Abstract (EN):
A presente proposta de comunicação analisa diferentes intervenções contemporâneas efectuadas sobre edifícios de habitação plurifamiliar moderna no Porto enquanto demonstração do seu processo evolutivo e da sua capacidade de adaptação espacial e temporal.
A arquitetura moderna constitui um património recente menos reconhecido e que está ameaçado pela desqualificação, degradação e destruição. As fragilidades técnicas e construtivas da arquitetura dessa época, em parte consequência de sucessivas experimentações de novos materiais como o betão armado podem estar na origem da acelerada degradação agora patente. Consciente da sua inegável qualidade arquitectónica e da sua adaptabilidade espacial, considera-se pertinente a procura de métodos de valorização e reabilitação deste edificado.
O edifício de habitação colectiva ou plurifamiliar é tido como um elemento autónomo na cidade e fundamental para a resolução das necessidades urbanas de aglomerado populacional. A habitação unifamiliar foi o primeiro meio de experimentação espacial e de novas vivências do espaço doméstico. No entanto, foi com a habitação colectiva, desenvolvida para dar resposta a programas urbanos, que se utilizaram estas experiências habitacionais já desenvolvidas e se criaram novos sistemas de acesso, de articulação entre várias tipologias e organizações espaciais de acordo com as novas necessidades e ideais modernos.
No Porto, uma encomenda privada e dinâmica vai despoletar o aparecimento de linguagens arquitectónicas de ruptura. A habitação colectiva na cidade assume-se como um programa determinante para a modernização.
Como estratégia de análise destacam-se três casos de estudo paradigmáticos que apresentam diferentes estados de conservação e representam formas distintas de intervenção contemporânea. São exemplos claros da inovação e experimentação da arquitetura moderna em avançado estado de degradação ou sujeitos a sucessivas alterações.
Interessa identificar o tipo de intervenções a que têm sido sujeitos percebendo a importância da sua reabilitação e adaptação às necessidades atuais da vida doméstica. Se, por um lado, existe a consciência da inegável qualidade arquitectónica do património moderno que deve ser preservado, por outro lado, há a urgência da atuação e a necessária adaptabilidade espacial. Importa estudar o equilíbrio entre a determinação em manter a originalidade do edificado e as inevitáveis alterações espaciais, técnicas e sociais a que têm que ser sujeitos.
Os casos de estudo em análise têm sido já bastante estudados e divulgados, bem como a consciência da sua preservação, mas o que se propõe nesta comunicação é a apresentação de um conhecimento para muitos desconhecido.
O que se sabe, de facto, sobre o estado das habitações? O que prevalece na realidade, a identidade do original ou as sucessivas alterações introduzidas pelos habitantes?
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica