Exposição | ANUÁRIA'21 | Novas práticas

23 de setembro - julho de 2022, 2.ª - 6.ª feira (encerra aos feriados), 9h00-20h00, FAUP

A edição de 2021 propõe uma reflexão sobre o processo de adaptação dos cursos da Faculdade aos novos desafios contemporâneos. Regista a diversidade de experiências de ensino-aprendizagem que a escola integra, desde aquelas vividas no espaço físico da escola até às condições particulares de utilização de meios de comunicação digital à distância que a circunstância pandémica impôs. Questiona o modo como o analógico e, sobretudo o digital, se reflectiram directamente nos processos académicos e que, perante novos desafios e exigências da sociedade, permitem situar-nos em novos tempos.  

A exposição ANUÁRIA'21 é dedicada ao Professor José Quintão (1940-2021).

Após um período inicial - 23 de setembro a 29 de outubro de 2021 - em que a globalidade da ANUÁRIA'21 esteve em exposição nos pisos 2 e 3 dos edifícios B, C e D da FAUP, a exposição prolonga-se até Julho de 2022, restringindo-se aos espaços comuns dos edifícios B e C, reorganizada em três partes que serão expostas sequencialmente ao longo de em 3 momentos:

1º momento | novembro — janeiro | Desenho e Construção

2º momento | fevereiro — abril | Projecto

3º momento | maio — julho | Teoria e História

"A ANUÁRIA/FAUP, como plataforma de arquivo-exposição com a missão de divulgar/expor/difundir os exercícios curriculares dos cursos da FAUP e proceder à salvaguarda e difusão do seu acervo didáctico/pedagógico, tem um valor patrimonial forte, e significa, no âmbito do quadragésimo aniversário da criação da Faculdade, uma parte substancial do espólio documental/objectual relativo aos últimos 26 anos, cerca de 2/3 dessas quatro décadas. Assim, para além da realização da exposição anual (afirmando as vantagens do seu formato analógico e digital, em especial nos actuais tempos e modos), desenvolve um paulatino processo de consolidação de um sistema de informação digital que funciona como plataforma de informação e que se pretende ser complementado com uma plataforma de interpretação do seu acervo, em regime de visualização aberto com as devidas protecções autorais (RGPD), difundido na WEB e inclusivo de outras plataformas de arquivo pedagógico entretanto criadas na Faculdade, como já acontece em Desenho, História e Urbanística e outras de iniciativa individual.

Mas não nos podemos esquecer do espaço físico entretanto criado e que, pelas condicionantes da COVID-19, teve um acesso reservado e condicionado durante o presente ano lectivo: ele continua a crescer, absorvendo hoje o espólio entre 1995 e 2020 - ocupa uma sala (4.7.B) na qual se encontram expostos os trabalhos em suporte físico (documental e objectual), um espaço de exposições temporárias expectante para mostras em 2021/2022 (Átrio de entrada do Centro de Documentação/Biblioteca, no edifício C), uma sala de arquivo de retaguarda (4.8.B) e uma central de armazenamento informático das acções de transferência de suporte (analógico/digital) em curso desde 2014 (4.7.B). O grande objectivo deste processo é continuar o seu trabalho de tornar pública e de potenciar o acesso a uma herança que se pensa ser útil às dimensões curriculares e de investigação da comunidade académica, mas também da sociedade em geral, no plano nacional e internacional.

Com a edição de 2021, que retrata o processo de adaptação dos cursos da Faculdade a novos desafios colocados desde o seu exterior (o impacto da COVID-19 foi absolutamente determinante), tenciona-se continuar a valorizar uma das dimensões mais importantes de uma comunidade académica dinâmica: a partilha e a geração de conhecimento através de práticas colaborativas e do aprofundamento das intersecções entre percursos paralelos e convergentes dos estudantes, no contexto do trinómio ensinoaprendizagem- investigação, desde o 1º ciclo ao 3º ciclo de estudos, complementados com a actividade de investigação.
O valor acrescentado que significa para uma “Escola” a sua produção didática e pedagógica é, efectivamente, para além de um manancial enorme de produção escolar, um reflexo do presente e das suas contingências e um desígnio do futuro e do que nele podemos incorporar de todas as experiências que vamos fazendo. Como não parece credível que qualquer projecto a médio prazo possa secundarizar essa produção, nem que o “espaço da Escola” possa sair fragilizado de todo este processo de adaptação a novas realidades que enfrentamos desde Março de 2020 e com as quais pudemos e podemos aprender, aproveitando, sobretudo, o grande “salto tecnológico” que se verificou, estamos perante mais uma oportunidade de reponderar estratégias e modelos a aplicar num futuro que já começa agora.

A variedade dos actos e processos de criação, a representação em diferentes dispositivos expositivos da multiplicidade das abordagens e da diversidade das respostas encontra nesta plataforma uma expressão retrospectiva, mas sobretudo, prospectiva. Num ano de excepção por questões sanitárias, torna-se necessário promover a reflexão sobre os caminhos que percorremos durante dois semestres lectivos diametralmente opostos em termos de didácticas e pedagogias. Na medida das interrogações do presente, da imprevisibilidade do futuro, nas vésperas de um novo ano lectivo, esta retrospectiva narrativa do que agora se finda, espera poder dotar o referido espólio acumulado de argumentos para o debate, a ponderação e a decisão sobre matérias (não só disciplinares, também didácticas e pedagógicas), em sede de uma instituição de ensino superior plural, diversa e multifacetada, num contexto em que o analógico e, sobretudo o digital, se reflectiram directamente nos processos académicos e que, perante novos desafios e exigências da sociedade, nos situamos em novos tempos.

Neste sentido, para além da exposição na FAUP e na WEB, tomando como objecto de análise exactamente essa produção didáctica e pedagógica dos últimos anos e partindo da observação e leitura da exposição do corrente ano, organizamos o seguinte Seminário que se desenhará nos moldes do quadro que se reproduz infra e que se espera contar com a participação dos colegas que, todos os dias, trabalham nas áreas disciplinares e nas suas transversalidades e nos diversos ciclos de estudos num ambiente de máxima pluralidade e inclusão.
— Mário Mesquita"

Comissariado: Mário Mesquita