Quando estava à procura de um projeto de pesquisa na área da engenharia de energia e sistemas, pensei logo em Portugal por ser tão avançado na área das energias renováveis. Há dois anos, foi-me atribuída uma bolsa para o projeto NODES, no INESC TEC, um instituto associado à FEUP.
Após um ano de pesquisa, candidatei-me ao curso com duplo diploma do Programa Doutoral em Engenharia e Políticas Públicas (EPP), oferecido pela FEUP em conjunto com a Carnegie Mellon University. Este curso aplica conhecimentos técnicos profundos para resolver desafios de larga escala com impacto alargado.
A FEUP é uma excelente instituição para o desenvolvimento deste tipo de pesquisa interdisciplinar, até pelo ambiente informal entre estudantes de doutoramento e professores. A força da FEUP como pilar da Engenharia reside na enorme contribuição para uma visão holística dos problemas estratégicos que o EPP procura resolver.
Em 2010, regressei à FEUP para realizar o Programa Doutoral em Média Digitais (ramo de Indústria, Públicos e Mercados), após ter passado por um Mestrado em Technology Policy na Universidade de Cambridge e vários anos na indústria e mundo académico. Paralelamente, continuo ainda a colaborar com o Instituto Studies in Media, Information and Telecommunication e a Vrije Universiteit Brussel na Bélgica, onde realizo investigação na área de modelos de negócio e políticas para as tecnologias de comunicação do futuro, nomeadamente em tecnologias para a utilização eficiente do especto electromagnético e optimização dos custos operacionais dos operadores de telecomunicações.
No início de 2010, fundei o grupo Portugal Girl Geek Dinners, cuja ideia inicial surgiu em 2005 em Inglaterra. Esta ideia de encontros para mulheres apaixonadas por tecnologia, já se alargou a vários países, existindo atualmente mais de 90 grupos a nível mundial. O objetivo destes jantares/encontros é proporcionar um ambiente relaxado e informal para networking e discussão de novidades e tendências no mundo da tecnologia e novos média. Em Portugal, os encontros realizam-se com regularidade em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Leiria.
Conheci a faculdade durante um programa de mobilidade internacional, onde tive a oportunidade de assistir a aulas inspiradoras, conhecer professores fascinantes e desenvolver competências na área da engenharia que mais me fascina: a robótica. Assim, decidi estender por mais seis meses a minha estadia no Porto. Neste tempo extra, aproveitei para fazer a minha tese de mestrado e estreitar contactos com os professores e investigadores da área. Acabada a mobilidade, voltei ao Brasil mas nunca perdi o contacto com a FEUP. Um ano mais tarde estava de volta, desta vez para iniciar uma jornada mais longa: o doutoramento. Escolhi a faculdade com base nos seus elevados índices académicos, a prestigiada reputação internacional e a intensa interação com centros de pesquisa de excelência. Fazer parte da comunidade FEUP tem sido uma das melhores experiências da minha vida.
Numa altura em que a conjetura nacional e internacional não apresenta futuros risonhos, torna-se fundamental o investimento em nós mesmos, de forma a nos diferenciarmos e crescermos no mercado de trabalho. Quando decidi prosseguir nos estudos, o programa doutoral em Engenharia Biomédica surgiu como a opção natural, pois ansiava um curso que me garantisse uma preparação onde os conhecimentos anteriores e presentes resultassem em projetos significativos, com impacto científico e social.
A FEUP surgiu como instituição de referência, onde os alunos têm a oportunidade de conviver e aprender diretamente com alguns dos protagonistas do desenvolvimento de Engenharia Biomédica em Portugal. O corpo docente contribuiu para que o meu empenho aumentasse e a motivação nunca esmorecesse, promovendo o início do meu projeto de investigação com serenidade e confiança.
A excelência da docência, associada condições de estudo e trabalho excecionais, bem como as parcerias estabelecidas com institutos de investigação de renome (como o INEB), farão com que os alunos desta instituição continuem a comprovar o mérito que esta Faculdade mantém e que vai muito além da sua história.
Senti-me muito bem acolhido no programa e no curso, o ambiente é profissional e exigente, mas afável e informal no trato.
O programa é especialmente atrativo pela grande convergência de meios e pessoas, o que permite uma evolução rápida e preenchida ao longo do curso.
Sinto que existe uma sobreposição muito vantajosa das várias universidades, das entidades e pessoas a elas ligadas, bem como, das empresas e iniciativas privadas. É colocado à disposição do aluno um “menu” muito alargado, sem restrições, cabendo a cada um construir o seu caminho, o seu programa de doutoramento, à medida dos seus interesses e das muitas possibilidades que surgem.
As ferramentas não faltam e o apoio é pertinente, no entanto, como não deveria deixar de ser, o “capitão do barco” é o estudante. Estes aspetos são ainda mais reais quando temos em conta o panorama americano – as possibilidades e meios multiplicam-se, as vertentes de estudo e concretização de projetos “explodem” em inúmeras vias e temas. O difícil é mesmo escolher.
A FEUP é uma escola de dimensão e meios admiráveis, com um corpo docente extensivo e conhecedor – vale a pena participar num programa internacional com este apoio.
O meu percurso na FEUP começou em Maio de 2001, quando vim fazer a dissertação de Licenciatura em Engenharia Civil que iniciara na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.
Na FEUP, fui integrado no LABEST, uma unidade de investigação. Porém, tal como a maioria dos estudantes africanos que chega pela primeira vez a um país europeu, cuja cultura e os hábitos da sociedade são diferentes, tive dificuldades de integração, que foram rapidamente ultrapassadas, pois a FEUP não está alheia a estes problemas. A FEUP dispõe de um gabinete que dá apoio nomeadamente na receção, acompanhamento e divulgação de eventos, de modo a facilitar a integração na comunidade universitária. No Porto existem também duas associações moçambicanas das quais faço parte, a Associação Portugal-Moçambique e a Associação Cívica Moçambicana que se dedicam à divulgação da cultura moçambicana e à integração dos moçambicanos na sociedade portuguesa.
Cedo me apercebi que vim para uma Instituição com elevado prestígio que deposita confiança e investe no potencial de cada aluno, em busca do conhecimento, informações ou mesmo atenção individualizada. Por outro lado, a FEUP oferece um corpo docente altamente qualificado e sempre presente, oferecendo aulas dinâmicas, recursos didáticos e tecnológicos atualizados à disposição de toda a comunidade universitária. A FEUP não é só uma máquina de reprodução de intelectuais, é um mundo, uma sociedade que se preocupa com o bem-estar dos seus alunos, docentes e funcionários. Além dos estudos, tenho aderido às atividades de lazer à disposição da comunidade universitária, como concertos, atividades desportivas e literárias.
A minha participação em vários projetos de investigação tem contribuído grandemente para o meu crescimento a nível científico e profissional, e tem elevado os meus níveis de confiança no valioso contributo que darei para o desenvolvimento científico e tecnológico em Moçambique.
Optei por ingressar no Doutoramento em Engenharia Biomédica na FEUP por ser uma instituição prestigiada a nível nacional e internacional. O tema do meu Doutoramento implica o desenvolvimento de um substituto ósseo constituído por nano-partículas de hidroxiapatite e é feito em colaboração com uma empresa spin-off da FEUP. Neste momento, usufruo de uma Bolsa de Doutoramento financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Após ter concluído o mestrado, decidi continuar para Doutoramento já que considero a formação ao longo da vida essencial nos dias de hoje. A sociedade em que vivemos é cada vez mais competitiva, sendo necessário atualizarmo-nos e criarmos as nossas próprias oportunidades. Isto é ainda mais evidente no contexto/ambiente da investigação onde a criatividade e a inovação têm de estar sempre presentes. A formação contínua é cada vez mais uma exigência do mercado de trabalho: quanto mais abrangente e diversificado for o conhecimento de cada um, maiores serão as potencialidades/competências e a empregabilidade.
A investigação permite-nos trabalhar na vanguarda da inovação, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e para a criação de novas soluções. Estudar na FEUP permite colaborar com institutos de excelência como o INEB, o IBMC e IPATIMUP (I3S). Desde que iniciei este projecto tive oportunidade de conhecer investigadores dos mais variados países com diferentes abordagens e formas de trabalhar, que me têm enriquecido a nível profissional e pessoal.
Na minha opinião, este doutoramento permitirá trabalhar em institutos de investigação e empresas de biotecnologia a nível internacional.