Resumo (PT):
Em 2050, prevê-se que cerca de 70% da população mundial viverá em áreas urbanas, o que representa um aumento de 15 pontos percentuais face aos 55% que já vivem nas cidades atualmente (UN- Habitat, 2024, p.309). Esta elevada concentração populacional já exerce pressão sobre os sistemas sociais, ambientais e de saúde pública, com impactos negativos no bem-estar físico e mental das populações. Entre as estratégias para mitigar tais efeitos, destaca-se a promoção de atividades benéficas para a nossa saúde, nomeadamente a atividade física.
Para incentivar a sua prática, defende-se que os espaços físicos e sociais que o suportam devem estar profundamente interligados com o espaço público urbano e ser acessíveis a todos. Contudo, as grandes concentrações urbanas estão cada vez mais sobrelotadas, o que limita a disponibilidade de espaço para a integração de novas infraestruturas desportivas.
Acresce que cerca de 40% das emissões de carbono totais são emitidas pela indústria da construção (WGBC, 2019). Tal valor sugere uma oportunidade de olhar para as estruturas já existentes nas cidades e encontrar valor nas mesmas, atribuindo-lhes novas funções.
A presente dissertação tem como objetivo explorar estratégias para a promoção da saúde e da sustentabilidade através do espaço desportivo, questionando a sua relação com o contexto urbano consolidado.
Após a clarificação de conceitos teóricos que analisam a relação entre desporto, espaço urbano, saúde e circularidade, a investigação avançará para uma análise de exemplos de espaços desportivos, com escala, localização e função programática variada. Considera-se também a sua relevância enquanto pontos de uma rede, com foco na cidade de Copenhaga, de modo a avaliar se o contributo dos espaços desportivos públicos para a saúde e a sustentabilidade urbana depende exclusivamente do seu desenho ou da sua articulação com as redes e dinâmicas da sua envolvente urbana.
Abstract (EN):
By 2050, it is estimated that around 70% of the world’s population will live in urban areas, representing an increase of 15 percentage points from the 55% currently living in cities (UN- Habitat, 2024, p.309). This density
already pressures social, environmental, and public health systems, with negative impacts on the physical and mental well-being of communities. Among the strategies to mitigate these effects is the promotion of activities beneficial to human health, particularly physical activity.
To encourage such practices, it is argued that the physical and social spaces that support them must be deeply integrated into the urban public realm and made accessible to all. However, major urban areas are becoming increasingly overcrowded, which limits the availability of space for the development of new sports infrastructures.
Additionally, around 40% of total carbon emissions are produced by the construction industry (WGBC, 2019). This figure highlights an opportunity to re-evaluate existing structures in our cities and uncover new value in them by assigning new functions.
This dissertation aims to explore strategies that promote health and sustainability through sports spaces, questioning their relationship with the urban context.
Following a theoretical framework that examines the connections between sport, urban space, health, and circularity, the research will move on to an analysis of sports spaces, varying in scale, location, and functional purpose. These case studies will then be interpreted as part of a broader urban network, with a particular focus on the city of Copenhagen, to assess whether the contribution of public sports spaces to urban health and sustainability depends solely on their design or on their integration into the surrounding urban systems and dynamics.
Language:
Portuguese