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Memória U.Porto

Docentes e Estudantes da Primeira Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Delfim Pinto dos Santos


Fotografia de Delfim Pinto dos Santos

1907-1966
Professor Universitário, Filósofo e Pedagogo



Nascido a 6 de Novembro de 1907 na cidade do Porto, a perda do pai no início da adolescência forçou-o a empregar-se numa oficina para poder continuar os estudos à noite, frequentando a Escola Industrial do Infante D. Henrique e concluindo o curso da Escola Preparatória de Mouzinho da Silveira. Na qualidade de aluno externo matriculou-se no Liceu de Alexandre Herculano onde, em dois anos consecutivos, completou o Curso Geral e o Curso Complementar dos liceus, nas classes de Ciências e Letras, inscrevendo-se na Universidade do Porto no ano letivo de 1927-1928.

Julgando indispensável o estudo do Grego, das Ciências Físicas e das Matemáticas para o aprofundamento da Filosofia, cursou algumas cadeiras do curso de Ciências Matemáticas da Faculdade de Ciências, enquanto prosseguia a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas na 1.ª Faculdade de Letras. Tomando parte na intensa vida cultural da Academia do Porto em finais dos anos 20, foi eleito representante dos alunos de ambas as Faculdades no Senado Universitário. O convívio com Leonardo Coimbra abriu-lhe novos horizontes em matéria de especulação filosófica. A 22 de Julho de 1931, integrado na última vaga de inscritos na 1.ª Faculdade de Letras do Porto, concluiu com 18 valores a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com classificações entre os 17 e os 20 valores nas vinte e uma cadeiras que constituíam o curso.

Fotografia de Delfim Pinto dos SantosNo ano letivo de 1931-1932 decidiu-se pelo magistério liceal particular em colégios do Porto, deslocando-se no ano imediato para Coimbra, de forma a realizar o 1.º ano do estágio profissional no Liceu Normal de Coimbra e o curso de Ciências Pedagógicas na Faculdade de Letras, como aluno voluntário, que concluiu com a média final de 15 valores. O 2.º ano do estágio foi cumprido no Liceu Normal Pedro Nunes, em Lisboa, durante o ano letivo de 1933-1934, tendo obtido a classificação final de 18 valores na prática pedagógica e a de 16 valores no Exame de Estado. Já como professor profissionalizado foi nomeado professor agregado do 4.º Grupo (História e Filosofia) no Liceu de Gil Vicente de Lisboa.

Com uma bolsa de estudo atribuída pela Junta de Educação Nacional em Outubro de 1935, deslocou-se à Universidade de Viena para frequentar cursos de especialização científica e assistir a conferências de destacadas figuras da “Escola de Viena”, como Husserl, Shlick, Frobenius e Heisenberg. No 2.º semestre de 1936 partiu para a Universidade de Berlim a fim de participar em novos cursos universitários e reuniões de Filosofia das Ciências, tendo convivido com Nikolai Hartmann, Martin Heidegger e Eduard Spanger, que marcariam decisivamente o seu pensamento. Já o primeiro semestre de 1937 foi passado entre Londres e Cambridge, onde contactou com a “Aristotelian Society” do Instituto Britânico de Filosofia, completando as suas investigações sobre a problemática filosófica das Ciências.

Findo os dois anos como bolseiro no estrangeiro, regressou a Portugal no final do Verão de 1937, tendo sido logo convidado pela Junta Nacional de Educação para assumir o cargo de Leitor na Universidade de Berlim e no "Institut fur Portugal und Brasilein", onde regeu cursos e conferências sobre a cultura portuguesa. Em 1940 apresentou-se a Doutoramento em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, sendo aprovado por unanimidade pelo júri constituído pelo Dr. Joaquim de Carvalho e pelo Dr. Vieira de Almeida, após defesa da dissertação intitulada "Conhecimento e Realidade". Declinando o convite para Leitor na Universidade de Oxford, que lhe havia sido endereçado pelo Instituto para a Alta Cultura, preferiu regressar a Berlim por mais dois anos, como professor universitário convidado de Filosofia.

Fotografia de Delfim Pinto dos Santos Em Janeiro de 1943 ingressou como 1.º Assistente da 3.ª secção (Ciências Pedagógicas) na Faculdade de Letras de Coimbra, lecionando as disciplinas de História da Educação, Organização e Administração Escolares e História da Filosofia Antiga; no ano seguinte, foi investido das insígnias doutorais pelo Dr. Cabral da Moncada, da Universidade de Coimbra. Em 1947 foi aprovado para professor extraordinário de Ciências Pedagógicas da Faculdade de Letras de Lisboa, passando a reger as cadeiras de Pedagogia e Didáctica, História da Educação, Organização e Administração Escolares e Psicologia Escolar e Medidas Mentais, sendo nomeado professor agregado da mesma instituição decorrido um ano.

Aos poucos, foi privilegiando o estudo da Pedagogia sobre o da Filosofia, vindo a usufruir de uma bolsa de estudo do Instituto para a Alta Cultura (1948) para uma especialização científica em orientação vocacional e profissional nos E.U.A. Por fim, em 1950, ascendeu a professor catedrático da 3.ª Secção na Faculdade de Letras de Lisboa, exercendo paralelamente as funções de professor de Psicologia e Sociologia do Instituto de Altos Estudos Militares (1955-1962). Por incumbência do Ministério da Educação Nacional, realizou, em 1957, uma missão de estudo a diversos institutos de educação europeus para contacto com o seu funcionamento e com o processo de formação pedagógica de professores, projetando a criação de um instituto superior de educação em Portugal.

Fotografia de Delfim Pinto dos SantosNomeado como membro do Conselho Consultivo da Fundação Calouste Gulbenkian em 1961, apresentou o projeto de criação do Centro de Investigação Pedagógica, o qual passou a dirigir desde a sua criação em 1963. Passados três anos, assumiu, também, a direção do Instituto Pedagógico de Adolfo Coelho, agregado à Faculdade de Letras de Lisboa, cargos que ocupou até ao seu falecimento em Cascais, a 25 de Setembro de 1966.
Em homenagem à sua obra e mérito científico, reconhecido nos círculos culturais internacionais, foi atribuído o seu nome à Escola Preparatória de S. Domingos de Benfica (1972) e promovida a publicação pela Fundação Calouste Gulbenkian dos 4 volumes que reúnem o seu pensamento filosófico e pedagógico: “Obras Completas” (1971-1998).
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)

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