção e recepção. A publicação de um livro e de um CD Rom que contenham os resultados da investigação, e que ao mesmo tempo colijam os textos e imagens assim lidos será um dos objectivos do projecto. Um outro consubstanciar-se-á numa exposição que contribua para uma maior consciência dos nexos inter-artes. O projecto compreenderá também um congresso internacional ao qual sejam presentes alguns resultados da investigação, a debater com um painel de especialistas internacionais, e tendo em vista um público proveniente de uma ampla gama de áreas académicas e artísticas.

UTOPIAS LITERÁRIAS E PENSAMENTO UTÓPICO

Este projecto nasceu do interesse comum aos três investigadores doutorados pela área dos Estudos sobre a Utopia. Um convite feito pelos Professores Vita Fortunati (Universidade de Bolonha) e Raymond Trousson (Universidade Livre de Bruxelas) ao Investigador Principal para colaborar na Transnational History of Literary Utopias and Utopianism esteve na origem da ideia/programa de se reavaliar a manifestação do vector do utopismo na cultura literária portuguesa, articulando-a com a tradição intelectual do Ocidente.
Embora a área de Estudos sobre a Utopia tenha vindo a conhecer um grande desenvolvimento nas principais universidades europeias e americanas, afirmando-se como um domínio de estudos autónomo que acolhe os contributos teóricos de várias disciplinas - Cultura, Literatura, Filosofia, Sociologia, Ciências Políticas e Económicas, Ciências da Educação, Arte e História, entre outras, - ela encontra-se ainda num estado embrionário em Portugal. Têm sido promovidas algumas conferências e seminários sobre o assunto, embora de forma dispersa e sem uma notória intenção de pesquisa coordenada e sistemática. E se este é o estado da arte no nosso país, a verdade é que o utopismo português, e especialmente a utopia literária portuguesa, não têm suscitado, por parte da nossa comunidade científica, a merecida atenção.
A necessidade de um estudo sistemático das utopias literárias e do pensamento utópico em Portugal tornou-se mais premente quando os membros desta equipa localizaram nada menos do que quinze textos utópicos até agora ignorados, que se perfilam como claros indicadores de uma área de estudo original e com grande potencial heurístico. A equipa empenhou-se assim na delineação de um plano para a identificação, descrição, contextualização e estabelecimento da relevância dos textos que constituem a tradição utópica portuguesa. Este plano levará directamente à preparação de uma Bibliografia Anotada das Utopias Literárias e do Utopismo Portugueses. Tendo em conta que muitos dos textos existem apenas nas suas edições originais, muitas vezes raras, serão deles publicadas edições críticas que constituirão sem dúvida matéria para outros investigadores interessados por esta área.
A publicitação internacional dos resultados deste projecto será garantida pela participação da equipa na preparação da Transnational History of Literary Utopias and Utopianism, bem como pela apresentação de comunicações em conferências internacionais.

CULTURAS URBANAS, TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL NA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO

O presente projecto de investigação tem por objectivo a análise dos processos de desenvolvimento cultural local e das políticas e práticas de turismo cultural nos diferentes concelhos da Área Metropolitana do Porto (AMP). Procura-se, assim, perspectivar o modo como os concelhos da AMP têm promovido modelos de desenvolvimento local a partir das dinâmicas culturais e turísticas nos últimos 20 anos. Interessa aqui caracterizar, em primeiro lugar, os modelos de desenvolvimento local a partir do projecto de cidade cultural e das relações entre endogeneidade / territorialidade cultural e globalização de práticas, agentes, recursos, usos e identidades, Em segundo lugar, e concebendo-se a cidade como um espaço urbano turístico (sinergia local por excelência), discernir de que forma o turismo cultural é uma dimensão transversal ou estruturante das lógicas e das dinâmicas de desenvolvimento dos concelhos da AMP.
Desta forma, a investigação centra-se num contexto urbano - a cidade -, entendida como território aglutinador e difusor de práticas, usos e identidades culturais, No caso concreto, centra-se nas cidades da AMP, social e culturalmente específicas, com processos de desenvolvimento cuja inteligibilidade passa pela sua contextualização mais estrutural (Região do Norte, Continente, Comunidade Europeia) e pelas relações recíprocas com o Estado e intra-metropolitanas. As cidades da AMP são perspectivadas a partir quer das políticas de turismo cultural local, quer dos seus espaços públicos de (re)criação de expressões culturais. São cidades que, isolada e conjuntamente, têm revelado nos últimos anos não só um maior investimento político e social em equipamentos e oferta cultural como igualmente uma maior procura dos bens e serviços culturais locais e inter-concelhios.
A abordagem de tais centros de interesse concretiza-se com a realização de entrevistas semi-directivas a representantes políticos e a criadores culturais locais, a elaboração de registos de observação das dinâmicas e dos públicos dos espaços culturais locais seleccionados, a administração de questionários aos públicos dos eventos culturais escolhidos e a análise de fontes estatísticas e documentais alusivas aos concelhos da AMP como, por exemplo, projectos de desenvolvimento cultural, políticas culturais e de turismo e eventos culturais e turísticos. Os resultados a obter permitem enriquecer os conhecimentos disponíveis sobre as dinâmicas culturais e de desenvolvimento local dos concelhos que compõem a AMP e sustentar, analítica e empiricamente, futuras políticas de intervenção cultural e turística nos concelhos.

HISPORTOS - UM CONTRIBUTO PARA A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DOS PORTOS MARÍTIMOS NO NOROESTE PORTUGUÊS NA ÉPOCA MODERNA

HISPORTOS é um projecto que se insere nas duas linhas de investigação que estiveram na base da criação do Instituto de História Moderna da Universidade do Porto(IHM-UP), como sejam Tema A ."Os espaços marítimos do Noroeste Português", Tema B ."Poder e ordenamento territorial". O projecto pretende cruzar três vertentes de estudo: a implantação e alteração de infra-estruturas portuárias, os aspectos geofísicos e as dinâmicas históricas de cada porto e a avaliação da aplicação e inovação tecnológica. A pertinência do desenvolvimento sustentado destas abordagens torna-se patente no contexto historiográfico português (vd. Anexo técnico B: Estado actual de conhecimentos e orientação a tomar). A definição de um particular espaço, o do Noroeste, colhe, por sua vez, validade, quer a partir de critérios geográficos: as características do litoral e a acessibilidade portuária, quer históricos: é consabida a contribuição específica dos portos do noroeste nas articulações comerciais que na época moderna se definem, quer com o Norte e Sul de Espanha e a Europa do Norte, quer com um Atlântico alargado, insular, africano e, sul americano. Esta dinâmica, basicamente comercial, não poderia deixar de produzir implicações nas infraestruturas portuárias e nas estratégias de liderança e protagonismo políticas e económicas que importa estudar caso a caso. O desenvolvimento de linhas de investigação, até agora individuais, de membros do Instituto de História Moderna da U.P., centradas em alguns destes portos, as próprias linhas de investigação do IHM-UP, a possibilidade de agregar ao grupo investigadores com percursos extra-académicos asseguram, como ponto de partida, o domínio de corpos documentais e de problemáticas e dinâmicas contextuais, imprescindíveis a uma estruturação consistente deste projecto de investigação. A existência de grupos de trabalho em outros países, de que se destaca, em Espanha, o CEHOPU (Centro de Estudios Hístoricos de Obras Publicas e Urbanismo) com os quais se pretende estabelecer protocolos, assim como os centros de investigação marítima, de que destacamos o CRHMA (Centre de Recherches sur I'Histoire des mondes Atlantiques) e o CEEA (Centre d'études des espaces Atlantiques) garantirão, em paralelo, a articulação do projecto com dinâmicas de investigação internacionais em que pela primeira vez Portugal poderá integrar-se com contributos colectivos e institucionais.
Prevê-se um investimento no levantamento Documental inscrito quer em Arquivos nacionais (centrais e muito particularmente locais) quer internacionais tendo em conta o contexto das relações entre Portugal e a Europa na época moderna. Saliente-se a componente interdisciplinar da equipa fundamentada na existência de contactos e experiências já consolidadas que permitirão uma melhor percepção e concretização do projecto.

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