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Ana Paula Marques

Administradora da Optimus e Professora Convidada da FEP

A Dra. Ana Marques apresenta um currículo académico e profissional muito rico e exemplar para os jovens que se encontram hoje a frequentar o Ensino Superior. Gostaria que começasse precisamente por falar da sua passagem pela FEP enquanto estudante…
A passagem pela FEP teve início em 1991 e terminou em 1996. Foram cinco anos muito ricos. Anos de grande crescimento não só no domínio intelectual e académico, mas também na vertente pessoal. Foi um período marcante da minha vida, do qual guardo muito boas memórias.

Quais foram as principais dificuldades sentidas na entrada no mercado de trabalho, acabada de se licenciar?

Os tempos eram mais fáceis para os recém licenciados, face à realidade que hoje se vive. O mercado oferecia mais oportunidades e no último ano de curso os finalistas eram normalmente confrontados com várias propostas alternativas. As principais dificuldades prendiam-se com: a escolha da área de desenvolvimento de carreira e a transição de um ambiente académico para um ambiente real. Os níveis de informação e de ligação às empresas eram bastante inferiores aos de hoje, pelo que a decisão da área de desenvolvimento de carreira inicial era menos informada. A entrada no mercado de trabalho é o momento da verdade, um momento em que nos confrontamos com questões que não abordámos na vertente académica, o momento em que surgem os verdadeiros desafios. É fundamental iniciarmos a nossa carreira em organizações que efetuem uma forte aposta na formação.

Tem acompanhado o percurso seguido pela FEP ao longo dos anos? Como classificaria hoje a FEP no mundo académico e na relação que mantém com as empresas?


Confesso que foi um acompanhamento à distância, pelo que não possuo uma visão cabal da realidade.
Como recrutadora, nomeadamente agora na Optimus, ou como dirigente, quais são as caraterísticas que privilegia ou que procura nos jovens recém licenciados ou mestres?
Não há um perfil ideal ou único. A diversidade é um ativo estratégico que promove o talento. Há, no entanto, um conjunto de caraterísticas, presentes em diferentes perfis, que tendo a procurar. Privilegio pessoas que acreditam no poder de fazer a diferença. Pessoas com coragem, ousadia e determinação. Pessoas com energia e atitude.

A aproximação às empresas e ao mercado de trabalho e a participação em casos reais de negócios são fundamentais e podem ser consideradas um complemento essencial para obter sucesso junto das entidades empregadoras?

Ana Paula Marques Administradora da Optimus e Professora Convidada da FEP 19 Não diria que é fundamental e essencial, mas seguramente contribui para um melhor conhecimento da realidade empresarial. Este modelo de trabalho parece-me importante não numa perspetiva de sucesso junto das entidades empregadoras, mas numa perspetiva de permitir que os estudantes conheçam diferentes realidades antes de tomarem uma decisão referente à sua primeira experiência profissional. Hoje fala-se muito na importância do empreendedorismo e na aposta na inovação.

É isso que tem faltado às empresas portuguesas?

Portugal tem excelentes exemplos de inovação. Há sectores que são verdadeiras referências a nível internacional. E temos também ótimos exemplos de empreendedorismo. O empreendedorismo é um motor de mudança económica, tecnológica e social, essencial à recuperação económica, ao crescimento e ao emprego. O contexto de crise provoca necessariamente vários impactos no ecossistema empreendedor. Desde logo, porque coloca pressão acrescida no acesso a capital, dificulta a criação de start-ups. No entanto, em determinadas camadas de talento, a crise que hoje atravessamos torna a via do empreendedorismo mais apetecível e estimulante. Para que seja esta última a vingar é necessário desenvolver uma estratégia holística que cubra os eixos de atuação relevantes. A título de exemplo: (i) promoção do acesso a capital, assente numa avaliação criteriosa de projetos, (ii) simplificação e desburocratização de processos, (iii) criação de políticas fiscais e de emprego mais favoráveis, (iv) exposição destes negócios a investidores nacionais e internacionais, (v) promoção de redes de empreendedores. Por último, é importante assegurar o futuro. Garantir que o nosso sistema de educação cria uma cultura de empreendedorismo, assente em iniciativa e inovação.

O que a levou a aceitar o desafio de regressar à FEP, agora como Professora Convidada?

O ser “a minha” faculdade. Tenho um carinho especial pela FEP e é um prazer enorme regressar.

Para além dos conhecimentos académicos e técnicos da sua área de atuação, quais são os principais “conselhos” ou orientações que dá aos seus alunos? Qual é a componente que privilegia?

É a primeira vez que leciono alunos do Mestrado. É bastante diferente de lecionar um MBA. Gosto de os conhecer, de os perceber e de tentar contribuir para o seu desenvolvimento durante esta viagem pela FEP. Privilegio a combinação de uma componente técnica robusta e de uma componente prática relevante.

A Dra Ana Marques fez um MBA no INSEAD. A internacionalização e a realização de parcerias com escolas estrangeiras, bem como o contacto com a realidade internacional é importante para os estudantes ou é só uma questão de diploma e curriculum?

Definitivamente é importante muito para além de uma componente de curriculum. O contato com a diversidade cultural e com a diversidade de experiências faz-nos crescer enquanto indivíduos. O contexto hoje é um contexto global. Não podemos ficar confinados ao país onde nascemos. É preciso conhecer mundo, alargar horizontes.

Acha que existe hoje essa consciencialização por parte dos responsáveis pelo Ensino Superior em Portugal?

Diria que sim. Assiste-se, por parte de diversas escolas portuguesas de referência, ao estabelecimento de parcerias com escolas estrangeiras, o que traduz uma maior aposta nesta vertente. Muitos estudantes começam desde cedo a preparar-se para ir trabalhar para o estrangeiro. Por lado é bom sinal, mas por outro esta tendência não pode acabar por fazer com que os “melhores” abandonem Portugal.

Como é que acha que se pode contrariar, ou melhor equilibrar, esta tendência?

Recomendaria a qualquer estudante, com ou sem contexto de crise económica, experiência internacional ao longo do seu percurso de carreira. O contexto é hoje muito mais global, pelo que a preparação para ser um cidadão do mundo é importante. No entanto, é importante desmistificar a ideia de que os “melhores” não conseguem hoje boas oportunidades em Portugal. Há inúmeras empresas de referência em Portugal que continuam a contratar e a oferecer excelentes oportunidades de desenvolvimento. É crucial garantir que as empresas continuam a apostar na renovação e formação dos seus quadros. A Sonae é uma das empresas que aposta, hoje, no atual contexto, em contratar os “melhores”!
A FEP continua a ser vista no mercado como uma escola de referência, de reconhecida qualidade técnica. Tem hoje uma postura mais aberta face ao exterior e uma relação de maior proximidade às empresas. Vejo, no entanto, oportunidades de uma maior abertura aos diversos agentes que gravitam neste ecossistema, e de uma colaboração mais estreita com as empresas.

Perfil

A FEP, na continuação da estratégia de reforço de aproximação à comunidade empresarial, a par da manutenção dos elevados padrões de ensino, contratou como Professora Convidada Ana Paula Marques, Alumna da FEP.
Ana Paula Marques, que se licenciou em Economia na FEP, detém formação avançada no IMD de Lausanne e na Harvard Business School e fez um MBA no INSEAD, está a lecionar disciplinas de estratégia na FEP.
Presidente da Associação Portuguesa de Operadores de Telecomunicação e Administradora Executiva da Optimus, com os pelouros de Residencial, Serviço ao Cliente e Operações, Ana Paula Marques tem atualmente em mãos o processo de fusão da Optimus com a Zon, o qual dará origem à segunda maior empresa do setor das telecomunicações.
Em termos profissionais, ocupou anteriormente os cargos de Diretora de Marketing e Vendas Particulares da
Optimus, Diretora de Comunicação da Optimus, Diretora de Serviços de Dados da Optimus e trabalhou ainda no departamento de Marketing da Procter & Gamble.
Ana Paula Marques é portanto uma personalidade de indubitável valia e curriculum profissional, com importantes ligações no mundo empresarial, que constitui um importante reforço do corpo docente da FEP.

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