A resposta miocárdica à estimulação Beta-Adrenérgica está comprometida na hipertensão arterial e na Diabetes Mellitus.

• Tipo: Resumo de Comunicação em Conferência Nacional
• Data: 2008

Autores

Falcão-Pires I (Autor) FMUP; Gonçalves N (Autor) FMUP; Leite-Moreira AF (Autor) FMUP

Ata de Conferência Nacional

Título: Revista Portuguesa Cardiologia

Página Inicial: I-153

XXIX Congresso Português de Cardiologia

Vilamoura, 20 a 23 de Abril de 2008

Classificação Científica

FOS: Ciências médicas e da saúde > Outras ciências médicas

CORDIS: Ciências da Saúde > Ciências Médicas > Medicina > Cardiologia

Outras Informações

Resumo (PT): A hipertensão arterial (HTA) é um importante factor de risco de doença cardiovascular, representando uma sobrecarga crónica de pressão para o ventrículo esquerdo. Estudos recentes demonstram uma elevada prevalência de HTA associada à Diabetes Mellitus (DM), que resulta num aumento da incidência de insuficiência cardíaca. Objectivo: Avaliar as diferenças de resposta à estimulação ß-adrenérgica entre cada uma destas patologias e a sua associação. Os efeitos de concentrações crescentes de isoprenalina (ISO; 10-10-10-5M) foram avaliados em músculos papilares de ratos Wistar controlo (S), sujeitos a constrição crónica da aorta descendente (BA), com DM induzida por STZ (65mg/Kg,ip) e com a conjugação destas 2 condições (DB). Parâmetros avaliados: tensão activa (TA;mN/mm2), velocidades máximas de elevação e queda da tensão (dT/dtmax e dT/dtmin, respectivamente;mN/mm2/s), tempo de encurtamento (tPS,ms), tempo para a tensão activa (tAT,ms), tempo para 1/2 do relaxamento (tHR,ms), tensão passiva (TP;mN/mm2), comprimento muscular passivo (L; L/Lmax). Resultados expressos pela média±EPM, em % do valor basal (p<0,05: a vs S; b vs BA e c vs DM). A performance basal revelou, nos grupos diabéticos, um prolongamento significativo da contracção: aumento do tPS (S:99,3±3,2; BA:97,2±2,4; DM: 115±4,9 ab; DB:125,0±7,8 ab) e do tAT (S:93,8±2,9; BA:91,0±2,3; DM:108,3±5,1 ab; DB:118,5±6,4; ab) e do relaxamento: aumento do tHR (S:153,9±5,3; BA:139,5±3,6; DM:173,3±7,6 ab; DB:192,5±13,6 ab) e dP/dtmin (S:-197,7±35,0; BA:-177,0±21,4; DM:-226,7±32,8; DB:-173,2±84,0). Não se observaram diferenças significativas na resposta à ISO entre os grupos S, BA e DM. 10-5M de ISO induziu um aumento de 52,5±12,3% AT, 66,1±17,6% dT/dtmax e 143,5±27,8% dT/dtmin no grupo S; 49,5±10,4% AT, 59,4±11,9% dT/dtmax e 98,8±14,6% dT/dtmin no grupo BA e 54,0±15,2% AT, 61,5±14,2% dT/dtmax e 116,0±21,4% dT/dtmin no grupo DM. Contudo, no grupo DB, verificou-se uma atenuação da resposta à ISO (2,4±3,1%AT, 16,4±4,5% dT/dtmax e 32,0±2,9% dT/dtmin). Observou-se um aumento significativo do L/Lmax de 1,0077±0,003 e 1,0055±0,001 apenas nos grupos S e B, respectivamente. Este aumento traduz uma diminuição da rigidez miocárdica modulada pela estimulação ß-adrenérgica, uma vez que a reposição do comprimento muscular no seu valor basal resultou numa diminuição da tensão passiva miocárdica de 12,5±3,6% e de 8,3±1,6% nos grupos S e BA. Este efeito não se verificou nos grupos diabéticos. A ISO modula as propriedades passivas miocárdicas mas que este efeito é abolido na presença de DM. Para além das alterações funcionais que se verificam em cada uma destas patologias separadamente, a DM quando conjugada com a HTA, exacerba as alterações do coração hipertrofiado induzindo alterações funcionais significativas e dessensibilização ß-adrenérgica

Idioma: Português

Tipo (Avaliação Docente): Científica

Notas: XXIX Congresso Português de Cardiologia, publicado na Rev. Port. cardiol. 2008; Vol.27(SuplI):I-153.