Resumo: |
No período entre 1910 e 1974, Portugal atravessou diversas realidades políticas, desde a 1ª República (1910-1926) à ditadura do
Estado Novo (1933-1974). Tal como na maioria dos países do sul da Europa [AlBaLeMaPa04], o estado-providência foi construído
então a partir de um regime autoritário, dando origem a uma complexa rede de atuação diferente da de outros países [Fl89;
SwAvHe14].
A carência de habitação para classes desfavorecidas fez parte de um conjunto de medidas governamentais destinadas a resolver as
necessidades das famílias de menores recursos (educação, saúde e justiça). As soluções de habitação (processo construtivo,
organização do espaço, tipologias, uso e integração urbana) expressam a natureza dos compromissos do estado e a relação entre
ideologia, políticas de fomento e arquitetura habitacional.
Grande parte da literatura de referência foi produzida sobre os aspetos económicos e políticos, pelo que a produção de habitação
(no que se refere quer à arquitetura quer à sua inserção urbana) resta praticamente desconhecida enquanto parte integrante da
ação social do estado e das políticas de fomento. Estes conjuntos habitacionais construídos por todo o país emergem hoje como um
vasto e valioso 'documento' apto a construir ou consolidar o conhecimento nos estudos políticos, sociais e culturais, assim como a
gerar novas perspetivas na história da arquitetura. O objetivo do trabalho que propomos é analisar esta realidade construída tendo
em vista uma compreensão mais alargada dos fenómenos que lhe deram origem.
'MdH - Mapa da Habitação: Revisão Crítica da Arquitetura Residencial construída com o apoio do Estado em Portugal (1910-1974)' é
um projeto de investigação que reúne uma equipa internacional e multidisciplinar composta por arquitetos, sociólogos, historiadores
e arquivistas em diferentes fases do seu percurso académico (Séniores, Pós-Doc e estudantes de Doutoramento e Mestrado) e com
abordagens e contex |
Resumo No período entre 1910 e 1974, Portugal atravessou diversas realidades políticas, desde a 1ª República (1910-1926) à ditadura do
Estado Novo (1933-1974). Tal como na maioria dos países do sul da Europa [AlBaLeMaPa04], o estado-providência foi construído
então a partir de um regime autoritário, dando origem a uma complexa rede de atuação diferente da de outros países [Fl89;
SwAvHe14].
A carência de habitação para classes desfavorecidas fez parte de um conjunto de medidas governamentais destinadas a resolver as
necessidades das famílias de menores recursos (educação, saúde e justiça). As soluções de habitação (processo construtivo,
organização do espaço, tipologias, uso e integração urbana) expressam a natureza dos compromissos do estado e a relação entre
ideologia, políticas de fomento e arquitetura habitacional.
Grande parte da literatura de referência foi produzida sobre os aspetos económicos e políticos, pelo que a produção de habitação
(no que se refere quer à arquitetura quer à sua inserção urbana) resta praticamente desconhecida enquanto parte integrante da
ação social do estado e das políticas de fomento. Estes conjuntos habitacionais construídos por todo o país emergem hoje como um
vasto e valioso 'documento' apto a construir ou consolidar o conhecimento nos estudos políticos, sociais e culturais, assim como a
gerar novas perspetivas na história da arquitetura. O objetivo do trabalho que propomos é analisar esta realidade construída tendo
em vista uma compreensão mais alargada dos fenómenos que lhe deram origem.
'MdH - Mapa da Habitação: Revisão Crítica da Arquitetura Residencial construída com o apoio do Estado em Portugal (1910-1974)' é
um projeto de investigação que reúne uma equipa internacional e multidisciplinar composta por arquitetos, sociólogos, historiadores
e arquivistas em diferentes fases do seu percurso académico (Séniores, Pós-Doc e estudantes de Doutoramento e Mestrado) e com
abordagens e contextos de trabalho variados.
O MdH assenta num corpus documental ancorado nos projetos das habitações e dos conjuntos urbanos arquivados em diversas
Instituições nacionais, aos quais se agregam os respetivos documentos processuais (memórias descritivas, relatórios, pareceres,
etc.). Este conjunto de informação é compilado numa base de dados que relaciona cada operação / bairro / edifício com referências
bibliográficas, imagens e respetiva legislação.
Disponível tanto para o público em geral como para o institucional, a base de dados substanciará uma visão atualizada dos
conjuntos habitacionais, apoiando intervenções contemporâneas, assim como uma revisão da história política, económica e social do |