Resumo (PT):
Perante a eminência de narrativas de crise e de incerteza económica e social poderá compreender-se (considerando o que é socialmente expectável e desejável) que projetos vocacionais estáveis e
consolidados sejam questionados e revistos? Simultaneamente, a qualidade de vida poderá configurar-se aqui como o objetivo último, mas também como o “objeto” ameaçado nos meandros indefinidos do que é pessoal e socialmente, ora desejado, ora esperado. Colocar-se voluntariamente num contexto de mudança e imprevisibilidade implica, portanto, um processo (mais ou menos complexo) de negociação pessoal e social, que no âmbito da Consulta Psicológica Vocacional parece potenciar os pressupostos e processos que lhe são inerentes. Pretende-se, nesta comunicação, refletir sobre o modo como a premência psicológica para questionar e desafiar percursos e trajetórias de vida (em momentos que não externamente determinados) potencia as virtualidades da intervenção psicológica vocacional, gerando acontecimentos, radicados em afinidades discursivas, que evocam e convocam de forma imediata dimensões críticas para o investimento reconstrutivo. Procurar-se-á evidenciar, a partir da experiência de intervenção com adultos no Serviço de Consulta Psicológica de Orientação Vocacional ao Longo da Vida (SCPOV.LV) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), idiossincrasias dos acontecimentos do processo de (re)orientar-se – em função do estatuto dos indivíduos face ao aprender e ao trabalhar – refletindo de forma transversal como a sua integração na construção de um projeto pessoalmente significativo se repercute na qualidade de vida.
Idioma:
Português
Tipo (Avaliação Docente):
Científica