Armando Fernandes de Morais e Castro nasceu a 18 de julho de 1918 no Porto, tendo completado na mesma cidade os estudos secundários, no Liceu Rodrigues de Freitas. Em 1936 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo-se graduado em Ciências Jurídicas em 1941 e posteriormente, em 1942, licenciando-se em Ciências Político-Económicas. Entre 1941 e 1943, trabalha como bolseiro no Instituto de Alta Cultura em Coimbra, tendo-se visto, por razões políticas e ideológicas, impossibilitado de prosseguir a carreira académica, exercendo a advocacia como modo de sobrevivência.
Ao mesmo tempo, iniciava um vasto trabalho de pesquisa nos campos da Economia, da História Social e Económica, do Pensamento Económico e Epistemologia. Militante do Partido Comunista Português desde 1938, chegou a ser candidato a deputado pela Oposição Democrática em 1969. Tendo sido advogado até 1974, Armando Castro desempenhou funções de docência entre 1970 e 1973 no Instituto Superior de Psicologia Aplicada e em 1971, proferiu duas lições ao curso de 5.º ano, a convite do Diretor do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras. Ainda no ano letivo de 1972/1973, regeu no Instituto de Orientação Profissional de Maria Luísa Barbosa de Carvalho, as disciplinas de Introdução à Economia e Introdução às Ciências Humanas. Em maio de 1974 veio a ser admitido por convite, como professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, cargo para o qual foi nomeado definitivamente em 1976. Desempenhou o cargo de Presidente do Conselho Diretivo da FEP entre 1974 e 1976 e manteve-se como professor responsável pela disciplina de "Introdução às Ciências Sociais", até ao ano da sua jubilação em 1988.
Tendo desenvolvido a maior parte da sua atividade de investigação fora da Academia, afastado desta por motivos políticos, Armando Castro considerava-se um autodidata, com uma vasta obra publicada e reconhecimento merecido. Entre as suas obras destacam-se a "Introdução ao Estudo da Economia Portuguesa", publicada em 1947, e "A Evolução Económica de Portugal dos séculos XII a XV", em 1964. Foi distinguido em 1965, com o Grande Prémio de Ensaio, pela Sociedade Portuguesa de Escritores com o patrocínio da Fundação Gulbenkian. Em 1995 é agraciado com a Medalha de Ouro de Mérito da Cidade do Porto. Armando Castro falece em 16 de junho de 1999, sendo aprovado um voto de pesar pelo seu falecimento, pela Assembleia da República. Antes da sua morte, Armando Castro doou o seu património pessoal de investigação científica à Universidade do Porto, ficando depositado na Faculdade de Economia (FEP).
Fonte do texto: https://www.arquivo.up.pt/descriptions/545810
A documentação do Professor Armando Castro, insere-se no seu percurso profissional, mas também pessoal, sendo composta por: