Resumo (PT):
Em 2011, em texto do catálogo de exposição sobre a “A Planta Topográfica da Cidade do Porto”, de A. G. Telles Ferreira (1892)
onde se delineava um retrato da cartografia urbana contemporânea, com especial incidência na segunda metade do século XIX e
nas primeiras décadas do século XX, afirmou-se que, na segunda metade do século XIX, “a impossibilidade de resposta dos serviços
geodésicos do Estado às crescentes necessidades de cartografia por parte das câmaras municipais, permitiu que começasse
a esboçar-se um pequeno mercado para a elaboração de levantamentos cartográficos” (FERNANDES, 2011, p. 9).
Em 2019, procurando motivo ou objeto para comunicar, ao VIII Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica, assunto que
envolvesse a cidade de Chaves, topou-se, no Arquivo Histórico Municipal de Chaves, com singelo documento que, embora aparentemente
sem importância, remetia para aquela afirmação, contribuindo, qual peça de puzzle, para a consolidação de um discurso
sobre a história da cartografia urbana e do planeamento urbano em Portugal.
Trata-se de documentação datada de Lisboa e de 1881, composta por uma missiva, dirigida ao Presidente da Câmara Municipal
de Chaves e acompanhada por uma “Planta da Cidade de Chaves a 1/10.000”, cuja existência comprova e simboliza a existência
de um mercado de serviços de levantamentos cartográficos urbanos, desenvolvido num contexto de existência de recursos humanos
com capacidade técnica (com engenheiros militares desde o século XVIII e Manoel de Azevedo Fortes e com engenheiros
civis desde as escolas politécnicas de Lisboa e Porto, criadas em 1837) e de necessidade reconhecida pelas câmaras municipais
em empreender melhoramentos urbanos, quer porque a realidade o exigia, quer porque a legislação o obrigava e/ou sugeria. Com
a explicitação de factos e circunstâncias pretende-se contribuir para a história da cartografia urbana em Portugal.
Abstract (EN):
In 2011, in text from the exhibition catalog on “The Topographic Plan of the City of Porto”, by A. G. Telles Ferreira (1892), where a portrait
of contemporary urban cartography was outlined, with special emphasis on the second half of the 19th century and first decades of the
twentieth century, it was stated that, in the second half of the nineteenth century, “the impossibility of the State's geodetic services to respond
to the growing needs of cartography on the part of the city councils, allowed a small market to begin to be outlined for the elaboration
of cartographic surveys ”(FERNANDES, 2011, p. 9).In 2019, looking for a reason or object to communicate, at the VIII Luso-Brazilian
Symposium on Historical Cartography, a subject that involved the city of Chaves, he found himself in the Municipal Historical Archive of
Chaves with a simple document that, although apparently unimportant, sent to that statement, contributing, as a puzzle piece, to the consolidation
of a discourse on the history of urban cartography and urban planning in Portugal.This is documentation dated from Lisbon and
1881, composed of a letter, addressed to the Mayor of Chaves and accompanied by a “Plan of the City of Chaves at 1 / 10.000”, whose
existence proves and symbolizes the existence of a market for urban cartographic survey services, developed in the context of the existence
of human resources with technical capacity (with military engineers since the 18th century and Manoel de Azevedo Fortes and with
civil engineers from the polytechnic schools of Lisbon and Porto, created in 1837) and of the need recognized by the city councils to undertake
urban improvements, either because the reality required it, or because the legislation required and/or suggested it. The explanation
of facts and circumstances is intended to contribute to the history of urban cartography in Portugal.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Notes:
Disponível em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/18276.pdf