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As “populações especiais” têm vindo a constituir-se como um alvo de crescente atenção e preocupação, sendo hoje uma realidade bem presente nas agendas políticas de vários países, bem testemunhadas através da participação ativa de representantes de numerosos governos, de agências especializadas e de organizações intergovernamentais em grandes eventos mundiais relacionados com aqueles grupos populacionais, dos quais destacamos a Conferência Mundial de Educação Especial em Salamanca no ano de 1994.
Particularmente nas últimas duas décadas, tem-se verificado da parte dos vários profissionais envolvidos, nomeadamente, psicólogos, professores, terapeutas, médicos, técnicos de serviços sociais e outros agentes, uma forte tentativa em congregar esforços no sentido de dar a estes indivíduos a melhor resposta possível, particularmente no que se refere às suas necessidades de natureza físico-motora, cognitivo-intelectual e socio-emocional.
O significativo número de indivíduos que, dadas as suas características muito próprias, diferem da norma, ao apresentarem limitações mais ou menos acentuadas, de natureza congénita ou adquirida, podendo ser permanentes ou temporárias, em aspetos que se relacionam em termos genéricos, seja de forma isolada ou em simultâneo, com os diferentes domínios da sua existência enquanto indivíduos inseridos na sociedade, parece pois, merecer um cuidado particular por parte de organizações como a UNESCO ou a Organização Mundial de Saúde em particular e da sociedade em geral.
Contudo, e apesar dos constantes progressos ao nível científico e tecnológico, designadamente ao nível da medicina preventiva e de reabilitação, determinados grupos da população carecem, de um modo mais ou menos acentuado, de um tipo de intervenção especializada.
No grande grupo das populações especiais, onde se incluem casos tão diversos como os indivíduos obesos, hipertensos, diabéticos, epiléticos e asmáticos, indivíduos com Necessidades Educativas Especiais, entre outras situações destacam-se, muito em particular, aqueles que, entre outras designações, são usualmente denominados de “deficientes”, “portadores de deficiência” ou “indivíduos com deficiência”, os quais apresentam indicadores relacionados com situações de deficiência no âmbito sensorial, mental, físico ou motor, ou ainda de natureza comportamental.
Neste contexto, surge este Curso de 2º Ciclo de Atividade Física Adaptada, procurando dar resposta a um vasto número de necessidades imanentes destas populações, nomeadamente através da promoção do conhecimento especializado na área da atividade física adaptada.
Mais concretamente, este curso visa fornecer conhecimentos especializados no domínio da Atividade Física Adaptada, perspetivada nos âmbitos educativo, recreativo, terapêutico e competitivo.
Neste sentido, procura-se conciliar o perfil inicial dos estudantes com um novo perfil de competências mais alargado, nomeadamente no que diz respeito:
O 2º Ciclo surge na sequência vertical da Opção de Desporto de Reeducação e Reabilitação (DRR) do 1º Ciclo de estudos, garantindo a exigência e a qualidade científico-pedagógica na referida área.
Neste sentido e entendendo que a base deste 2º ciclo de estudos na área da Atividade Física Adaptada se centra, por um lado, na operacionalização dos conhecimentos adquiridos ao longo do 1º Ciclo na opção de Deporto e Populações Especiais e, por outro lado, na formação científica como um elemento de interface essencial para o 3º Ciclo de estudos na área das Ciências do Desporto, os estudantes terão duas possibilidades: i) opção pela vertente profissionalizante, através de um estágio profissional tutorado que pressupõe a aplicação sob supervisão, em situação real de planificação, orientação, execução e adaptação do exercício a populações especiais, ou ii) opção pela via científica, através da realização de uma dissertação.
Neste sentido, este curso permitirá que os alunos possam não apenas estudar e confrontar as bases teóricas e científicas da atividade física adaptada em populações especiais, como também, desenvolver e promover intervenções naquele âmbito.