Resumo (PT):
A infertilidade é conhecida pela elevada carga emocional, sendo esta tida como
motivo de abandono dos tratamentos de fertilidade por cerca de um terço dos casais. Embora
a Tomada de Decisão Partilhada seja reconhecida como o modelo que mais se adequa aos
tratamentos médicos, podendo a boa comunicação médico-paciente melhorar a adaptação
dos pacientes aos tratamentos, ainda pouco se sabe como esta ocorre dentro do contexto da
Procriação Medicamente Assistida (PMA).
Para procurar compreender como ocorre a comunicação médico-paciente dentro da
PMA, bem como o que está em falha, foram entrevistados 9 participantes (1 casal, 1 homem
e 7 mulheres) que haviam transitado de tratamentos de PMA com recurso a gâmetas próprios
para gâmetas doados. A nossa amostra realizou, ou encontra-se a realizar, os tratamentos no
sistema privado, mas a sua maioria teve pelo menos um primeiro contacto no Sistema
Nacional de Saúde (SNS), o que nos fornece perspetivas sobre ambos os contextos. As
entrevistas foram transcritas e categorizadas através do software NVivo, e com base nas
guidelines da Grounded Theory.
Concluiu-se que aquilo que os participantes mais valorizam e procuram é o
fornecimento de maior quantidade possível de informação sobre o seu caso em específico e
sobre os tratamentos e suas consequências no geral, o apoio emocional e um tratamento
personalizável ao invés de um estandardizado.
Os resultados aqui obtidos permitirão enriquecer a literatura acerca da comunicação
médico-paciente, fornecendo conhecimento primário em como implementar a tomada de
decisão partilhada na transição para a doação de gâmetas.
Language:
Portuguese
No. of pages:
49