Doença de Buerger um século depois

• Tipo: Artigo em Revista Científica Nacional
• Data: 1994

Autores

Roncon Albuquerque R. (Autor) FMUP; Almeida-Dias A. (Autor) Outra; Pina-Cabral J.M. (Autor) Outra; Serrão D. (Autor) Outra

Revista

Título: Arquivos de Medicina

Vol. 8 Nº 4

Páginas: 238-245

ISSN: 0871-3413

Editora: A E F M U P, Alameda prof. H. Montiero

Classificação Científica

CORDIS: Ciências da Saúde > Ciências Médicas > Medicina > Cirurgia

Outras Informações

Abstract (EN): Neste trabalho pretendeu-se fazer uma revisão sobre os aspectos históricos, clínicos, histológicos, epidemiológicos, etiológicos e terapêuticos da doença de Buerger, também denominada Trombangeíte Obliterante (T.A.O.). Actualmente, o diagnóstico clínico da T.A.O. fundamenta-se nos seguintes critérios: 1) início da doença antes dos 50 anos, com predomínio no sexo masculino; 2) sintomas e/ou sinais de doença arterial oclusiva infra-poplítea; 3) atingimento dos membros superiores, com ou sem flebite migratória; 4) hábitos tabágicos; 5) ausência de factores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose, excepto o tabagismo. A existência de imagens arteriográficas sugestivas e as características histológicas próprias da doença, fazem com que a angiografia e o exame anátomo-patológico sejam os exames complementares com maior importância no diagnóstico da T.A.O. Em Portugal, o Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital de S.João possui uma casuística de 167 casos de Doença de Buerger, uma das mais importantes a nível mundial, a qual tem representado anualmente 2 a 4,5% das patologias arteriais oclusivas observadas entre 1982 e 1986. A etiologia da T.A.O. continua desconhecida, apesar dos vários trabalhos levados a cabo no sentido de esclarecer esta questão. Na tentativa de encontrar algumas alterações do sistema hemostático que justificassem o aparecimento dos fenómenos trombóticos que caracterizaram a doença de Buerger, foi-nos possível demonstrar, pela primeira vez, a existência de um estado prótrombótico num grupo de doentes em fase crónica, isto é, sem sinais ou sintomas de trombose aguda ou recente. Quanto à estratégia terapêutica, parece ter cada vez mais importância o tratamento médico, nomeadamente a utilização de prostaglandinas, enquanto o tratamento cirúrgico é hoje utilizado essencialmente em casos seleccionados. A abolição do hábito tabágico representa uma medida fundamental para o êxito de qualquer terapêutica, sendo a atitude mais eficaz para impedir a progressão da doença.

Idioma: Português

Tipo (Avaliação Docente): Científica