Saltar para:
Logótipo
Comuta visibilidade da coluna esquerda
Você está em: Início > FLUP0959

Estudos Utópicos

Código: FLUP0959     Sigla: ESTUT

Ocorrência: 2005/2006 - 1S

Ativa? Sim
Unidade Responsável: Departamento de Estudos Anglo-Americanos
Instituição Responsável: Faculdade de Letras

Ciclos de Estudo/Cursos

Sigla Nº de Estudantes Plano de Estudos Anos Curriculares Créditos UCN Créditos ECTS Horas de Contacto Horas Totais
EAA 8 Plano Oficial - LEAA 2 2,5 5 -
3
EFI 0 Plano Oficial - LEFI 2 2,5 5 -
3
4
EIA 1 Plano Oficial - LEIA 2 2,5 5 -
3
4
EPI 6 Plano Oficial - LEPI 2 2,5 5 -
3
4

Docência - Horas

Teórica: 2,00
Prática: 2,00
Tipo Docente Turmas Horas
Teórica Totais 1 2,00
Jorge Miguel Pereira Bastos da Silva 2,00
Prática Totais 1 2,00
Jorge Miguel Pereira Bastos da Silva 2,00

Objetivos

De uma maneira geral, a cultura do Iluminismo apresenta um carácter optimista, quer porque entende que o mundo físico é uma entidade bem regulada, chegando a afirmar-se que é o melhor dos mundos possíveis; quer porque concebe o homem como um sujeito racional e bom, ou com a capacidade de se aperfeiçoar no sentido do racional e do bom; quer, ainda, por cultivar a esperança de que as sociedades humanas podem evoluir no sentido de se tornarem mais justas e equilibradas, se não, mesmo, virem a encarnar em pleno a justiça e a realizar a harmonia entre os homens.
Relacionados desde sempre com a hipótese de construir um mundo melhor, a utopia e o utopismo são modos de escrita e de reflexão que assumem especial relevância num contexto cultural como aquele do Iluminismo. No âmbito do presente programa considerar-se-á a presença da utopia e do utopismo no seio da cultura das Luzes, examinando textos produzidos na Grã-Bretanha, em Portugal, em França e na Alemanha.
Verificar-se-á que a utopia e o utopismo reflectem as aspirações de reforma moral e social dos homens de Setecentos, a sua dedicação à especulação filosófica e à inquirição empírica da natureza, o seu ideário de emancipação das consciências e dos cidadãos; e que, ao mesmo tempo, também questionam criticamente, nomeadamente pela sátira, a persistência de vícios sociais arreigados, enquanto denotam no seu próprio discurso a permanência de maneiras de pensar de carácter não-racionalista, incluindo milenarismos de diverso tipo, entre eles o Sebastianismo.

Programa

Na componente teórica do programa, a cultura do Iluminismo e a questão da utopia e do utopismo serão problematizados a partir de textos de Daniel Defoe (excertos de A General History of Discoveries and Improvements), Immanuel Kant («Resposta à Pergunta: Que é o Iluminismo?» [«Beantwortung der Frage: Was ist Aufklärung?»]) e Isaiah Berlin («The Decline of Utopian Ideas in the West»). Acrescerá uma exploração alargada das problemáticas ideológicas convocadas pelos textos em análise ao longo do semestre.
Na componente prática do programa, o trabalho recairá centralmente sobre as seguintes obras, do período do Iluminismo ou com ele relacionáveis – inglesas, portuguesas, francesas e alemãs:
1. Ned Ward (?), The Island of Content (1709);
2. Ambrose Philips (?), A Description of New Athens (1720);
3. anónimo, O Encoberto Maometano (1721);
4. Jonathan Swift, Gulliver’s Travels (1726, excertos);
5. Cristiano Schoemaker, O Maior Monstro da Natureza (1740);
6. anónimo, Relação dos Usos e Costumes da Nova e Disforme Gente que em Terra de Novo Descoberta ... achou um Navio da Companhia de Dinamarca (década de 1740?, em duas partes);
7. Voltaire, Cândido ou o Optimismo [Candide ou l’Optimisme] (1759);
8. Horace Walpole, An Account of the Giants lately discovered (1766);
9. Immanuel Kant, A Paz Perpétua [Zum ewigen Frieden] (1795);
10. anónimo, Carta em Resposta a um Amigo, na qual se dá Notícia da ... Ilha Encoberta (1815).

N.B.:
1. Os alunos deverão adquirir as seguintes obras:
BASTOS DA SILVA, Jorge. Utopias de Cordel e Textos Afins: Uma Antologia. Vila Nova de Famalicão: Edições Quasi, 2004.
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e Outros Opúsculos. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995.
VOLTAIRE. Cândido ou o Optimismo. Trad. Maria Archer. Lisboa: Guimarães Editores, 1989.
2. Os restantes textos primários serão disponibilizados através da Oficina Gráfica da FLUP.
3. No decurso das aulas será indicada bibliografia secundária adicional.
4. As obras de língua inglesa e de língua portuguesa serão estudadas no original. Das restantes obras serão utilizadas nas aulas traduções portuguesas, sendo porém os alunos encorajados à consulta dos textos originais.

Bibliografia Principal

BASTOS DA SILVA, Jorge. Utopias de Cordel e Textos Afins: Uma Antologia. Vila Nova de Famalicão: Edições Quasi, 2004.
CLAEYS, Gregory, ed. Modern British Utopias. London: Pickering & Chatto, 1997, 8 vols.
---. Utopias of the British Enlightenment. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.
DEFOE, Daniel. A General History of Discoveries and Improvements, in Writings on Travel, Discovery and History by Daniel Defoe. Gen. eds. W. R. Owens and P. N. Furbank. London: Pickering & Chatto, 2001 (8 vols.). 4: 17-226.
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e Outros Opúsculos. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1995.
SWIFT, Jonathan. Gulliver’s Travels. Ed. Peter Dixon and John Chalker. Harmondsworth: Penguin, 1985.
VOLTAIRE. Cândido ou o Optimismo. Trad. Maria Archer. Lisboa: Guimarães Editores, 1989.

Bibliografia Complementar

BERLIN, Isaiah. «The Decline of Utopian Ideas in the West». [1978] The Crooked Timber of Humanity: Chapters in the History of Ideas. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1991. 20-48.
BOOKER, M. Keith. Dystopian Literature: A Theory and Research Guide. Westport, Conn.: Greenwood Press, 1994.
CASSIRER, Ernst. The Philosophy of the Enlightenment. Tr. Fritz C. A. Koelln and James P. Pettegrove. Boston: Beacon Press, 1960 [Die Philosophie der Aufklärung, 1932].
FORTUNATI, Vita, and Raymond Trousson, eds. Dictionary of Literary Utopias. Paris: Honoré Champion Éditeur, 2000.
FREITAS, Marinela Carvalho. «Utopia na Internet». Cadernos de Literatura Comparada 6/7 (Dezembro de 2002). 149-167.
GAY, Peter. The Enlightenment: An Interpretation. New York: Norton, 1995-96, 2 vols. [1966-69].
HAZARD, Paul. La Crise de la Conscience Européenne, 1680-1715. Paris: Fayard, 1961.
---. La Pensée Européenne au XVIIIe Siècle: De Montesquieu à Lessing. Paris: Fayard, 1963.
HIMMELFARB, Gertrude. The Roads to Modernity: The British, French, and American Enlightenments. New York: Alfred A. Knopf, 2004.
KUMAR, Krishan. Utopia and Anti-Utopia in Modern Times. Oxford: Basil Blackwell, 1987.
MANGUEL, Alberto, e Gianni Guadalupi. Dicionário de Lugares Imaginários. Trad. Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
MANUEL, Frank E., and Fritzie P. Manuel. Utopian Thought in the Western World. Cambridge, Mass.: The Belknap Press of Harvard University Press, 1979.
MORRIS, James M., and Andrea L. Kross. Historical Dictionary of Utopianism. Lanham, Md.: Scarecrow Press, 2004.
REIS, José Eduardo. «O Género da Utopia e o Modo do Utopismo». Estilhaços de Sonhos: Espaços de Utopia. Org. Fátima Vieira e Maria Teresa Castilho. Vila Nova de Famalicão: Edições Quasi, 2004. 18-31.
SCHAER, Roland, Gregory Claeys, and Lyman Tower Sargent. Utopia: The Search for the Ideal Society in the Western World. New York: New York Public Library, 2000.
SNODGRASS, Mary Ellen. Encyclopedia of Utopian Literature. Santa Barbara, Cal.: ABC-Clio, 1995.
TRAHAIR, Richard C. S. Utopias and Utopians: An Historical Dictionary. London: Fitzroy Dearborn Publishers, 1999.
TROUSSON, Raymond. Voyages aux Pays de Nulle Part. Histoire Littéraire de la Pensée Utopique. Bruxelles: Éditions de l’Université de Bruxelles, 1979.

Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

Problematização alargada da tópica da utopia e do utopismo no período do Iluminismo – exposição e discussão dos contextos histórico-culturais relevantes.
Análise e comentário crítico dos textos referidos no programa.

Software

Não aplicável.

Tipo de avaliação

Avaliação por exame final

Obtenção de frequência

Nota positiva no exame final.

Fórmula de cálculo da classificação final

Exame final para 20 valores (100%).

Provas e trabalhos especiais

Não aplicável.

Avaliação especial (TE, DA, ...)

Não aplicável.

Melhoria de classificação

De acordo com as regras em vigor na FLUP.

Observações

Língua de ensino: português.
Recomendar Página Voltar ao Topo