Resumo (PT):
Quando se consideram os objectivos societários gerais do tema aglutinador deste encontro, “Química e Inovação”, surge inevitavelmente como primeiro objectivo o Desenvolvimento Sustentável. A perseguição da Sustentabilidade pela química é realizada proactivamente pela Química Verde (QV, em sentido lato, incluindo a Engenharia Verde) e impõe que aquela ciência seja ensinada segundo esta nova postura. Neste contexto, iniciou-se neste Departamento uma linha de actividade dirigida à implementação do ensino da QV no ensino secundário. Para instilar nos estudantes a nova mentalidade de praticar a química, o ensino experimental desta deve adoptar experiências que envolvam intencionalmente como objectivo o aumento da verdura e que evidenciem como é possível concretizá-lo por meio da realização paralela de versões tradicionais e com verdura acrescida.
Para implementação da QV é necessário realizar a aferição da verdura, uma grandeza muito complexa, cuja avaliação passa pela utilização de ferramentas e métricas apropriadas (p.ex. [1]). Para utilização simples a nível elementar, para avaliação da verdura das experiências de química, nomeadamente de reacções químicas, tem-se em construção uma nova métrica semiquantitativa, gráfica, a chamada “Estrela Verde” (“GreenStar”), na qual se consideram globalmente os Doze Princípios da QV [2]. A métrica consiste em avaliar a verdura referente a cada um destes, numa escala de 1 a 3, por meio de critérios pré-definidos e representar os resultados num gráfico de estrela (quanto mais cheia for a estrela, maior é a verdura).
A Estrela Verde será exemplificada pela análise da verdura da síntese laboratorial do sulfato de tetraminocobre(II), que faz parte do programa actual da disciplina de Física e Química do 11º ano do Ensino Secundário (é a única experiência de química preparativa realizada no 10º e 11º anos) em função do modo como é realizada (macro/microescala) e tendo em vista a sua “optimização verde”. Os resultados serão comparados com os obtidos pela EcoScale, uma outra métrica recentemente introduzida com o mesmo fim de avaliar as experiências de síntese no laboratório [3].
[1] A. A. S. C. Machado, Métricas da Química Verde – A Produtividade Atómica,
QUIMICA 107 (2007) 47-55.
[2] P. T. Anastas e J. C. Warner, Green Chemistry, Oxford UP, 1998, p. 30.
[3] K. van Aken, L. Strekowski e L. Patiny, EcoScale, a Semi-quantitative Tool to Select
an Organic Preparation Based on Economical and Ecological Parameters, Beilstein J. Org. Chem. 2(3) (2006) 1-7.
Language:
Portuguese
Type (Professor's evaluation):
Scientific
Contact:
gribeiro@fc.up.pt
Notes:
Livro de resumos p. 279