A diabetes mellitus agrava a disfunção diastólica associada à estenose valvular aórtica.

• Tipo: Resumo de Comunicação em Conferência Nacional
• Data: 2009

Autores

Falcão-Pires I (Autor) FMUP; Gavina C (Autor) FMUP; Pinho P (Autor) Outra; Almeida J (Autor) Outra; Rocha Gonçalves F (Autor) FMUP; Leite-Moreira AF (Autor) FMUP

Ata de Conferência Nacional

Título: Revista Portuguesa Cardiologia

Página Inicial: I-45

XXX Congresso Português de Cardiologia

Vilamoura, 19 a 22 de Abril de 2009

Classificação Científica

FOS: Ciências médicas e da saúde > Outras ciências médicas

CORDIS: Ciências da Saúde > Ciências Médicas > Medicina > Cardiologia

Outras Informações

Resumo (PT): A estenose valvular aórtica (EA) é actualmente uma das novas epidemias na área da cardiologia. Traduz-se numa sobrecarga crónica do ventrículo esquerdo (VE) cujas repercussões diastólicas permanecem pouco esclarecidas. Por sua vez, a diabetes mellitus (DM), para além de também alterar significativamente a função diastólica, é um factor de risco na progressão da estenose aórtica e afecta substancialmente o prognóstico após substituição valvular. Este estudo teve como objectivo avaliar o impacto da DM na disfunção diastólica (DD) de doentes com EA. Doentes com EA severa isolada (n=25) e doentes diabéticos com EA (EA+DM, n=12) com fracção de ejecção preservada e sem sinais de doença coronária foram estudados e comparados entre si. A função ventricular esquerda (VE) foi avaliada por ecocardiografia e cateterismo cardíaco e as biópsias do VE colhidas durante a cirurgia foram utilizadas para análise do grau de hipertrofia, fibrose, acumulação de produtos de glicação avançados (AGES) e análise funcional de cardiomiócitos isolados. No grupo de estenose aórtica isolada, a pressão telediastólica (PTDVE: 22.0±1.8 mmHg) e o tempo de desaceleração da onda E (TDE: 253±21 ms) estavam significativamente elevados e correlacionaram-se com o grau de fibrose (r=0,34, p=0,03), deposição de AGES e hipertrofia cardiomiocitária (r=0,50, p=0,03) sem se verificar aumento da tensão passiva (TP: 3.7±0.4 kN/m2). Nos doentes do grupo EA+DM, a DM exacerbou a disfunção diastólica (PTDVE: 30.4±4.1 mmHg; TDE: 370±50 ms) e a fibrose e o diâmetro dos cardiomiócitos aumentaram ainda mais que no grupo EA. Estas alterações estruturais fizeram-se ainda acompanhar de um aumento da TP (5.1±0.7 kN/m2), que se correlacionou com o grau de hipofosforilação da isoforma N2B da titina e foi normalizada após tratamento dos cardiomiócitos com PKA. A disfunção diastólica induzida pela EA é significativamente exacerbada pela presença de DM e deve-se a um aumento da fibrose, deposição de AGES e grau de hipertrofia e rigidez cardiomiocitárias. Este estudo alerta para a necessidade de intervenção terapêutica ou cirurgia de substituição valvular mais precoces nos doentes diabéticos com EA tendo em conta a mais rápida progressão para a insuficiência cardíaca diastólica nestes doentes.

Idioma: Português

Tipo (Avaliação Docente): Científica

Notas: XXX Congresso Português de Cardiologia, publicado na Rev. Port. Cardiol. 2009; Vol.28(Supl.I):I-45.